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Toyota tem lucro no segundo trimestre, mas não anima investidores

Por Chang-Ran Kim<br/> Em Tóquio

05/11/2009 08h53

Apesar de anunciar um lucro trimestral surpreendente e reduzir pela metade a projeção de prejuízo anual, a Toyota Motor não conseguiu convencer os investidores de que está se recuperando, conforme subsídios do governo se esgotam e a firmeza do iene pressiona os negócios da maior montadora de veículos do mundo.

No período de julho a setembro, a montadora teve lucro operacional de 58 bilhões de ienes, 66% menor em relação ao ano anterior, mas superior à estimativa média de cinco analistas de prejuízo de 63 bilhões de ienes.

O lucro líquido do segundo trimestre caiu 84%, para 21,84 bilhões de ienes, enquanto a receita recuou 24%, para 4,54 trilhões de ienes.

A firmeza do iene continua sendo o arqui-inimigo da Toyota, já que a companhia exporta mais da metade dos veículos fabricados no Japão.

"Não há muito a fazer para combater a firmeza do iene a não ser continuar com nossas reduções de custo", afirmou o vice-presidente-executivo, Yukitoshi Funo, a repórteres.

As principais montadoras japonesas elevaram suas previsões para o ano até março de 2010, à medida que intensificam as economias e incentivos governamentais estimulam a demanda em meio à pior recessão em gerações.

Contudo, com tais programas de estímulo se esgotando, a Toyota busca eliminar mais despesas, tendo anunciado saída da Fórmula 1 na quarta-feira para dar melhor uso a uma verba anual de cerca de 300 milhões de dólares.

"O maior desafio para a Toyota agora é cortar despesas gerais", afirmou Koji Endo, analista sênior do Advanced Research Japan, em Tóquio. "A companhia não tem conseguido responder à queda repentina na receita com rápidas reduções de custo."

A Toyota, que até dois anos atrás era a montadora mais lucrativa do mundo, está esperando o maior prejuízo entre as companhias domésticas do segmento neste ano, pressionada por capacidade excessiva de produção após adicionar novas fábricas durante o boom ocorrido anos antes da crise financeira.

A montadora projeta um prejuízo operacional de 350 bilhões de ienes no ano até março, menor que os 750 bilhões de ienes previstos anteriormente, mas acima da estimativa consensual de 293 bilhões de ienes em uma pesquisa da Thomson Reuters.