Peugeot 2008, quase pronto, terá bom recheio na estreia em junho
O Peugeot 2008 não foi apenas a grande estrela da marca francesa no Salão de São Paulo 2014. Será, a partir da segunda metade deste ano, a esperança de retomada após fase de queda livre da marca no mercado brasileiro. Antes candidata a ser uma das cinco maiores montadoras do país, a Peugeot hoje detém menos de 1,3% de participação -- nem no top 10 ela figura mais.
Com o SUV compacto, que será o único grande lançamento da fabricante em 2015 (que ocorre entre fim de maio e, o mais provável, início de junho; a outra novidade importante é o 308 europeu, que se tornará versão de topo da gama do hatch médio), o objetivo é voltar a crescer, embora em patamares mais modestos: 10% em 2015 (de 41 mil para 45 mil unidades por ano) e mais 10% em 2016, retornando ao patamar de 50 mil.
Daqui dois anos, um em cada cinco automóveis vendidos pela marca seria um 2008.
Ainda é pouco para a capacidade da fábrica de Porto Real (RJ), de 200 mil veículos/ano, mas o foco momentâneo da Peugeot é recuperar os prejuízos com aumento de rentabilidade, e não com crescimento das vendas. Isso significa reposicionar a marca como "premium", acima da Citroën (sempre foi o contrário, mas tudo bem) e abaixo da DS no grupo PSA, e oferecer produtos recheados de equipamentos e um pouco mais salgados no preço.
Por isso, não espere encontrar versões do 2008 muito abaixo de R$ 70 mil.
Em dezembro, a convite da Peugeot, UOL Carros visitou a fábrica da PSA no Rio de Janeiro e andou num exemplar pré-série do 2008. Foi possível conhecer vários itens que estarão nas versões definitivas do jipinho (ou crossover).
Conforme antecipado, a motorização será apenas 1.6, com o conhecido motor aspirado e bicombustível de 115/122 cv (gasolina/etanol) acoplado ao câmbio manual de cinco marchas do 208; e com o THP turboflex de 165/173 cv, recentemente lançado no C4 Lounge e com duas opções de transmissão de seis velocidades: manual (do DS3) ou automática (também do C4 Lounge).
Parece que a Peugeot acertou nas combinações: mecanicamente, as suspensões estão bem calibradas, e a estabilidade fica acima da média do segmento -- muito por conta do perfil baixo do modelo. O propulsor aspirado dá conta do recado sem dificuldades, enquanto o THP sobra -- e por isso deve virar referência no segmento. O ponto mais frágil está no câmbio de cinco marchas, bastante impreciso e com curso demasiadamente longo.
A lista de equipamentos também é robusta. No teste, o 2008 de entrada continha airbags frontais, direção, vidros, travas e retrovisores externos elétricos, sensor de estacionamento, ar-condicionado digital de duas zonas e central multimídia (bem completa e com comandos muito simples e intuitivos, diga-se).
O THP acrescentava controles de estabilidade e aderência (semelhante ao controle de tração), assistente de subida em rampas, airbags laterais e de cortina, faróis de neblina com dosagem da intensidade da luz em curvas e teto panorâmico de vidro. Uma câmera de ré seria bem-vinda, mas não chega a fazer tanta falta.
O acabamento é semelhante ao do 208, e talvez possa ser aprimorado para dar ao utilitário refinamento interno um pouco maior. De qualquer forma, faltando cinco meses para o lançamento, o 2008 já está em um bom caminho de desenvolvimento, e pode virar uma opção interessante em meio à fortíssima concorrência de Ford EcoSport, Renault Duster, Jeep Renegade e Honda HR-V (sem citar os que correm por fora).
Para além disso, ficou claro que itens como o motor THP turboflex e os câmbios de seis marchas são boas opções para incrementar os modelos de entrada do grupo (como 208 e 308), facilitando, inclusive, a nacionalização de algum modelo da recém-criada DS no futuro. Portanto, acertar a mão no 2008 é fundamental para definir o que será do futuro da Peugeot e da PSA no Brasil.
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