Topo

GM apresentará plano de reestruturação da Opel primeiro para trabalhadores

Em Washington

06/11/2009 06h06

O executivo-chefe da General Motors (GM), Fritz Henderson, disse nesta sexta-feira (6) que antes de apresentar o plano de reestruturação de Opel aos governos europeus irá compartilhá-lo com seus trabalhadores e que está preparando um "equipe de transição" para a reestruturação da filial.

HISTÓRICO DA NEGOCIAÇÃO

  • Reuters

    Após queda de 54% nas vendas em fevereiro deste ano, a representação europeia da GM se viu obrigada a buscar novos rumos para manter a viabilidade.

    O grupo Fiat apresentou proposta para controlar 30% da Opel/Vauxhall, mas sem qualquer aporte financeiro, o que não foi aceito pela GM.

    No mesmo período, a Magna International apresentou proposta de compra de 55% do conglomerado com dinheiro próprio (500 milhões de euros) e garantia de ajuda financeira estatal do governo alemão (até 4,5 bilhões de euros).

    Correndo por fora, a belga RHJ Internacional chegou a ofertar 300 milhões de euros pelos mesmos 55% de Opel/Vauxhall, enquanto a chinesa Baic ofereceu 600 milhões de euros próprios e mais 2,64 bilhões de euros em ajuda pública, fazendo com que a Fiat desistisse.

    Apesar da pressão por parte de sindicatos e de governos locais, principalmente o alemão, a indefinição prosseguiu até meados de outubro, quando a GM admitiu ter plano para manter o controle da Opel e definiu a data de 3 de novembro para anunciar dua decisão final sobre o caso.

    SAIBA MAIS:

Em declarações a meios de comunicação de Detroit, Henderson disse: "Em pouco tempo faremos apresentações aos respectivos governos", sobre o plano operacional.

Segundo Henderson, a GM está no processo de nomear "uma equipe de transição" que será encarregada de reestruturar a Opel, mas se negou a falar do número de postos de trabalho que serão eliminados.

"Em termos de números de pessoas, basicamente vamos revisar com nossa gente antes que fazê-lo com vocês", disse Henderson ao responder a um jornalista.

"Todos os planos, seja o nosso ou o da Magna (empresa canadense de autopeças, que pretendia assumir a Opel), exigiam uma substancial redução em capacidade e a necessidade de corrigir o tamanho da força de trabalho", manifestou.

Mas o máximo diretor da GM se negou a responder quantas das quatro unidades alemãs se salvarão.

Neste sentido, Henderson explicou que a atual liquidez na Europa "é suficiente" para pagar o empréstimo que o Governo alemão outorgou a Opel para operar enquanto se fechava a operação de venda à empresa Magna.

Berlim solicitou a GM que devolva o empréstimo (de 1,5 bilhões de euros) depois que o conselho de administração do fabricante americano cancelasse na terça-feira a operação de venda.

Henderson também disse que o plano de reestruturação será financiado "em parte por nós" graças à melhora de liquidez da companhia, mas que GM também poderia enviar dinheiro desde Estados Unidos.

"Temos a capacidade, se é necessário, de proporcionar apoio diretamente. De novo, só se é necessário", acrescentou.

Henderson reconheceu que GM tem que reparar sua imagem com os sindicatos europeus.

"Este foi um processo duro, longo e difícil. Em geral, 2009 foi um ano que estarei contente que se acabe. Danificou relações e temos que reparar. Essa é minha responsabilidade e a responsabilidade da equipe de direção".

Henderson também sustentou que não ia reprovar ao governo alemão, que se mostrou muito crítico com a decisão da GM de cancelar a venda de Opel a Magna.