Ka e up! mudaram padrão dos populares no Brasil; UOL Carros aponta o melhor
Direto ao ponto: Volkswagen up!, revelado em janeiro e apresentado oficialmente em fevereiro deste ano, e a nova geração do Ford Ka, que ganhou as ruas logo após a Copa do Mundo, no final de julho, podem ser considerados os principais lançamentos automotivos do mercado brasileiro em 2014. O primeiro é, nas palavras da própria fabricante, seu carro mais importante nos últimos dez anos ("desde o Fox", de 2003). O último veio com a missão de revolucionar o segmento de compactos, que ainda é o mais movimentado do país. Mas qual é o melhor?
Internautas leitores de UOL Carros podem deixar sua opinião de forma mais ou menos indireta na enquete "Melhores Carros de 2014", que traz sete categorias (incluindo "melhor compacto" e "carro do ano") e pode ser respondida até o próximo dia 29. Nas lojas, a vitória relativa tem sido do Ka: desde que chegou às concessionárias (excetuando o período de testes e início de distribuição), o modelo da Ford vende sistematicamente mais que o up! -- em novembro e na primeira quinzena de dezembro, entregou praticamente o dobro. Agora é nossa vez.
239 ---- 2.115 ---- 3.517 ---- 5.198 ---- 5.744 ---- 6.223 21 6.316 50 5.846 319 6.272 7.093 6.441 9.603 5.283 10.748 2.775 5.794 55.969 33.628 Vendas mês a mês
Volkswagen up!
Novo Ford Ka
Janeiro
Janeiro
Fevereiro
Fevereiro
Março
Março
Abril
Abril
Maio
Maio
Junho
Junho
Julho
Julho
Agosto
Agosto
Setembro
Setembro
Outubro
Outubro
Novembro
Novembro
Dezembro (quinzena)
Dezembro (quinzena)
TOTAL
TOTAL
VISUAL
No último Salão de Frankfurt, em 2013, pude conhecer o brasileiro Marco Antonio Pavone, criador do up!, que me explicou a base do visual simples e funcional do modelo. A ideia era criar um carro "que uma criança pudesse entender", na tentativa de construir um novo ícone (como é o Fusca até hoje), com excelente construção e preço baixo. Bom o up! é, mas sua proposta não condiz com o preço cobrado no Brasil e isso ajuda a explicar a dificuldade em emplacar. Já a filosofia "One Ford" fez do novo Ka uma versão diminuta de outros modelos (como Fiesta, principalmente, Focus e Fusion), com mais presença e cara de malvado, tecnologia embarcada. É atratividade suficiente para um país onde o carro ainda é visto como sinal de status.
Com cinco estrelas na proteção a adultos (principal avaliação do Latin NCAP), o up! é incontestável em termos de segurança. A questão é que especialistas são categóricos: isso ainda é "algo a mais", mas não o fator de decisão para quem compra carro no Brasil. Isto talvez explique a atitude da Ford, que faz questão de deixar claro em falas de executivos e propagandas o quanto o novo Ka é "tecnológico". O modelo ainda não passou pelo teste de colisão, mas sai de fábrica com o pacote de segurança ativa robusto, a depender da versão: direção elétrica e controle de frenagem em curva (CBC) desde a inicial (SE), complementando os freios antitravamento obrigatórios (ABS com distribuição eletrônica de força); controles de estabilidade, tração e auxílio em ladeiras na versão topo (SEL) -- itens que deixam o carro muito mais na mão ao rodar tanto no asfalto bom, quanto em pisos difíceis e ainda podem ser detalhados pelo vendedor no momento da compra e reproduzidos pelo cliente, já na roda de amigos.
E isso tem feito diferença, segundo a marca: "Nosso consumidor está optando pela versão 1.0 SEL, que tem todo o pacote tecnológico e de segurança, em vez de comprar a 1.5 SE, que custa exatamente a mesma coisa, é mais potente, mas tem menos recheio", afirma Oswaldo Ramos, gerente de marketing da Ford.
