Popular? Veja se já é hora de comprar carro elétrico após queda nos preços

Ainda importados, os carros elétricos estão cada vez mais acessíveis no Brasil e hoje já é possível adquirir um exemplar zero-quilômetro por cerca de R$ 150 mil iniciais - faixa de preço do recém-lançado Dolphin, da BYD, que sai por R$ 149.800, e também de Renault Kwid E-Tech (R$ 149.990) e JAC E-JS1 (R$139.900).

Para se ter uma ideia, em 2021 o automóvel 100% elétrico mais barato à venda no País custava cerca de R$ 185 mil, já aplicada a correção monetária. Trata-se de uma queda expressiva, que levanta a pergunta: finalmente chegou a hora de colocar um carro a baterias na garagem, sem recorrer às caras opções oferecidas por marcas de luxo?

Essa dúvida chega com força justamente quando duas montadoras chinesas preparam o início das atividades das duas primeiras fábricas de veículos elétricos no Brasil. A BYD acaba de anunciar a produção elétricos e híbridos em Camaçari (BA) a partir do último trimestre de 2024, enquanto a GWM (Great Wall Motor) deve começar a fabricar veículos eletrificados em Iracemápolis (SP) em maio do ano que vem.

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Prós e contras de comprar um elétrico agora

A GWM, que está vendendo o híbrido Haval H6 HEV por R$ 214 mil, e a própria BYD, com o Dolphin, chegam com preços extremamente agressivos como estratégia de marketing para se estabelecerem no Brasil. É uma estratégia conhecida da indústria, mas os preços vão subir após o período de lançamento. Quem tem interesse, pode aproveitar o momento para fechar negócio Ricardo Bacellar, sócio da consultoria Bacellar Advisory Boards e conselheiro da SAE Brasil

Por outro lado, destaca o especialista, espera-se que os preços fiquem mais acessíveis quando tiver início a produção local dos veículos a baterias. O colunista de UOL Carros Jorge Moraes, inclusive, informa que a BYD prepara o lançamento no Brasil do Seagull, um compacto elétrico na faixa de R$ 100 mil, caso fosse lançado hoje. De fato, seria preço de Chevrolet Onix e HB20 em versão intermediária por um veículo também pequeno, mas bem equipado, tecnológico e que não queima uma gota de combustível.

Como não existe bola de cristal, fatores como a cotação do dólar, que hoje tem viabilizado os preços mais em conta dos carros elétricos aqui, poderão mudar essa expectativa otimista.

"Como a produção de veículos elétricos e híbridos ainda não começou no Brasil, não dá para cravar uma previsão. Contudo, a julgar pela confiança dos chineses no potencial do nosso mercado, e considerando que hoje eles estão na vanguarda do desenvolvimento e da fabricação em larga escala de carros elétricos, os preços tendem a cair cada vez mais no País".

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Bacellar destaca que o câmbio estável tem contribuído para a chegada de BYD e GWM e, com maior volume de produção, inclusive para abastecer outros mercados, o custo de insumos como as baterias, que têm grande impacto no preço ao consumidor, serão progressivamente reduzidos.

"As montadoras chinesas, diferentemente das europeias, continuam privilegiando o volume de produção em detrimento da margem de lucro. Isso deverá acelerar a nacionalização de componentes em um mercado grande como o nosso, que não pode e não é ignorado. Obstáculos como crédito caro e redução no poder aquisitivo dos brasileiros serão revertidos em algum momento".

O consultor da Bacellar Advisory Boards complementa, dizendo que outras marcas chinesas de veículos preparam sua chegada ao País para a fabricação de modelos eletrificados - fomentando ainda mais a competição e estimulando a baixa nos preços.

Híbridos também têm vez

A van elétrica ID.Buzz, inspirada na Kombi, será oferecida por meio de assinatura pela Volkswagen no Brasil
A van elétrica ID.Buzz, inspirada na Kombi, será oferecida por meio de assinatura pela Volkswagen no Brasil Imagem: Divulgação

Cassio Pagliarini, da Bright Consulting, segue a mesma linha de raciocínio e afirma que, daqui a não muito tempo, haverá opções totalmente elétricas ainda mais acessíveis do que as atualmente comercializadas no Brasil.

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"Já existem sinais de que poderemos ter veículos elétricos na faixa de R$ 120 a R$ 130 mil, que passam verdadeiramente a ser alternativas de compra para clientes no uso urbano, mesmo antes da produção local. Isso exige veículos disponíveis na China ao redor de US$ 10 mil [cerca de R$ 49 mil na conversão direta] e que poderiam ser trazidos em volumes maiores", avalia Pagliarini.

O consultor pondera que o grande entrave para o veículo a bateria hoje é o preço, embora o custo da respectiva tecnologia esteja caindo. Cassio lembra que, para muitas fabricantes, incluindo marcas tradicionais há muito tempo instaladas no Brasil, a saída para oferecer carros eletrificados mais em conta é a combinação de motor elétrico com propulsor a combustão.

"Estão para ser lançados veículos híbridos leves, com baterias de 48V, pelas grandes montadoras já instaladas aqui. Carros com essa tecnologia permitirão uma eficiência energética melhorada em relação aos veículos à combustão a um preço mais baixo".

Bacellar faz coro ao colega e lembra que, para compensar o elevado custo de aquisição, marcas como a Volkswagen estão apostando no serviço de assinatura com seus primeiros carros elétricos lançados no Brasil: ID.Buzz e ID.4.

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