Topo

Pneu de 2ª linha: por que solução barata pode ser uma boa para seu carro

Julio Cabral

Do UOL, em São Paulo

21/07/2022 04h00Atualizada em 21/07/2022 18h01

Pneu de segunda linha é um termo corrente no mercado, mas nem sempre eles são sinônimos de algo pior do que a linha principal. Você pode adquiri-los de um outro representante comercial, exemplos de supermercados, grandes varejistas e lojas que não são da rede oficial de fabricantes, tais como Continental, Michelin e Pirelli, embora alguns sejam oferecidos nas próprias lojas da marca principal.

Segundo fontes consultadas por UOL Carros, tais pneus são de segunda marca e não são piores em segurança do que as grifes originais, porém podem ter características diferentes. Aliás, o termo segunda linha desagrada os fabricantes. "Por que se trata, na realidade, de uma segmentação de mercado e não uma linha de produto de má qualidade", defende Leandro Ramiro, gerente de marketing da Continental Pneus.

Mas o que faz eles serem mais baratos? A diferença no método de produção, o volume de vendas e o menor investimento em marketing são as principais razões.

"Sempre tem uma razão para custar mais barato, não só o custo de marketing, pode ser uma variação na borracha, na velocidade máxima suportada e algumas propriedades, mas não estariam de forma alguma colocando em risco a segurança. Até porque essas marcas são responsáveis pela fabricação deles", afirma Marco Barreto, docente do departamento de Engenharia Mecânica da FEI.

O professor ressalta que é necessário diferenciar um pneu de segunda marca de um feito sem a chancela de um grande fabricante ou de origem desconhecida. Pneus para caminhões costumam ser recauchutados, entretanto essa técnica não é tão boa para carros de passeio.

Há também um outro motivo que barateia o custo de tais pneus de segunda marca e ele está ligado à produção. "O custo é menor, pois já foi feita a amortização, o que inclui o desenvolvimento e maquinário de produção. Esse custo para a segunda linha é inferior", completa Marco. O reúso do maquinário de produção da geração anterior dos projetos principais é uma tática comum.

Diferentemente de um pneu que é o equipamento original do carro, os modelos de segunda linha são voltados ao mercado de reposição, no qual os baixos preços são um fator de compra importante.

Como saber se aquele determinado pneu tem um bom projeto? A resposta é olhar a etiquetagem do Inmetro. A etiqueta mede três fatores: a aderência no piso molhado, a eficiência energética (resistência ao rolamento), ambos com conceitos que vão de A a G, e o nível de ruído. É uma forma fácil de saber se os pneus são adequados ao seu perfil de direção e outras prioridades.

Grandes marcas são mais confiáveis, pois elas possuem laboratórios sofisticados e demorados processos de desenvolvimento em que são testados todos os parâmetros. Tudo é adequado ao perfil do veículo e uso do item.

Um projeto mais antigo da marca premium pode ser reutilizado também. A questão é que os projetos dos fabricantes principais vão mudando para atender às determinações das montadoras automotivas. Critérios como o de eficiência são cada vez mais duros, ou seja, talvez aquele pneu de uma submarca mais acessível não seja o melhor e também ofereça durabilidade menor.

Por mais que alguns desses pneus tenham altura menor do sulco de rodagem, a questão da durabilidade depende muito do perfil do motorista. "A durabilidade dos pneus do grupo Continental está relacionada a alguns fatores-chave: perfil de condução do motorista e cuidados preventivos, tais como calibragem semanal e a realização do rodízio dos pneus a cada 10 mil km rodados", ressalta Leandro.

Alguns fabricantes deixaram de investir em suas segundas marcas. No início do ano, a Bridgestone descontinuou a linha Dayton, que se encaixava nessa categoria e ficaram apenas com a Firestone, que também tem um posicionamento premium.

Entramos em contato com demais fabricantes, no entanto eles não responderam a tempo da publicação da matéria e a posição deles será incluída assim que as marcas responderem.

Confira alguns fabricantes e suas submarcas (algumas não são vendidas no Brasil):

Pirelli - Formula

Michelin - Uniroyal (voltada a veículos comerciais), Tigar e a BFGoodrich, que tem posicionamento intermediário para premium, mas chega a custar R$ 200 a menos.

Continental - Barum, General Tire (ambas são oferecidas no Brasil), Euzkadi e Viking

Goodyear - Kelly e Direction

Quer ler mais sobre o mundo automotivo e conversar com a gente a respeito? Participe do nosso grupo no Facebook! Um lugar para discussão, informação e troca de experiências entre os amantes de carros. Você também pode acompanhar a nossa cobertura no Instagram de UOL Carros.