Com Fiat-Chrysler na mira de marcas chinesas, mercado lista prós e contras

Controle chinês faria da FCA uma marca global de verdade, com amplo mercado
Ainda reverbera com força, nos Estados Unidos, a informação de que o controle da aliança FCA (Fiat-Chrysler Automobile) estaria sendo negociado com fabricantes chinesas de carros. Se na segunda-feira as ações da companhia subiram mais de 8%, agora analistas apontam prós e contras da negociação e indicam que até o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, estaria de olho na transação.
Mesmo sem ser confirmado pela FCA, cujos executivos estão em silêncio, esse negócio envolveria quatro grandes marcas americanas -- Jeep, Dodge, Ram e a própria Chrysler -- e mais a marca italiana Fiat, que juntas valem US$ 18 bilhões, aponta a agência norte-americana "Automotive News", que revelou a proposta da chinesa Great Wall (executivos teriam sido vistos na sede da FCA, perto de Detroit).
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Esse negócio também interessaria a outras três marcas chinesas: Dongfeng,Geely (que comanda a sueca Volvo desde 2010) e Guangzhou Automobile Group (parceiros de longa data da Fiat na China).
Segundo a italiana "Ansa", apenas as luxuosas Maserati e Alfa Romeo e a luxuosa e rentável e Ferrari permaneceriam sob controle da família Agnelli, que chefia a FCA atualmente.
Claro, a negociação mexeria também com o Brasil. Por aqui, a Fiat tem forte participação no mercado de carros de passeio, lidera o mercado de picapes médias (com a Toro), briga pela ponta do mercado de picapes compactas (a Strada liderou o nicho por 15 anos, mas foi ultrapassada este ano pela Volkswagen Saveiro). E, desde a união com a Chrysler, conseguiu também colocar a marca Jeep no topo do ranking de SUVs (o Compass briga carro a carro pela liderança com o Honda HR-V, ao passo em que o Renegade segue no pódio).
Perdas e ganhos
De acordo com o "Autoblog.com", dos EUA, a equipe de Trump está de olho nas consequências, entre outras empresas norte-americanas, do controle chinês sobre uma das gigantes automotivas do país.
Por outro lado, esta seria a chance da FCA ser uma empresa realmente global, ambição do atual chefão da marca, Sergio Marchionne, com dinheiro em caixa para desenvolver novos produtos e amplo mercado para vendê-los.
Especula-se que o governo chinês teria forte interesse em ajudar companhias do país a adquirem grandes empresas americanas e europeias, inclusive com incentivos: o total de investimento na década pode chegar a US$ 1,75 trilhão (sim, trilhão, algo como R$ 5,5 trilhões), aponta a agência Bloomberg.
Assim, a FCA finalmente teria abertura o bastante para vender bem na China (atualmente, Fiat e Jeep têm propagação limitada no maior mercado automotivo global), mas também em outros mercados asiáticos. Ao mesmo tempo, uma controladora chinesa finalmente teria acesso aos EUA, América Latina e Europa com chances reais de sucesso.
Corte de empregos nos EUA seria um risco menor, também, segundo analisa "Automotive News" e "Autoblog.com", já que os chineses são conhecidos por injetar dinheiro sem mudanças drásticas no gerenciamento e linha de produção das empresas, exatamente o caso da Volvo.
Quando a FCA propôs uma união com a General Motors, em 2015, um dos principais temores do mercado americano estava na possibilidade do corte de linhas de produção e demissão de empregados caso a fusão se concretizasse.
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