Fusão de Fiat e Chrysler pode ser seguida de listagem em bolsa nos EUA
Por Agnieszka Barteczko e Deepa Seetharaman
MILÃO/DETROIT, 5 Jan (Reuters) - A fusão das montadoras Fiat e Chrysler, liderada pelo presidente-executivo Sergio Marchionne, provavelmente implicará na listagem de ações nos Estados Unidos que estabelece a América do Norte como novo foco do grupo.
Duas fontes próximas à Fiat disseram que era provável transferir a listagem principal das ações do grupo para Nova York já em 2015 depois de uma fusão com a Chrysler, a terceira maior montadora dos EUA, anunciando uma mudança politicamente delicada de foco.
A Chrysler já gerou mais do que a metade da receita do grupo no primeiro semestre, transformando o que teria sido uma perda de 501 milhões de euros para a Fiat sozinha em um lucro de 435 milhões de euros.
Um movimento de listagem na bolsa dos EUA ajudaria Marchionne a distanciar-se de problemas na Europa, onde milhares de trabalhadores italianos da Fiat estão sob regimes de licença temporária apoiada pelo governo. O movimento também destaca seus ganhos nos Estados Unidos e ajuda a convencer um maior número de investidores de que a empresa resultante da fusão pode entrar na briga com as rivais General Motors e Ford Motor.
Apesar de a cidade italiana de Turim ter sido sede da Fiat nos últimos 115 anos "o cérebro e os músculos estão nos Estados Unidos, o centro de gravidade mudou-se para o outro lado do oceano", disse Luciano Gallino, sociólogo especializado em mudanças no mercado de trabalho, citado pela agência de notícias ANSA.
A listagem em bolsa e possível estabelecimento de uma sede do grupo fora da Itália irá assustar alguns no governo e sindicatos que querem proteger os empregos do país, mas vai deliciar os investidores que querem cortes de custos e fechamentos, disseram observadores.
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