GM demite 15 executivos por "incompetência" no caso Cobalt
A General Motors deu mostras de "incompetência e negligência" ao lidar com o defeito na ignição de veículos ligado a pelo menos 13 mortes, disse a presidente-executiva Mary Barra nesta quinta-feira (5). Barra afirmou ainda que 15 funcionários que "agiram inapropriadamente" foram demitidos. Outros cinco receberam ações disciplinares e advertências.
Com a maior montadora dos Estados Unidos começando a revelar os resultados de uma investigação interna, Barra não deu detalhes sobre como o problema perdurou por mais de 11 anos, mas disse que mais da metade dos funcionários punidos ou demitidos exerciam cargos do alto escalão (executivo ou sênior).
Foi a primeira vez em que a GM tomou a decisão de "cortar na própria carne" após o escândalo em que se transformou o caso da falha de quase 3 milhões de unidades de modelos com o Chevrolet Cobalt americano. Além disso, Barra confirmou que a GM começará em breve a indenizar as vítimas de acidentes relacionados ao defeito de ignição.
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CONTANDO AS VÍTIMAS
Representantes da GM disseram que o número de fatalidades relacionadas ao defeito na peça pode aumentar, mas acrescentou que Kenneth Feinberg, que está cuidando das indenizações às vítimas, vai determinar o número.
A Reuters publicou na segunda-feira que ao menos 74 pessoas morreram em acidentes similares àqueles que a GM ligou ao problema na ignição, com base em uma análise de dados do governo.
A GM fez o recall de mais de 2,6 milhões de carros devido ao problema. Este recall, em conjunto a outros anunciados pela GM este ano, já custou à companhia até agora cerca de US$ 1,7 bilhão (quase R$ 4 bilhões).
PERDAS E GANHOS
Apesar da admissão de culpa e do expurgo de culpados -- espera-se que o engenheiro-chefe Ray DeGiorgio, que desenvolveu a ignição e admitiu ter "esquecido" de corrigir a falha, e alguns membros do departamento jurídico estejam na lista de demissão -- a GM segue com ritmo de vendas forte.
Balanço de emplacamentos de maio divulgado na quarta (4) mostra alta de 12,6% em relação ao mesmo mês de 2013.
Ainda assim, a fabricante sofre nos bastidores: encara uma CPI no Congresso americano, recebeu uma multa de US$ 35 milhões e viu seu lucro cair em 88% no primeiro trimestre de 2014. (Com redação do UOL)
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