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Criador do 20 de novembro: "Precisamos ocupar"; saiba como ajudar

VAN CAMPOS/ESTADÃO CONTEÚDO
Imagem: VAN CAMPOS/ESTADÃO CONTEÚDO

Marcos Candido

De Ecoa, em São Paulo

21/11/2020 04h00

João Alberto, homem negro, foi assassinado por dois homens, um deles policial, na saída de um Carrefour em Porto Alegre, às vésperas do dia nacional da Consciência Negra, comemorado hoje (20).

As imagens da agressão que circularam nas redes sociais e veículos de imprensa afetaram a saúde mental de pessoas pretas e deixaram quem quer ajudar na luta antirracista com uma forte sensação de impotência. "Temos que pressionar as empresas a combater o racismo, desde o seu quadro de funcionários a ações práticas de solidariedade", explica Ubirajara Toledo, o Bira, uma das principais referências do Movimento Negro Unificado (MNU) no Rio Grande do Sul e na luta antirracista gaúcha.

"O papel das pessoas é exercer a solidariedade onde estão, para lutar contra o racismo que se embrenha na carne e no sangue das massas", diz.

Articular grupos de estudos, ir para as ruas no Rio Grande do Sul e no resto do país é uma das maneiras de pressionar mudanças na pauta racial. É o que aconselha o advogado Antônio Carlos Cortês, um dos fundadores do grupo Palmares.

Foi na capital gaúcha, na década de 1970, que o grupo Palmares defendeu a criação de um dia para celebrar a consciência sobre a presença dos negros no Brasil. Nem a cidade, nem o estado, porém, tornaram feriado a data.

A ação do Palmares, no entanto, é sentida até hoje. À época, o grupo rechaçou o 13 de maio, dia da abolição, para o dia 20 de novembro, data da morte de Zumbi pelos bandeirantes.

"As portas da minha casa foram abertas para que a gente se reunisse. Em 1971, não tínhamos celular para filmar, mas já assistíamos ao mesmo racismo de hoje", relembra. É válido filmar, mas é preciso intervir diretamente em uma cena como aquela", diz.

Como ajudar

A Coalizão Negra, organização que reúne representações negras, tem uma lista com organizações para se envolver na luta antirracista em vários espaços, como na pesquisa acadêmica, artes, religiosidades e agenda antirracista. Há manifestações em diversas cidades pela memória de João Alberto.

"Precisamos manifestar pacificamente e ocupar todos os espaços. Onde temos a oportunidade de ocupar, nós crescemos", diz um dos criadores do 20 de novembro. Lembre-se de usar a máscara sempre que sair de casa.

Conheça iniciativas em todas as regiões do Brasil e saiba como você pode apoiar cada uma delas:

Sudeste

Amparar - Associação de Amigos e Familiares de Presos - (São Paulo)

CCRIA-LO Comunidade da Compreensão e Restauração Ilê Asé Logun Ede (São Paulo)
Aceita contribuição voluntária e aberto à participação.

Círculo Palmarino - SP (São Paulo)
Aberto à participação.

Coletivo NegraSô - Coletivo de alunos negros da PUC-SP (São Paulo)
Aberto à participação de universitários.

Coletivo Negro Dandara - UNESP/Assis (São Paulo)
Aberto à participação de universitários.

Coletivo Negro Kimpa - Unesp Bauru (São Paulo)
Aberto à participação de universitários.

Comunidade Cultural Quilombaque (São Paulo)
Aberto à participação. Contribuições sob consulta.

Instituto Geledes (São Paulo)
Aceita contribuição voluntária.

IBD - Instituto Brasileiro de Diversidade (São Paulo)
Aceita trabalho voluntário.

Instituto AMMA Psique e Negritude (São Paulo)
Aberto à participação.

Instituto Omolara Brasil (São Paulo)
Aceita doações a partir de R$ 10.

Marcha das Mulheres Negras de São Paulo (São Paulo)
Aberto à participação. Contribuições sob consulta. .

Mães de Maio (São Paulo)
Aberto à participação. Contribuições sob consulta.

Rede de Proteção e resistência ao Genocídio (São Paulo)
Aberto à participação.

Articulação Nacional de Negras Jovens Feministas - ANJF (Rio de Janeiro)

Casa das Pretas (Rio de Janeiro)
Aberto à participação. Contribuições sob consulta.

CEAP - Centro de Articulação de Populações Marginalizadas (Rio de Janeiro)
Contribuições sob consulta.

Coletivo de Estudantes Negrxs da UFF (Rio de Janeiro)
Aberto à participação de universitários.

CRIOLA (Rio de Janeiro)
Aceita doações, sob consulta.

Instituto Búzios (Rio de Janeiro)
Aceita doações, sob consulta.

Instituto Marielle Franco (Rio de Janeiro)
Doações a partir de R$ 10.

ONDJANGO - Núcleo de Estudos Afro-Brasileiros (Rio de Janeiro)
Aberto à participação.

Associação de Amigos e Familiares de Pessoas em Privação de Liberdade (Minas Gerais)
Aberto à participação. Contribuições sob consulta

Mulheres de Axé do Brasil (Minas Gerais)
Aberto à participação, contribuições a checar.

Nós Temos Um Sonho - #NTUS (Minas Gerais)

Sul

Atinuké - Coletivo sobre o pensamento de mulheres negras (Rio Grande do Sul)
Aberto à participação.

Conselho do Povo de Terreiro do Estado do Rio Grande do Sul (Rio Grande do Sul)
Aberto à participação

Norte

CEDENPA - Centro de Estudos e Defesa do Negro do Pará (Pará)
Aberto à participação.

Rede de Mulheres Negras (Pará)
Aberto à participação, contribuições sob consulta.

Centro de Formação do(a) Negro(a) da Transamazônica e Xingu (Pará)
Aberto à participação, contribuições sob consulta.

Instituto Bamburusema de Cultura Afro Amazônica - IBAMCA (Pará)
Aberto à participação, contribuições sob consulta.

Centro-Oeste

Fórum de Mulheres Negras de Mato Grosso (Mato Grosso)
Aberto à participação, contribuições sob consulta.

Coletivo Negro Universitário UFMT (Mato Grosso)
Aberto à participação de universitários.

IMUNE - Instituto de Mulheres Negras (Mato Grosso)
Aberto à participação, contribuições sob consulta.

Nordeste

Afro-Gabinete de Articulação Institucional e Jurídica (Bahia)
Aberto à participação.

Centro de Cultura Negra do Maranhão (Maranhão)
Aberto à participação, contribuições sob consulta.

ANEPE - Articulação Negra de Pernambuco (Pernambuco)
Aberto à participação.

Coletivo de Juventude Negra Cara Preta (Pernambuco)
Aberto à participação.