Botafogo encerra uma das invencibilidades mais mentirosas do futebol

O Palmeiras pode e deve lamentar as ausências de Weverton, Gustavo Gómez, Viña e Gabriel Menino, todos a serviço de suas seleções. Jogar um duro campeonato nacional durante as datas FIFA sempre será um absurdo.

Mas a invencibilidade de 20 partidas do Palmeiras, 13 no Brasileiro, era uma das mais mentirosas do futebol brasileiro. E ainda mais inacreditável pelos elogios desmedidos ao desempenho da equipe e ao trabalho de Vanderlei Luxemburgo nas vitórias, inclusive contra o fraquíssimo Bolivar pela Libertadores.

Na derrota para o Botafogo por 2 a 1 no Nílton Santos, a diferença foi o início de segundo tempo desconcentrado e fragilizado justamente no grande pilar de sustentação dessa sequência sem reveses: a solidez defensiva. Apesar dos setores espaçados e lentidão na circulação de bola, desde a saída da defesa. Em sete minutos, os gols de Pedro Raul e Caio Alexandre fizeram tudo ruir.

A reação alviverde foi previsível. Mais elenco e estrutura para condicionar melhor os atletas. O Botafogo cansou e as substituições de Bruno Lazaroni mataram as transições ofensivas, rápidas mesmo com as "torres gêmeas" Matheus Babi, que jogou aberto pela direita, e Pedro Raul.

Com Gustavo Scarpa na lateral esquerda substituindo o improvisado Mayke e Lucas Lima fazendo a bola chegar na área adversária com mais frequência, o Palmeiras partiu para o abafa costumeiro - 43 lançamentos e 24 cruzamentos. Diminuiu com Willian e teve a chance de empatar no tolo pênalti de Diego Cavalieri que o próprio "Bigode" bateu e o goleiro alvinegro defendeu.

A campanha do Bota segue surreal: nove empates, três derrotas e agora duas vitórias. Contra o líder Atlético Mineiro e agora o ex-invicto Palmeiras. Sai do Z-4 e estaciona a equipe de Vanderlei Luxemburgo, que deve brigar por G-4 durante todo o Brasileiro.

Mas para lutar por título falta muito. Ou o essencial. Talvez agora sem a ilusão dos resultados seja possível enfim encarar a realidade.

(Estatísticas: SofaScore)