Troller T4, idolatrado pelos jipeiros, cresce em qualidade e preço
A Troller começa a vender em setembro a nova geração do utilitário T4, um dos carros mais queridos dos praticantes de off-road no Brasil. Fabricado em Horizonte (CE) desde 1999, o jipe cresceu no tamanho e na qualidade geral de projeto e produção. Inevitavelmente, também "evoluiu" no preço: dos R$ 96.850 atuais, já nada baratos, deve fica pelo menos 15% mais caro -- vai custar acima de R$ 110 mil (valor que não inclui nenhum dos 130 acessórios originais, boa parte deles útil nas trilhas).
Quem conhece bem o T4 atual provavelmente não vai reclamar do novo e de seu preço. O utilitário passou por uma reforma radical, a começar do estilo -- cujo conceito principal é a aplicação estética da letra "T" às formas e peças da carroceria. O resultado foi a troca do jeitão de Jeep Willys pelo de Hummer. Comprimento, altura, largura e entre-eixos (4,09 m, 1,96 m, 1,97 m e 2,58 m, respectivamente) foram vitaminados.
Por ser produzido em escala limitada, de até 1.500 carros por ano, o T4 aproveita peças de modelos da Ford, empresa proprietária da Troller desde 2007. O upgrade qualitativo da nova geração acontece também nisso: antes, a fonte era o Fiesta Rocam, um carro de vocação popular; agora, boa parte da cabine é emprestada da picape Ranger, que mira um público mais exigente. Em tempo: o T4 possui freios com ABS (antitravamento) e EBD (distribuição de força da frenagem), mas não traz airbags, que não são obrigatórios neste tipo de carro porque podem ser acionados indevidamente em uso off-road (mas há modelos em que o equipamento é desativável pelo motorista -- e deveria ser o caso do T4).
ESTRUTURA
A carroceria do T4, que combina aço e fibra de vidro, é montada sobre chassis e se apóia em suspensões com eixo rígido e molas helicoidais. Os quase 2 metros de altura permitem que se mantenha distância de 20,8 cm no ponto mais próximo ao solo (diferencial traseiro; o assoalho está a 31,6 cm). Segundo a Troller, o T4 pode transitar em cursos d'água de até 80 cm de profundidade. Os ângulos de entrada e saída são iguais, de 51 graus; e, apesar do significativo aumento do entre-eixos, o ângulo de rampa melhorou em 1 grau (foi a 30 graus).
São números que pouco significam para o motorista comum, mas que encantam os "trolleiros", garantindo que quase a metade dos novos T4 seja comprada por quem já têm/teve outro T4; haveria casos até de proprietários de duas unidades, uma para dirigir na cidade, tirada da loja sem firulas; e outra para as trilhas, incrementada com partes e instrumentos paralelos (cuja instalação/adaptação ao modelo foi descrita por um executivo como "gambiarra") ou com acessórios originais -- como pneus lameiros (até 80/20 off/on-road; os originais são 70/30 on/off-road), guincho por cabo de aço, snorkel, parachoque especial etc. (A Troller não divulgou os preços dos itens.)
MOTOR
O trem-de-força do T4 é o motor Duratorq turbodiesel de 3,2 litros, cinco cilindros, 20 válvulas, utilizado nas versões mais caras da Ranger. Ele produz 200 cavalos de potência e -- mais importante -- 48 kgfm de torque na faixa de 1.750 a 2.500 rpm (a unidade substitui o 3 litros de 163 cv e 39 kgfm). A transmissão é sempre manual, de seis marchas, com opções de tração 4x2, 4x4 High (recomendada para pisos escorregadios, com engate a até 120 km/h) e 4x4 Low (reduzida, para uso em off-road extremo, atoleiros e rampas).
É um conjunto frugal: segundo a Troller, o consumo médio na cidade é de 9,8 km/l; na estrada, 12,3 km/l. São marcas que permitem uma autonomia interessante, já que o tanque de combustível recebe até 62 litros. Mas viagens ou excursões mais longas não são ajudadas pelo minúsculo bagageiro de 134 litros (sem contar o rebatimento).
EM AÇÃO
A equipe de UOL Carros participou de um test-drive ligeiro do Troller T4 nesta terça-feira (24), trafegando em trechos de asfalto e off-road no interior de São Paulo.
Na estrada, a sensação de guiá-lo é a mesma que se tem ao comando de uma picape média a diesel. O ponto forte são as respostas imediatas do motorzão, que retoma numa boa mesmo em terceira ou quarta marchas. O fraco, a inevitável sensação de que o T4 não vai conseguir fazer a próxima curva (obviamente, ele faz, mas é bom ter cautela -- até porque não há controles eletrônicos de segurança ativa). A "culpa" é do centro de gravidade elevado.
No off-road, o T4 continua sendo um monstro devorador de terra, lama e pedras, mas agora com mais refinamento. Trilha boa sempre maltrata os ocupantes devido aos solavancos e chacoalhões; se passar por isso é inevitável, que seja numa cabine mais bem-cuidada. E, claro, apesar de o espaço no banco traseiro não ser tão exíguo como em outros jipes de duas portas (a cabeça não sofre; o problema são as pernas), o ideal é sempre desfrutar do Troller T4 em dupla.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.