Novo Jeep Cherokee atrai todos os olhares, mas só até o Renegade chegar
Poucas vezes uma montadora esteve tão focada num único produto como a Jeep está agora, no Renegade. O SUV compacto será lançado no Brasil em março, com produção em Goiana (PE) numa fábrica da FCA (Fiat Chrysler Automobile) com bandeira da marca americana.
Natural, portanto, que o novo Jeep Cherokee -- lançado nos Estados Unidos em 2013 com marcante reforma visual -- não seja exatamente um trending topic automotivo entre nós. Mas é um carro bem interessante, ressalvando o preço exagerado; quase um crossover (station + utilitário), mantém capacidade fora-de-estrada (embora menos na versão Limited, que avaliamos) acrescida de cabine confortável e bom pacote tecnológico.
Os R$ 194.900 pedidos pela Jeep nem merecem comentário (o Cherokee equivalente nos EUA custa menos de US$ 40 mil). Paga quem quer. Mas é um valor que o posiciona entre a alta gama de marcas generalistas (Hyundai Santa Fé a R$ 153 mil) e o andar de baixo das premium (Audi Q5 de entrada a R$ 214 mil).
Uma coisa é certeza: ter um Cherokee 2015 atrai olhares nas ruas -- talvez mais de curiosidade que de inveja/cobiça/admiração. (Não custa lembrar que o modelo, quarentão, já foi ícone de novorriquismo no Brasil, junto com o Mitsubishi Pajero).
A dianteira é o ponto-chave: ela mantém a grade com sete aberturas verticais típica da Jeep, mas a ladeia com audacioso conjunto óptico em três porções: seta e luz diurna no topo, faróis ao centro, luz de neblina abaixo.
Novas tecnologias de iluminação, como xênon e LED, permitem esse tipo de arranjo, até porque ocupam menos espaço físico. Citroën (nova gama C4, Cactus e Picasso) e Nissan (Juke) seguiram caminhos parecidos (leia esta reportagem sobre o tema), mas o melhor resultado foi obtido no Cherokee. De resto, seu desenho faz com que pareça ser maior do que é, e a traseira poderia estar numa perua média-grande.
O QUE ELE TEM
O recheio da versão Limited é bom, tanto para a dirigibilidade/segurança quanto no trato aos ocupantes.
Entre outros itens, destacam-se: apoios de cabeça dianteiros ativos; airbags dianteiros frontais de múltiplos estágios e laterais, de cortina e de joelho para o motorista; controle de tração (TC), controle eletrônico de estabilidade (ESP) e de rolagem de carroceria (ERM); sistema de seleção de tipo de terreno (Selec Terrain); freio de estacionamento elétrico programável e assistente de partida em rampa; retrovisores externos aquecidos e rebatíveis eletricamente; bancos em couro, com os dianteiros dotados de aquecimento e ventilação e o do motorista de ajustes elétricos; ar-condicionado digital automático de duas zonas com saída traseira; sistema de multimídia com nove alto-falantes e tela tátil de 8,5 pol; tampa do porta-malas com abertura e fechamento por botão; e teto panorâmico.
O trem-de-força é composto pelo motor Pentastar V6 de 3,2 litros, a gasolina, por ora exclusivo deste Cherokee, conjugado a câmbio automático sequencial de nove marchas (no Brasil não há opção manual). A plataforma é produto da união entre Fiat e Chrysler: sua origem é italiana (Alfa Romeo Giulietta) e suas "evoluções" estão em carros recentes de Fiat (Viaggio), Dodge (Dart) e Chrysler (o novo 200). O Renegade usa a mesma base, capaz de suportar motores de 1,4 l a 3,6 l.
Ficha técnica: Jeep Cherokee Limited 4x4 2015
- Motor: Pentastar V6 3,2 litros a gasolina
- Câmbio e tração: A/T de nove velocidades; 4x4
- Potência: 271 cv (6.500 rpm)
- Torque: 32,2 kgfm (4.400 rpm)
- Dimensões: 4,62 metros (c); 1,68 m (a)
- Porta-malas: 700 l / 1.555 l
- Rodas e pneus: aro 18, 225/55
Embora possua real capacidade para encarar terrenos desafiadores, o Cherokee gosta mesmo é de rodar em bom asfalto. Numa viagem com quatro pessoas a bordo e porta-malas lotado, UOL Carros conduziu o modelo por cerca de 350 km e constatou alto grau de conforto a bordo, garantido pelo bom isolamento acústico, ar-condicionado eficiente e um acerto de suspensão típico de carros de passeio -- embora os pneus relativamente baixos às vezes transmitam impactos à cabine.
CONFORTO
Quem vai mais feliz no Cherokee são os passageiros. O motorista goza de uma série de facilidades -- mas devido à posição de dirigir elevada, à direção excessivamente "solta" e à suspensão macia, é preciso atenção redobrada para manter o SUV no traçado em curvas e mesmo nas retas, se em velocidade de cruzeiro elevada (120 km/h, por exemplo).
Nas arrancadas, o motor Pentastar (aspirado, 24 válvulas) não entusiasma, pois o torque de 32,2 kgfm só aparece em 4.400 rpm. Depois de embalado o Cherokee vai bem, mas fica a impressão de que ele mesmo acha exagerado esse câmbio de nove marchas: não adiantava selecionar 8ª ou 9ª na troca sequencial, porque na volta à posição Drive o câmbio sempre reduziu para 7ª.
O consumo rodoviário anotado por UOL Carros foi o esperado para um modelo desse porte, ainda mais se testado com cabine cheia: 10,75 km/l na primeira perna da viagem, e 11,6 km/l na segunda -- a marca melhor deveu-se ao cuidado específico em manter velocidades constantes, sem acelerações bruscas, para completar ida-e-volta com um tanque só. Deu certo.
Custando até três vezes mais, o Cherokee será coadjuvante nas duas centenas de revendas Jeep que devem estar funcionando no Brasil até o final do ano. A estrela é o Renegade, mas certamente alguns endinheirados vão crescer os olhos no modelo mais caro. Não tem como não reparar...
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