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André Rocha

OPINIÃO

Texto em que o autor apresenta e defende suas ideias e opiniões, a partir da interpretação de fatos e dados.

Rocha: Chelsea fecha mercado para dominar tudo, inclusive o Mundial

Thomas Tuchel, técnico do Chelsea, comemora conquista da Liga dos Campeões - SUSANA VERA / POOL / AFP
Thomas Tuchel, técnico do Chelsea, comemora conquista da Liga dos Campeões Imagem: SUSANA VERA / POOL / AFP

Colunista do UOL Esporte

01/09/2021 07h01

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O Chelsea anunciou a contratação por empréstimo de Saúl Niguéz, meio-campista de 26 anos do Atlético de Madri. Sob o comando de Diego Simeone, não conseguiu atingir o nível esperado quando surgiu com destaque em 2015/16, quando marcou o gol que eliminou o Bayern de Guardiola na semifinal da Liga dos Campeões.

Mas reforça um setor primordial para a equipe de Thomas Tuchel, que já contava com Jorginho, Kanté e Kovacic. Em novo clube e outro contexto, Saúl pode ser mais um a crescer com o treinador alemão. Tem agressividade, cultura defensiva e bom passe.

Também a versatilidade para, em uma necessidade, atuar como um dos meias atacantes atrás do centroavante no habitual 3-4-2-1 dos Blues. Ou até de ala, já que com Simeone também jogava pelos lados na segunda linha de quatro.

O clube ainda tentou o zagueiro Jules Koundé, porém o Sevilla não fez negócio. Com a venda de Zouma para o West Ham, a tendência é Trevoh Chalobah ganhar mais oportunidades como reposição a Thiago Silva, Christensen e Rudiger. Azpilicueta segue como zagueiro pela direita, mas também opção para o lugar de Reece James na função de ala. Do lado oposto, Marcos Alonso leva vantagem, ao menos por enquanto, sobre Chilwell.

Para garantir a solidez defensiva que impressionou no empate por 1 a 1 com o Liverpool em Anfield. Com um a menos durante todo o segundo tempo depois da expulsão de James, sustentou o resultado em um 5-3-1 com Thiago Silva na zaga e Azpilicueta pela direita. Concentração absoluta para resistir ao volume dos Reds e voltar para casa com ponto importante.

Com muitos empréstimos, Tuchel tem elenco curto, mas forte para administrar na temporada. Na meta, mais segurança com Mendy do que nos tempos de Kepa como titular. Na frente, conta com Lukaku para mudar a equipe de patamar, ao lado de Havertz e Mason Mount.

Ainda Timo Werner, Pulisic, Ziyech, Hudson-Odoi e Loftus-Cheek para manter o nível de rápidas transições, mobilidade com diagonais curtas nas infiltrações e muita gente chegando à zona de conclusão, inclusive os alas.

Não é o PSG com suas estrelas midiáticas - inclusive, Mbappé, que ainda não conseguiu realizar o sonho de ser estrela do Real Madrid. Nem o United, que traz Cristiano Ronaldo de volta para se juntar a um elenco já estelar. Mas parece um grupo capaz de evoluir ainda mais nesta temporada completa com Tuchel e se apresentar como candidato poderoso aos principais títulos, especialmente a Premier League e a Champions, cujo sorteio ofereceu um grupo mais que acessivel, com Juventus, Zenit e Malmo.

Mas também será o grande favorito no Mundial de Clubes FIFA. Se depois da vitória sobre o Manchester City na final continental em Portugal havia a impressão de que o mais fraco havia vencido e o time londrino novamente iria ao Mundial para ser um rival menos poderoso para o campeão da Libertadores, como aconteceu em 2012 contra o Corinthians, agora a tendência é ser bem diferente.

É claro que, depois das eliminações de Atlético Nacional, River Plate e Palmeiras na semifinal nos últimos cinco anos, o representante sul-americano tem mais é que se preocupar em primeiro garantir vaga na decisão. Se chegar ao tão sonhado confronto com o campeão europeu, a tendência é sofrer bastante. Mesmo com a tradicional postura blasé dos ingleses na competição.

Porque o Chelsea queimou etapas da melhor maneira na temporada passada e deve chegar ainda mais forte e maduro para, desta vez, conquistar o mundo. Ainda que as prioridades sejam outras.