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Nem prata, nem ouro: Troféu da Copa do Nordeste trará surpresa este ano

A taça "Orelhuda" na final da Copa do Nordeste entre Ceará e Bahia, em 2021 - Lucas Figueiredo/CBF
A taça "Orelhuda" na final da Copa do Nordeste entre Ceará e Bahia, em 2021 Imagem: Lucas Figueiredo/CBF

Camilla Freitas

De Ecoa UOL, em São Paulo (SP)

31/03/2022 17h36

A final da Copa do Nordeste será disputada neste domingo (3) entre Sport e Fortaleza, na Arena Castelão, estádio da capital cearense. Um dos campeonatos regionais mais importantes do país, a final terá uma novidade neste ano: o vencedor levantará um troféu sustentável.

Idealizado pelo designer Carlos Motta, a orelhuda - como é carinhosamente chamado o troféu da Copa do Nordeste - foi feita de madeira nativa e certificada pelo FSC (Forest Stewardship Council), além de ter sido produzido por artesãos da Movelaria Anambé, em parceria com a BVRio.

"A ideia do troféu é disseminar para o grande público os valores do desenvolvimento sustentável. Acreditamos que o esporte, especialmente o futebol, é um grande interlocutor sobre o tema da educação para uma economia verde e, ser acolhido pela Copa do Nordeste, é uma honra para nós", diz Renato Castro Santos, Gerente de Design & Madeira Sustentável da BVRio.

Taça Copa do Nordeste - Divulgação - Divulgação
Nelcivan Sousa dos Santos, artesão da Coomflona, durante a produção do Troféu Sustentável da Copa do Nordeste 2022
Imagem: Divulgação

Troféus de madeira nativa certificada já existem, desde 2018, na Copa Verde, que reúne equipes do Centro-Oeste e do Norte, além do estado do Espírito Santo. A ação sustentável da Copa do Nordeste, contudo, não se resume à taça. As lonas usadas nos jogos também serão doadas para o Grupo de Interesse Ambiental (GIA) e serão transformadas em mochilas, pochetes, entre outros produtos.

"A ideia é ampliar cada vez mais essa discussão [ambiental]", diz Carlos Henrique Rodrigues Alves, consultor de sustentabilidade para a Confederação Brasileira de Futebol (CBF).

A Coomflona, onde o troféu foi produzido, possui o selo FSC 100% comunitário para manejo florestal desde 2013 e, atualmente, conta com cerca de 200 trabalhadores dentro do manejo. A movelaria é um empreendimento comunitário administrado pela Cooperativa Mista da Floresta Nacional do Tapajós, no Pará. As gravações dos logos que estarão no troféu também foram feitas em ambiente sustentável, na fábrica da Tramontina, em Belém. A fábrica possui certificação FSC também.

Todo mundo pode fazer a sua parte escolhendo de forma mais consciente aquilo que compra, por exemplo. E, nesse caso, conhecimento é chave do negócio e usar o futebol para informar é um verdadeiro golaço.

Daniela Vilela, diretora executiva do FSC Brasil