Faustão cobrou mais do que George Clooney para vender carro chinês
"Apenas R$ 37.900 e nada mais". Se você estava no Brasil em 2011, deve ter ouvido essa frase muitas vezes na voz do apresentador Fausto Silva, o Faustão, destaque do noticiário após receber um transplante de coração no domingo retrasado (27 de agosto).
A frase acima fechava a propaganda que se repetia exaustivamente na TV para apresentar a então recém-chegada marca chinesa de automóveis JAC Motors. Na época, a montadora importava da China e vendia no Brasil os modelos J3, um hatch, e J3 Turin, um sedã.
A contratação de Faustão para o papel de garoto-propaganda foi ousada. E custou mais do que trazer estrelas de Hollywood como Jackie Chan e George Clooney, como conta Eduardo Pincigher, diretor de comunicação da JAC 12 anos atrás e no cargo até hoje.
"Desde o início do planejamento para lançar a marca no País, Sergio Habib, presidente da JAC Motors do Brasil] entendia que era necessário que a marca tivesse um padrinho. Aí, a agência sugeriu alguns nomes", lembra. Dentre os nomes indicados, estavam as estrelas de cinema como Clooney - logo descartadas por Habib, que queria passar a mensagem de bom custo-benefício.
"Aí surgiu a ideia do Faustão. Quando foram combinar o cachê, era até um valor mais alto do que custaria alguém como Clooney", conta Pincigher, que não revelou a quantia paga ao apresentador.
Faustão pediu test-drive
Além do cachê, Fausto Silva pediu um carro emprestado para a marca e também os endereços das concessionárias que seriam abertas para ele visitá-las, diz o diretor da JAC.
Habib conta que até o texto da propaganda foi criado por Faustão.
"Quando fomos gravar o primeiro comercial do J3, os roteiristas da nossa agência chegaram ao set de filmagem com vários roteiros minuciosamente e longamente elaborados", conta.
O apresentador leu todos, mas preferiu fazer um de cabeça após ouvir uma breve explicação sobre o que deveria ser falado sobre o carro.
Após alguns minutos, conta o empresário, Fausto pediu para gravar, falou o texto da própria cabeça em apenas um take e o comercial foi concluído.
A JAC Motors, que chegou a anunciar fábrica no Brasil, mas depois recuou, hoje continua comercializando veículos importados no mercado brasileiro, só que agora são todos elétricos.
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