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André Rocha

Robinho e Everton: mais duas apostas do "martelinho mágico" no Grêmio

Renato Portaluppi, técnico do Grêmio, de máscara durante partida contra o São Luiz - Maxi Franzoi/AGIF
Renato Portaluppi, técnico do Grêmio, de máscara durante partida contra o São Luiz Imagem: Maxi Franzoi/AGIF

Colunista do UOL Esporte

12/08/2020 00h45

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Renato Gaúcho deve escalar time misto, com a maioria de reservas, já na segunda partida do Grêmio pelo Brasileiro contra o Ceará, em Fortaleza. Além dos lesionados Matheus Henrique e Jean Pyerre, Vanderlei, Geromel, Kannemann, Maicon e Diego Souza sequer viajaram. Sete titulares, em tese.

Pelo visto, o exemplo de Jorge Jesus no Flamengo campeão brasileiro e da Libertadores não deixou muitas lições para o treinador, que insiste com o discurso dos tais "200 milhões" em contratações do rubro-negro. Ou seja, só com elenco caro é possível disputar a competição por pontos corridos e os torneios em mata-mata sem prioridade.

O treinador parece firme em suas convicções. Uma delas é a capacidade que julga ter de recuperar jogadores. Como um "martelinho mágico" ajustando latarias. Com acertos, como Cícero, Leonardo Moura, Fernandinho, Jael, Bruno Cortez e, de certa forma, Diego Souza. Nem tanto com André, Diego Tardelli, Henrique Almeida, Rômulo e, até agora, Thiago Neves. Normal, apostar envolve riscos mesmo.

Agora mais duas: uma já confirmada, outra bem encaminhada. Robinho, ex-Cruzeiro, vem para cumprir uma função muito cara a Renato: o "ponta-volante". Ou a "função Elano", campeão brasileiro em 2002 e da Libertadores em 2011 pelo Santos. Ou de Matuidi na França campeã mundial. Bem executada por Ramiro no time campeão da Libertadores 2017. Em um 4-2-3-1, atua pelo lado, porém mais perto da dupla de volantes do que do meia central. Colabora na recomposição, encorpa o meio-campo e libera o corredor para o apoio do lateral.

Robinho executou bem esse papel no time bicampeão da Copa do Brasil com Mano Menezes. Assim como no Palmeiras comandado por Marcelo Oliveira que também venceu o mata-mata nacional em 2015. A dúvida é se, aos 32 anos, ainda consegue entregar intensidade além do bom passe e da leitura de jogo inteligente. Quanto à recuperação da confiança depois de um rebaixamento com o Cruzeiro no ano passado, cabe a Renato usar sua habilidade para resgatar a autoestima do novo comandado.

Coisa que Everton, aos 31 anos, também vai precisar, se confirmada a troca com o São Paulo por Luciano, que também não viajou para a capital cearense. O ex-jogador do Flamengo, em termos de características, não é exatamente uma reposição ao Cebolinha porque é menos driblador. Porém ocupa o setor esquerdo e pode disputar posição com Pepê. Só que a mudança de clube, em abril de 2018, se mostrou infeliz: o Fla venceu praticamente tudo que disputou desde 2019 e o atacante não contribuiu para o fim da seca de títulos do tricolor do Morumbi. Ainda perdeu o status de titular com Fernando Diniz. Mas pode ser útil em Porto Alegre.

Até porque todos ganharão minutos no rodízio gremista que novamente deve sacrificar o Brasileiro em nome da Copa do Brasil e da Libertadores. Uma perda para a competição que deveria ser a mais importante do país, mas escolha que já se tornou habitual nesses quase quatro anos de trabalho de Renato.

O líder e ídolo ainda confia no próprio taco, apesar de alguns duros reveses. Robinho e, provavelmente, Everton serão mais dois "testes de fé" da torcida tricolor.