Segundo o Inmetro, o up! é um carro mais econômico na cidade (faz 13,2 e 9,1 km/l, respectivamente com gasolina e etanol) enquanto o Ka poupa mais combustível na estrada (15,1 e 10,4 km/l). Reflexos das diferenças no desenvolvimento do conjunto mecânico: o modelo da Ford leva vantagem no próprio motor (85 cv a 6.500 rpm, 10,7 kgfm a 4.500 rpm, com etanol) e na direção elétrica (a do up! é hidráulica, com a elétrica como opcional), mas o concorrente se recupera com um acerto melhor do câmbio (especialmente nas marchas lentas) e maior suavidade no funcionamento do conjunto (82 cv a 6.250 rpm, 10,4 kgfm de torque a 3.000 rpm, com etanol), áspero demais no Ka.
Além disso, rodas mais estreitas calçadas com pneus mais finos e suspensão feita para ser mais suave ajudam a dar um perfil mais urbano ao up!, enquanto o Ka é mais versátil e passa muito mais segurança na estrada.
Neste quesito, o Ka passeia. O responsável pela integração do Ka com seus ocupantes é Ehab Kaoud, responsável também pela cabine do novo Mustang. Além de mostradores e botões emprestados de Fiesta e EcoSport, o grande feito é incluir o mais moderno sistema de conectividade da marca, fazendo com o que o carro "converse" com o smartphone do condutor. Parece bobo? Saiba que essa interatividade atrai novos compradores -- melhor, "compradores novos", "jovens".
Mensagens de texto, telefonemas, a música do celular -- tudo isso pode ser reproduzido de forma fácil no sistema nativo do Ka. "Todo mundo passa horas no carro, nas grandes cidades, e tem de estar confortável, acessar as funções com facilidade", explicou o chefe de design interno, durante o Salão de Detroit, em janeiro.
No caso do up!, o "problema" está na forma de negócio da Volks, que trata tudo o que é "diferenciado" como opcional. Quer ter conexão fácil, teclas no volante, GPS na tela (que ela chama de Maps & More)? Pague mais. Num mundo em que quase tudo é gratuito na internet e no celular, ter uma central que parece ter vindo de um automóvel do início dos anos 2000 é pedir para derrapar.
Falar de conforto e ergonomia em um ambiente compacto é algo sempre muito relativo, mas o Ka parece mais bem finalizado que o up!, com mais visual de "carro de verdade", além de ser maior em todas as dimensões. Além disso, formato e posicionamento de banco deixa o condutor mais bem sustentado (sobretudo se tiver pernas mais longas), o que cansa menos em viagens maiores.
O excesso de comandos no painel do Ka, porém, é prejudicial por tirar atenção da pista e, neste sentido, o up! é mais ergonômico e intuitivo. Apesar da queda nas vendas, 2014 foi um ano importante para o setor automotivo: airbags/ABS obrigatórios, modelos mais recheados, novas tecnologias e novas fábricas, além de grandes lançamentos. Agora é a sua vez de escolher os destaques. Os concorrentes são modelos inéditos ou que tiveram importante renovação em 2014. Bom voto! Vote nos melhores do ano
"Carro do ano" e mais seis categorias
Nenhuma das opções mais interessantes do mercado é barata, já que os preços orbitam o patamar dos R$ 40 mil, mas é inegável que o pacote da Ford é mais sincero. A versão testada, a SEL, oferece um pacote completo, com tudo de série, por R$ 40.590. O up! avaliado por UOL Carros, move up!, parte de R$ 30.500, mas coloca como opcionais a direção elétrica, o ar-condicionado e até até as portas traseiras (!) -- rodas, bancos de couro, sistema multimídia com som e navegador... tudo se resume a apertar mais teclas na calculadora. No total, R$ 41.763.
Além de oferecer um produto mais barato, a Ford acerta ao não criar uma lista extensa de opcionais, que acaba virando um quebra-cabeças. A "pegadinha" fica por decidir ter um carro com mais itens de segurança e tecnologia ou um motor maior e mais potente.
QUAL É O MELHOR?
A análise dos quesitos apenas reflete a leitura do comprador nas lojas: o Ford Ka leva o comparativo. Há pontos a melhorar (nova modulação do câmbio seria mudança essencial), mas no geral é um carro mais bem resolvido e com pacote mais sincero que o up!.
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