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Argentina e México podem acertar cotas para veículos-fonte

Guido Nejamkis

Da Reuters, em São Paulo (SP)

15/11/2012 19h15

O comércio de veículos sem tarifa de importação entre Argentina e México, paralisado desde junho, pode ser retomado depois de dezembro, mas sob um sistema de quotas, disse um funcionário do governo argentino na quinta-feira (15).

O Acordo de Complementação Econômica com o México, em vigor desde 2003, que permitia o livre intercâmbio bilateral de veículos, foi suspenso pela Argentina por um período de três anos, e Buenos Aires fixou alíquota de 35% sobre os veículos mexicanos.

O governo argentino disse que a medida foi necessária por causa do grande déficit comercial setorial em favor do México, que chegou a quase US$ 1 bilhão em 2011.

O governo mexicano reagiu retirando preferências comerciais para os veículos importados da Argentina, que tem adotado medidas protecionistas para blindar seu superávit comercial, uma das poucas fontes de divisas do país.

Na quarta-feira, a Associação Mexicana da Indústria Automobilística chegou a um acordo preliminar com sua equivalente argentina para retomar o comércio bilateral sem encargos. As entidades solicitaram um diálogo formal entre os dois governos com base nessa proposta, que elas não divulgaram.

Ouvido pela Reuters, um funcionário argentino disse que os governos iniciarão um diálogo formal sobre as novas regras depois de 1º de dezembro, quando toma posse o novo presidente mexicano, Enrique Peña Nieto.

"Um novo convênio irá apontar para um intercâmbio mais equilibrado, com um comércio administrado pelo estabelecimento de quotas", disse o funcionário, sem entrar em detalhes.

Em março, Brasil e México definiram um sistema de quotas para limitar o comércio de veículos sem impostos de importação. As empresas instaladas na Argentina que mais importam do México são Volkswagen, Renault, Nissan, Honda e Chrysler.