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Opel teme que chegada de nova CEO à GM ameace reestruturação

Mary Barra pode limitar os investimentos da Opel para personalização de seus carros no mercado europeu - Mike Cassese/Reuters
Mary Barra pode limitar os investimentos da Opel para personalização de seus carros no mercado europeu Imagem: Mike Cassese/Reuters

<br>Edward Taylor

Em Frankfurt (Alemanha)

20/12/2013 13h12

A nomeação da nova presidente-executiva da General Motors, Mary Barra, ocorrida no início deste mês, fez soar um sinal de alerta para os executivos da Opel, marca europeia pertencente à multinacional americana.

Após período de aguda crise financeira, a fabricante alemã havia conseguido encontrar um rumo nos últimos anos, muito por conta da atuação incisiva de Karl-Thomas Neumann, sexto chefe da Opel na última década.

O dirigente de 52 anos garantiu investimentos de vários bilhões de euros dos patrões em Detroit (Estados Unidos), e também pareceu ganhar uma importante batalha quando a GM disse que iria desistir da marca Chevrolet na Europa, concentrando recursos na Opel e na marca-irmã Vauxhall.

Entretanto, alguns executivos temem que essas conquistas fiquem ameaçadas com a chegada de Barra, escolhida como sucessora de Dan Akerson justamente por sua capacidade de "levar ordem ao caos" no desenvolvimento global de produtos.

Conforme explicou um ex-executivo da Opel à Reuters, o grande temor é que a nova manda-chuva pressione ainda mais a Opel a usar plataformas globais e minimizar o caro nível de personalização de seus veículos para o mercado europeu, que vem prejudicando sua capacidade competitiva.

Além disso, com as alterações no corpo administrativo da GM, um dos grandes defensores de mais investimentos para a Opel, Steve Girsky, deixará o cargo de vice-presidente. "Um dos principais protagonistas da Opel está saindo e ninguém sabe se a GM manterá seu alto nível de comprometimento com a Europa", afirmou à Reuters o ex-executivo, que não quis ser identificado.

Procurado, um porta-voz da GM em Detroit disse que não houve mudanças na postura da empresa em relação à Opel. A reorganização administrativa da montadora também culminou na diminuição da aliança com a PSA Peugeot-Citroën.