Salão do Automóvel é templo de promessas, nem todas cumpridas; veja lista
UOL Carros se prepara para a cobertura do Salão do Automóvel de São Paulo 2014, que tem tudo para ser uma das edições mais quentes da história do evento, o maior do gênero na América Latina também um dos maiores do mundo. E isso não apenas pela alta temperatura típica dos meses de outubro e novembro em São Paulo (e dentro do Anhembi), nem pelo cenário de seca e falta d'água na capital.
Por conta do atual regime automotivo nacional, uma invasão de fábricas se anuncia daqui até 2016. Duas delas, Nissan e Chery, já estrearam e uma terceira, a BMW, abrirá as portas até o final deste mês de setembro, em Araquari (SC). Efeito direto, o visitante do Salão de 2014 certamente terá acesso a novos modelos ou, pelo menos, a versões nacionalizadas de carros consagrados.
Nada disso, porém, é exatamente novo. O chamado Inovar-Auto, que redefiniu as regras do setor, foi anunciado quase que conjuntamente com a abertura da última edição do salão, há dois anos. Algumas marcas se viram surpresas, mas outras -- como a BMW -- souberam aproveitar o momento para largar à frente das rivais. Desde então, muito se mostrou, discutiu e lançou. Mas muita coisa foi descartada, por conta das profundas mudanças no segmento automotivo brasileiro.
Assim, cabe a pergunta: que lições foram tiradas desde o último salão? Quais promessas foram cumpridas? Os carros mostrados chegaram, fizeram sucesso ou fracassaram?
UOL Carros elencou 24 tópicos que traçam o legado do Salão de São Paulo 2012:
1. Anhembi
Ano após ano, também, há rumores sobre novos locais para abrigar não apenas o salão, mas de diversos eventos que a cidade recebe.
Quem fim levou: sem qualquer definição, seguiremos para mais uma edição no pavilhão. Mas sem melhorias, nem espaço ideal, o público cai, enquanto o preço do ingresso sobe.
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2. Audi
Promessa: a marca passou o ano inteiro de 2012 ameaçando estrear a nova geração do médio A3 no Brasil, mas por conta das (in)definições do governo acabou o fazendo apenas durante o Salão de SP, em outubro. Mostrou outros conceitos, como o A1 Quattro (motor de 256 cv), mas apenas o A3 chegou às ruas.
Que fim levou: depois de muita demora, o A3 começou a ser vendido com motor 1.4 e 1.8 TFSI. Mas a grande questão é que todos esperavam por sua fabricação local, justamente por conta do Inovar-Auto, algo que não aconteceu -- em vez disso, a empresa preferiu produzir a versão sedã, que chegou em 2013 e fez sucesso, até por ser menos careta que o hatch.
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3. BMW
Promessa: em fase de transição desde que anunciou o início das obras de sua primeira fábrica no Brasil, a BMW utiliza as vantagens de importadora (cota maior de importação) para trazer praticamente todos os seus modelos vendidos fora do país. Em 2012, porém, sua maior promessa foi o lançamento da versão híbrida do Série 3 -- que só saiu do papel de forma tímida, em poucas unidades por encomenda.
Que fim levou: se o Série 3 híbrido "evaporou", a versão flexível chegou, surpreendeu e mexeu com o mercado -- afinal, é o primeiro carro com motor turboflex do mundo, com pacote bastante competitivo dentro do segmento de luxo.
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4. Chevrolet
Promessa: A expectativa da empresa estava inteiramente depositada no Onix, hatch compacto que chegava para substituir o cultuado Corsa, ao mesmo tempo em que era o modelo mais esperado da nova plataforma universal da montadora (a mesma de Cobalt, Spin, Sonic e, depois, Tracker). Malibu e Trailblazer foram exibidos para "demonstração de tecnologia e requinte", sendo que a picape é o modelo mais caro fabricado no Brasil e o sedã sequer estreou oficialmente, ainda que possa ser adquirido em algumas lojas.
Que fim levou: O Onix estourou e atualmente é um dos carros mais vendidos do país (os paulistanos adoram, por exemplo). A Trailblazer foi lançada, mas está longe de incomodar a líder Toyota Hilux SW4. O Malibu subiu no telhado.
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5. Chery
Promessa: esperançosa por ter anunciado a construção de sua primeira fábrica fora da China (e também a primeira sede de uma montadora chinesa no Brasil), a Chery mostrou no Salão de SP de 2012 o hatch compacto Celer, que começaria a ser importado no ano seguinte.
Que fim levou: aos trancos, por conta de problema com alguns modelos (como o lançado/aposentado S18) e pelo super-IPI para importados, a empresa lançou o Celer em banho-maria. Recentemente, disparou ao inaugurar a fábrica de Jacareí (SP) e revelar o visual do Celer nacional, que sairá da linha de montagem brasileira ainda este ano. Ultrapassou a JAC e se tornou a maior operadora chinesa no país.
