Rebaixamento da Peugeot levanta dúvidas sobre acordo com GM
A Peugeot Citroën teve seu rating de dívida rebaixado pelo Moody's nesta quinta-feira (1), que disse que a aliança proposta com a General Motors não resolveria os problemas da montadora francesa, ecoando preocupações de investidores sobre o acordo.
A agência de classificação de risco Moody's Investors Service rebaixou o rating de dívida em uma posição para "Ba1", a mais alta classificação "especulativa". A agência disse que a aliança com a GM pesaria nos lucros a curto-prazo -- e pode não levar às economias esperadas mais tarde.
"Fusões e alianças no segmento automotivo muitas vezes não resultaram em vantagens competitivas antecipadas e melhor performance", disse.
A Peugeot disse que o escopo do rebaixamento foi contido por medidas adicionais de cortes de custos anunciadas no mês passado. "Nós antecipávamos isso", disse um porta-voz.
A medida da Moody colocou mais pressão sobre as ações da Peugeot, que haviam aberto em baixa após o anúncio na quarta-feira da parceira com a GM e um aumento de capital de um bilhão de euros. Os papéis recuaram 7,7% imediatamente após o rebaixamento.
Analistas também se mostravam céticos a respeito dos benefícios da parceria da Peugeot com a GM, dizendo que a aliança não ajudava a reduzir o excesso de capacidade de produção na Europa.
"A aliança não resolve o principal problema de ambos os parceiros", disse o analista Thomas Besson, do Bank of America Merrill Lynch.
CETICISMO
O acordo entre as duas fabricantes foi anunciado na ontem (29) e teve recepção morna dos analistas. "A Peugeot precisa da GM, mas a GM não precisa da Peugeot", disse o analista Matthew Stover, da Guggenheim Securities, em Nova York. "É difícil compreender como esse acordo ajuda a GM na Europa", acrescentou.
Ambas montadoras têm excesso de capacidade de cerca de 25% na Europa, disse Stover, acrescentando a aliança traz riscos no momento em que a GM está em um ponto muito delicado de sua reestruturação.
Parte mais frágil do grupo PSA, a Peugeot vai mal das pernas tanto na Europa como em mercados emergentes cruciais -- como o Brasil, onde sua participação vem caindo nos últimos anos. A marca francesa e a Opel, subsidiária europeia da GM, enfrentam fracas vendas e capacidade ociosa em seu continente-sede. As operações europeias da GM perderam US$ 747 milhões em 2011, enquanto a Peugeot ficou 497 milhões de euros negativa na segunda metade do ano.
Já o grupo General Motors fabrica (e não apenas vende) seus carros em 30 países, e luta para se manter como o maior fabricante automotivo do planeta. No Brasil, sua marca é a Chevrolet, mas ainda há Cadillac, Buick, GMC, Opel e Vauxhall, para citar apenas as ocidentais. Fora dos EUA, seu mercado estratégico é a China, onde tem diversas joint ventures.
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