Fiat prefere diminuir jornada a fechar fábrica na Itália
A Fiat quer evitar o fechamento de fábricas na Itália por meio da adoção de jornadas de trabalho menores entre este mês e o final do ano, diante de fraca demanda e excesso de produção da indústria automotiva no continente, disseram fontes sindicais.
A fabricante, assim como outras grandes montadoras na Europa, está sentindo a pressão porque a recessão e as medidas de austeridade no continente obrigaram os consumidores a adiarem a compra de carros novos.
Como resultado, a companhia está focando o investimento em outros mercados, como Estados Unidos e Brasil, o que tem criado receios de que possa estar planejando anunciar fechamento de uma fábrica até o fim do ano.
No entanto, esses receios não têm fundamento, disseram duas pessoas que conversaram recentemente com o presidente-executivo da Fiat, Sergio Marchionne.
"No encontro com sindicatos em agosto, Marchionne disse que a Fiat já tinha fechado a fábrica de Termini Imerese, na Itália, então agora deve ser em outro país", declarou uma fonte sindical. "Acho que ele não fará nada", acrescentou.
A Peugeot planeja cortar mais de 10 mil empregos na França enquanto a General Motors deve parar uma fábrica da Opel em Bochum, Alemanha, em 2017.
Na Itália, Marchionne quer evitar fechamentos parando a produção em cinco fábricas durante o outono -- que vai de 22 de setembro a 22 de dezembro -- disse uma outra fonte sindical, e pretende suspender contratos de trabalho de funcionários administrativos quando a economia da Itália se recuperar.
Os afastamentos temporários vão ajudar a conter os custos em tempos de menor demanda, mas a decisão de não fechar uma fábrica depende mais do que medir custos.
"Não é verdade que a companhia somente pensa em custos, como muitos comentários recentes sugeriram", afirmou uma fonte da indústria. "Na Itália, nós temos experiência que não podemos perder. Cassino, Melfi e Pomigliano são fábricas de classe mundial", acrescentou a fonte.
Representantes da Fiat não comentaram o assunto.
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