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China dá multa recorde de US$ 201 milhões para fabricantes japonesas

Trabalhador caminha em fábrica da BMW em Shenyang (China). Além de japonesas, fabricantes alemãs também estão sendo investigadas - Stringer/Reuters
Trabalhador caminha em fábrica da BMW em Shenyang (China). Além de japonesas, fabricantes alemãs também estão sendo investigadas Imagem: Stringer/Reuters

<br>Matthew Miller e Yoko Kubota

Em Pequim (China) e Tóquio (Japão)

20/08/2014 09h46

A China aplicou uma multa recorde de 1,235 bilhão de iuanes (US$ 201 milhões, pouco mais de R$ 450 milhões) contra fabricantes japonesas de autopeças por manipular preços, à medida que o governo intensifica o cumprimento de uma lei antitruste que tem tido como alvo grandes corporações e reacendeu preocupações sobre protecionismo.

As multas, as maiores aplicadas até agora pelo regulador de preços, a Comissão Nacional de Desenvolvimento e Reforma, seguem uma repressão global inclusive nos Estados Unidos e na Europa contra fraude de preços no setor de autopeças, que tem afetado na maior parte companhias japonesas.

Os acordos violaram a lei antimonopólio da China e "afetaram de maneira inapropriada os preços de autopeças, de veículos inteiros e rolamentos", disse a comissão em um comunicado publicado em seu website nesta quarta-feira (20).

Na China, a Sumitomo Electric Industries foi a fabricante mais duramente atingida pela comissão, com uma multa de 290,4 milhões de iuanes.

A Denso e a Mitsubishi Electric também estão entre as 12 fabricantes de autopeças que a comissão disse que estavam em conluio para reduzir a concorrência e estabelecer preços favoráveis para seus produtos, segundo sua investigação.

A China está intensificando seus esforços para fazer com que companhias fiquem em conformidade com a lei antimonopólio que vigora desde 2008, e nos últimos anos têm aplicado multas salgadas contra empresas estrangeiras incluindo a Mead Johnson Nutrition e a Danone.

Especialistas jurídicos, no entanto, destacaram que as autoridades aparentemente aplicam a lei mais contra multinacionais estrangeiras do que contra companhias locais. As autoridades dizem que a lei é aplicada tanto para empresas domésticas quanto estrangeiras, com o objetivo de proteger consumidores.