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Empresas chinesas criticam possível relaxamento do controle estrangeiro

<br>Samuel Shen e Norihiko Shirouzu

Em Pequim e Xangai (China)

03/12/2013 10h06

A Associação Chinesa de Fabricantes de Automóveis (Caam, na sigla em inglês) reagiu com ferocidade a uma possível movimentação do governo do país no setor, com objetivo de abrandar as restrições de controle estrangeiro sobre a indústria automotiva.

Atualmente, a lei limita a participação de montadoras de fora a 50% do mercado interno, e exige que tais companhias montem centros técnicos no país, transferindo certas tecnologias para suas parceiras locais.

Nos últimos meses, contudo. vários políticos chineses vêm considerando o relaxamento dessas regras. O ministro do Comércio, Gao Hucheng, chegou a declarar no mês passado, durante uma coletiva de imprensa na capital Pequim, que o governo provavelmente relaxará as restrições a investimento estrangeiro, em áreas que incluem a fabricação de automóveis.

Tal possibilidade levou o secretário-geral da Caam, Dong Yang, a alertar que. se as normas forem mesmo abrandadas, as fabricantes nativas perderão o controle de joint-ventures operadas em conjunto com marcas globais.

"O controle estrangeiro limitado a 50% é a luz vermelha que não devemos cruzar, pois precisamos proteger nossas marcas", disse Dong, em comunicado publicado no site oficial da associação. "As restrições atuais não reduziram nem um pouco o entusiasmo de montadoras globais em investir na China. Sendo assim, por que devemos ser mais abertos?", questionou.