Vendas de carros podem crescer 9,2% no ano
Apesar de ainda não rever oficialmente a previsão de alta de 6,4% nas vendas em 2009, para 3 milhões de unidades, o presidente da Anfavea, Jackson Schneider, comentou que o volume comercializado no ano deve ser de 70 mil a 80 mil carros acima do previsto.
Com isso, se o otimismo se confirmar durante novembro e dezembro, as vendas em 2009 vão subir cerca de 9,2% sobre as 2,820 milhões de unidades comercializadas em 2008.
Por enquanto, de janeiro a outubro, as vendas subiram 6,1%, para 2,60 milhões de unidades.
As vendas de veículos em outubro caíram 4,6% sobre setembro, que foi o melhor mês da história da indústria, para 294,5 mil unidades. Mas apesar da antecipação de compras gerada pelo fim do desconto integral do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) em setembro, o mês passado foi o melhor outubro em vendas já registrado, disse Schneider.
Segundo ele, em dezembro a entidade vai informar a previsão final para as vendas de 2009 e uma estimativa para 2010.
A produção de veículos apresentou expressiva alta de 15,7% em outubro sobre setembro, para 316 mil unidades. Parte da alta na produção mês a mês pode ser explicada pelo fato de muitas montadoras terem sido alvo de greves em negociações salariais com trabalhadores em setembro.
Os estoques de veículos em pátios de montadoras e concessionárias em outubro somou 215.819 unidades, equivalente a 22 dias de vendas. Em setembro, o estoque era suficiente para 17 dias. "O estoque (em outubro) ainda foi mínimo. Está três ou quatro dias abaixo do ideal", disse Schneider.
Na comparação com outubro de 2008, a produção de veículos também apresentou alta, com expansão de 6,3%. Já em novembro, a comparação deve ser favorecida pela fraca base de um ano antes, quando a indústria puxou o freio após a acentuada queda na demanda depois do colapso do banco norte-americano Lehman Brothers, que secou o crédito ao redor do mundo.
Apesar da possibilidade de as vendas no ano superarem a previsão atual da Anfavea, com a produção não deve ocorrer o mesmo, disse Schneider. Segundo ele, nos 10 primeiros meses do ano o setor produziu cerca de 270 mil veículos a menos que no mesmo intervalo de 2008. "Não acredito que temos condições de resgatar esse número até o fim do ano."
Até outubro, a produção encolheu 9,7%, para 2,64 milhões de unidades e a projeção é de que encerre o ano com queda de 5,2% sobre as 3,21 milhões de unidades fabricadas em 2008.
EXPORTAÇÕES
As vendas externas em outubro tiveram alta de 8,4% ante o mês anterior, para 795,6 milhões de dólares. Já na comparação com outubro de 2008 houve queda de 39,7%.
As exportações em unidades somaram 47.190 unidades, alta de 16,7% sobre setembro e recuo de 31,2% na comparação com outubro de 2008.
"Sinais de recuperação ainda não estão consolidados a ponto de garantir a volta de nossos mercados compradores", disse Schneider, afirmando que o real valorizado não ajuda o setor. "Entendemos a lógica do câmbio flutuante, mas estamos olhando os efeitos que isso pode causar à indústria", prosseguiu.
Enquanto as vendas de veículos nacionais caíram 7% em outubro ante setembro, as de veículos importados cresceram 8,8%. No ano, o setor registra importação 21,6% maior que em igual período de 2008, para 386,4 mil unidades.
O número de empregos no setor era de 121.801 em outubro, alta de 0,5% contra setembro, mas queda de 7,5% ante outubro do ano passado.
Entre as montadoras, a Fiat manteve a liderança, vendendo 67.987 unidades de automóveis e comerciais leves em outubro, queda de 2,8% ante setembro.
A Volkswagen, em seguida, vendeu 59.293 unidades, retração de 9,6% contra setembro. A General Motors comercializou 55.335 unidades, recuo de 10,6% em outubro versus setembro. A Ford teve vendas de 28.041 unidades, redução de 3,6% mês a mês.
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