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Volks manterá investimento de R$ 7 bi no Brasil apesar da crise, diz CEO

Do UOL, em São Paulo (SP)

26/06/2020 16h56

O CEO da Volkswagen, Pablo Di Si, garantiu que a empresa vai honrar o plano de investir R$ 7 bilhões no Brasil, mesmo com o coronavírus. Entretanto, o executivo admitiu que o cronograma vai sofrer atrasos.

"É claro que o que tínhamos em mente antes do coronavírus precisará ser reduzido, mas ainda precisamos ver o que vamos fazer. O planejamento de investimentos está mantido, mas será esticado um pouco por conta da pandemia. Infelizmente alguns desses lançamentos ficarão para 2021, mas vamos respeitar nosso plano de veículos", declarou, em live realizada por UOL Carros.

Di Si afirmou que a crise exige dedicação para garantir que a VW tenha uma situação estável.

"Vou fazer tudo que for possível para que isso não aconteça. Precisamos dar o melhor de nós, até o último milímetro de sangue que tivermos. Não é só sobre o dinheiro ou o caixa. Estamos falando da família Volkswagen, formada por milhares de empregos e sistemistas. Acredito, sim, que o setor vai sofrer, mas estamos trabalhando para que o impacto seja o menor possível".

Pablo Di Si 1 - Lucas Seixas/UOL - Lucas Seixas/UOL
Di Si acredita que tem uma responsabilidade social muito além da VW
Imagem: Lucas Seixas/UOL

Na condição de presidente de uma das maiores montadoras do país, Pablo ressaltou que também tem uma responsabilidade social.

"Uma das minhas funções é pensar de uma forma um pouco maior. Não apenas na Volks, mas sim na indústria como um todo. As montadoras empregam mais de 1,2 milhão de pessoas e isso é uma baita responsabilidade social. Essa recessão vai ser pesada em alguns países e temos que estar preparados para minimizar os efeitos na economia e garantir os empregos".

O mundo pós-Coronavírus

Fábrica da VW coronavírus - Divulgação - Divulgação
Executivo diz que acompanha situações das fábricas de perto
Imagem: Divulgação

O executivo disse que mantém conversas diárias com as concessionárias para assegurar que estejam seguindo os protocolos de saúde sugeridos pela VW.

"Nós apoiamos muito as concessionárias conversando com eles diariamente e todos estão convencidos de que, se não passarmos confiança de boas práticas de saúde para os consumidores, eles não vão ir até nossas lojas. Precisamos manter as boas práticas todos os dias com consistência e disciplina".

Perguntado sobre como a indústria automotiva vai se comportar no Brasil depois da pandemia, o argentino disse que ainda é cedo para fazer qualquer prognóstico.

"Precisamos esperar mais alguns meses para ver como vai se comportar o consumidor. Na China houve um crescimento em 'V', mas acho que isso não vá acontecer aqui".

Sobre o Salão do Automóvel, que por enquanto está agendado para 2021 após ter sido cancelado antes do Covid-19, Pablo afirmou que é preciso pensar em um novo modelo de negócios para os expositores.

"Nossa posição antes do coronavírus era de que não podemos pensar apenas no Salão do Automóvel desse ano. É preciso pensar na indústria do futuro. É claro que o Salão é um evento importante no Brasil, é um programa familiar. Mas não pode ter o mesmo custo do passado. Acredito que podemos fazer um evento atrativo para a família e que nos permita vender nossos produtos e serviços, como acontece na Agrishow. Acho que os Salões do Automóvel vão mudar no mundo inteiro depois da pandemia, e isso precisa mudar também no Brasil", concluiu.