Volvo promete trazer seu carro de volta em 3 horas ou menos

Já faz alguns anos que o Brasil discute tornar rastreadores itens obrigatórios de carros novos, sem que governo, legisladores e o Contran (Conselho Nacional de Trânsito) cheguem a qualquer conclusão. Montadoras e fabricantes de aparelhos acham que o sistema deveria ser opcional -- alguns grupos acreditam que o uso compulsório fere princípios de privacidade, ainda que possa aumentar a segurança e reduzir furtos e roubos. Também está emperrado o chamado "RG do carro" (Sinav), chip eletrônico com dados de licenciamento, inspeções, multas e até histórico criminal do veículo.
Fato é que a Volvo, fabricante de hatches, sedãs, peruas e SUVs de luxo, divulgou informações interessantes sobre o assunto no último Salão do Automóvel, encerrado em 9 de novembro. A marca diz que seu serviço de rastreamento total de carros teve 7.500 adesões e zerou o número de acidentes com feridos/mortos, além de recuperar todos os automóveis roubados. Chamado OnCall, tem exatos dois anos -- estreou no Salão de SP de 2012.
No caso da Volvo, o rastreador é item de série para qualquer modelo da linha, que tem preço inicial de R$ 123 mil (o hatch médio V40). A ativação, porém, é opcional: quando contratado pelo cliente, opera por meio de conexão de celular privativa (o próprio carro tem seu chip 3G/4G atrelado ao rastreador, independente do celular do condutor), e funciona sem qualquer custo por dois anos. Depois, passa a cobrar anuidade de R$ 1.290. Daí a divulgação dos dados agora: a Volvo está confiante no sucesso do OnCall e acredita que os consumidores atuais devem renovar o serviço e que novos compradores devem aderir.
Segundo Luís Rezende, CEO da Volvo do Brasil, "Foram encontrados 100% dos carros roubados, sendo que 93% deles foram recuperados em até três horas". A vantagem está, também, na exclusividade: "É um caso único no Brasil, não há serviço similar no país".
Existente em todo o mundo (nos países onde a marca atua, óbvio), o sistema OnCall é uma função de segurança em caso de acidentes. A função de recuperação em caso de roubo é um "efeito colateral" por assim dizer. A central da Volvo monitora o carro o tempo todo e é alertada da batida mais grave pelo próprio sistema do automóvel -- acionado, por exemplo, quando o airbag é acionado.
A função que rastreia o carro em caso de roubo pode ser acionada pelo proprietário através de um aplicativo do celular -- ou de uma ligação para a central. O funcionamento é semelhante ao de serviços que localizam smartphones roubados (Apple, Samsung e Sony têm, por exemplo): na tela do celular, o app mostra a posição do carro no mapa, além de botões para localizar e até cortar o combustível do motor.
Segundo a Volvo do Brasil, são 7.500 carros conectados no país. Embora a marca tenha vendido apenas 2.940 carros em 2013 e número similar em 2012, o restante vem de donos de carros mais antigos, que também optaram pelo serviço. Segundo a marca, o sistema OnCall integra carros da Volvo desde 2011, mas sua ativação local foi adiada por conta do imbróglio das autoridades com o chip veicular, mesma solução que seria usada pela montadora inicialmente.
Destes, 28 foram furtados ou roubados e recuperados nestes dois anos, sendo que 26 (93%) foram reencontrados em até três horas. Um deles, na cidade de São Paulo, teria voltado para o cliente em 27 minutos. Não há dados sobre carros furtados/roubados sem o serviço.
No caso de acidentes, foram registrados 16 casos -- nenhum com morte ou ferimento grave de ocupantes.
Apenas para constar, segundo o "8º Anuário Brasileiro de Segurança Pública", divulgado no começo de novembro (mas com dados referentes a 2013), foram 228.800 furtos/roubos de veículos registrados no Brasil em 2013.
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