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6. Chrysler
Promessa: a Chrysler (com suas submarcas Dodge, Jeep, Ram e SRT) ainda estava longe da unificação com a Fiat, e usou o Salão apenas para reafirmar sua condição de empresa premium.
Que fim levou: sem bala na agulha, porém, a empresa ficou apenas como exibidora de show cars, já que sua maior atração, o superesportivo Viper, não viu a luz do sol no Brasil.
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7. Citroën
Promessa: após reunir suas forças em 2012 para lançar a atual geração do C3, seu modelo mais importante, e o descolado DS3, a Citroën se concentrou no lançamento de mais dois modelos da linha DS: DS4 e DS5, numa tentativa de elevar sua imagem junto ao público.
Que fim levou: com a redução da cota de importação determinada pelo Inovar-Auto, a Citroën passou a vender apenas a quantidade de DS3, DS4 e DS5 que podia trazer da França. E ficou nisso. No final de 2013 a marca também apresentou o C4 Lounge, substituto do Pallas.
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8. Fiat
Promessa: iniciar as vendas do 500 C, o conversível mais barato do Brasil, e incentivar o comércio de outros modelos em linha (como Linea, Grand Siena, Uno e Palio) por meio de séries especiais. Além disso, "salvou" o público ao garantir a exposição de dois esportivos: Ferrari 458 Italia e Maserati GanCabrio (marcas que no Brasil são representadas por importadores independentes, que ficaram de fora do evento).
Que fim levou: difícil analisar a atuação da Fiat, que vive de intensas remodelações e séries em suas linhas -- com tanta diversidade, consegue atrair diferentes públicos e manter a liderança do mercado. As versões especiais "Sublime" e "Interlagos" dos modelos citados, por exemplo, pouco duraram. O 500 C continua à venda. E os superesportivos vendidos pela Via Italia, de São Paulo, correm o risco de ficar fora de mais uma edição.
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9. Ford
Promessa: lançar o Fiesta brasileiro sem perder a qualidade do mexicano, já que a empresa passava por uma importante fase de transição, como parte do plano de ter uma gama totalmente globalizada até 2015.
Que fim levou: a empresa foi uma das poucas a cumprir integralmente o prometido -- terminou de globalizar toda sua linha este ano, com o lançamento da nova geração do Ka, que agora possui até versão sedã, e a aposentadoria do Fiesta Rocam.
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10. Honda
Promessa: retomar as vendas do esportivo Civic Si no Brasil e ampliar os números do Fit com a versão aventureira Twist.
Que fim levou: o Si ainda não retornou e deve voltar a ter uma exemplar exibido na edição de 2014. Já o Twist agradou, mas como foi lançado com data de validade, deixou de ser produzido com a estreia da terceira geração do modelo, em abril.
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11. Hyundai
Promessa: além de adaptar i30 e Elantra ao gosto local (com motores flex), a Hyundai fez do Salão de São Paulo um grande palco para seu recém-lançado HB20. Mostrou o hatch em diversas cores e ainda apresentou a versão aventureira HB20X.
Que fim levou: com os preços elevados adotados pelo grupo Caoa (responsável pelos importados), i30, Elantra e Santa Fe sofreram uma grande queda nas vendas e na preferência popular. O HB20 fez o oposto: viu a família aumentar com a chegada do HB20S (sedã) e foi o maior responsável pelo amplo crescimento da Hyundai no Brasil, que rivaliza com Renault e Ford em vendas.
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12. JAC
Promessa: vender seus produtos a preços competitivos, incluindo o subcompacto J2 e o J3 flex, que estrearam no evento, até que a fábrica em Camaçari (BA) ficasse pronta, no final de 2014.
Que fim levou: com a regulamentação do Inovar-Auto, as cotas de importação e o super-IPI para importados, foi uma das marcas que mais perdeu participação. O empecilho de vendas levou também ao atraso da fábrica baiana, deixando a empresa rendida. O J3 foi reestilizado e a van T8 foi lançada, mas ações maiores só acontecerão em 2015, nova data para que a unidade de Camaçari saia do papel.
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13. Jaguar Land Rover
Promessa: atualizar a gama de produtos e alinhá-los aos lançamentos globais da empresa; vender o limite máximo da cota de importação definida pelo governo.
Que fim levou: apesar dos lançamentos, quem seguiu fazendo sucesso foi o Evoque. Com isso, deu confiança à matriz para que a empresa se instalasse por aqui -- em 2013, um ano depois, a marca anunciou a construção de sua primeira fábrica na América Latina, em Itatiaia (RJ). Para a edição de 2014, a marca vai mostrar, também o Land Rover Discovery Sport, membro de uma nova família de modelos e que será o primeiro modelo feito por aqui.
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