Nissan March nacional tem ar e direção por R$ 32.990, menos que rivais
De todos os passos dados pela Nissan para se tornar a principal montadora japonesa no mercado brasileiro -- posto atualmente ocupado pela Toyota, sexta colocada em vendas--, nenhum é tão importante quanto o dado nesta sexta-feira (16). Para chegar até aqui, foi crucial ter investido R$ 2,6 bilhões e inaugurado uma impressionante unidade de produção em Resende (RJ) -- sem ligação direta com a Renault, como ocorre em São José dos Pinhais (PR).
Mas de que adianta ter uma fábrica novinha sem produto para vender? Esta é justamente a novidade da vez em Resende: o carro-chefe da nova fase da Nissan no país é o facelift do compacto March, que chega às concessionárias sob a alcunha "New March". Ele chega para brigar de frente com outros modelos de entrada um pouco mais "recheados". Para isso, a tática da Nissan, ressaltada várias vezes ao longo da apresentação à imprensa, é "oferecer um veículo com mais itens a um preço justo". Sua versão de entrada, a R$ 32.990, é mais barata que a do HB20 (R$ 35.395) e conta com itens de série -- os principais são direção assistida (elétrica) e ar-condicionado -- só existentes no up! como opcionais ou na versão topo black/red/white (R$ 40.190).
Conforme antecipou UOL Carros, o pacote mais recheado do que o antecessor deixou os preços do New March um pouco mais caros, chegando a R$ 42.990 na versão topo, a 1.6 SL, que conta com itens como câmera de ré, navegador GPS e rodas de liga leve com aro de 16 polegadas, inexistentes até então na linha. Quase uma cópia do Micra europeu (o projeto é global), o novo carrinho chega em seis versões. Confira todas elas e o que cada uma traz:
+ New March 1.0 Conforto (R$ 32.990)
Quatro portas; direção elétrica progressiva; acelerador eletrônico; ar-condicionado; alarme sonoro para chave de contato e luzes acesas; apoios de cabeça dianteiros e traseiros com regulagem de altura; banco do motorista com regulagem de altura e suportes laterais nos encostos; bloqueio de ignição; cintos de segurança dianteiros com pré-tensionadores e limitador de carga; cintos traseiros laterais com três pontos; porta-copos e porta-objetos no console central e portas dianteiras; preparação para sistema de áudio; desembaçador do vidro traseiro; porta-malas com iluminação; rodas de aço aro 14; volante de três raios com regulagem de altura, além de airbag frontal duplo e freios com sistemas antitravamento (ABS) e assistência de frenagem (BA) obrigatórios.
+ New March 1.0 S (R$ 34.990)
Acrescenta à versão 1.0 Conforto: maçanetas internas cromadas e acabamento em prata no apoio de braço das portas dianteiras; vidros elétricos; travas elétricas com acionamento remoto pela chave (inclusive do porta-malas); retrovisores externos com regulagem elétrica; revestimento das portas dianteiras em tecido.
+ New March 1.0 SV (R$ 36.990)
Itens da versão 1.0 S e mais: faróis dianteiros de neblina; moldura da grade inferior cromada; entrada auxiliar para MP3/iPod, USB, CD Player, conexão Bluetooth para celular com sincronização de agenda, comandos de voz e streaming para arquivos de música; quatro alto-falantes; revestimento dos bancos com acabamento diferenciado; rodas aro 15 de liga leve; spoiler de teto com terceira luz de ré e LEDs.
+ New March 1.6 S (R$ 37.490)
Motor de 1,6 litro e itens da versão 1.0 S.
+ New March 1.6 SV (R$ 39.990)
Motor de 1,6 litro e itens da versão 1.0 SV.
+ New March 1.6 SL (R$ 42.990)
Acrescenta à versão 1.6 SV: faróis com máscara negra; maçanetas externas cromadas; ar-condicionado digital automático; acabamento em preto brilhante e detalhes prateados no console central; alarme perimétrico com acionamento pela chave; sistema multimídia com tela de 5,8 polegadas, conexão com celulares Android e iOS, acesso a aplicativos do Google e Facebook, navegação por GPS e câmera traseira com imagem integrada; revestimento dos bancos em tecido especial.
A fabricante oferece seis opções de cores na paleta, sendo duas novas perolizadas: azul Pacific e branco Diamond. A lista de acessórios incluem frisos laterais na cor e com o nome do veículo inscrito; tapetes e aerofólios personalizados; ponteira cromada; automatizador dos vidros elétricos; trava de estepe; sensor de estacionamento; protetor de cárter; tela de navegação GPS, com 4,3 ou 5 polegadas entre outros.
VELHO MARCH
Apesar do face-lift, o March antigo, fabricado no México, segue à venda em configuração mais básica. Preços e itens de série serão revelados posteriormente, mas o carro será vendido apenas com motor de 1 litro para alavancar as vendas. É a mesma tática usada pela Fiat com o Palio Fire -- e, antes, com o Mille -- e pela Volkswagen com o Gol G4 até o ano passado.
GRANDES AMBIÇÕES
Mesmo sendo um projeto global, o New March será montado com 64% de componentes nacionais nesta primeira fase de produção, com previsão de que chegue a 80% até 2016 e, depois disso, até 90%.
Quando iniciou a importação do March ao Brasil, em 2011, a Nissan ganhou maior notoriedade no país. O carrinho chegou a ser o 23º veículo de passeio mais vendido do país em 2012, com 33.149 emplacamentos (média de 2,7 mil ao mês), deixando a Nissan como sexta fabricante mais vendida, tendo fatia de 3,07% do mercado (dados da Fenabrave/Renavam).
Entretanto, os novos obstáculos de importação impostos pelo programa Inovar-Auto promoveram uma queda substancial no último ano e meio, tanto do compacto -- média de 2 mil unidades comercializadas por mês em 2013, e 1,3 mil nos quatro primeiros meses deste ano -- quanto da marca -- oitavo lugar no consolidado de 2013 e nono no último quadrimestre, com 2,02% de participação.
Segundo fontes ouvidas por UOL Carros durante o lançamento, o objetivo é promover um crescimento "progressivo" da marca e, para isso, a boa aceitação do facelift é fundamental: ainda no fim deste semestre, a meta é devolvê-lo à faixa dos 2 mil emplacamentos/mês, elevando-o a 3 mil até o fim do ano e, numa nova etapa, a 5 mil.
Com a produção nacional do New March -- bem como do sedã Versa, a partir do segundo semestre -- a Nissan quer voltar à casa dos 3% ainda em 2014, vendendo 110 mil veículos. A médio prazo, o objetivo é chegar aos 5% até 2016. Nesse momento, roubaria da Toyota o posto de principal montadora japonesa em nosso país e até esboçaria fôlego para achar um espaço entre as cinco maiores, quando entraria na disputa com a parceira Renault e com a sul-coreana Hyundai.
COMO É O MARCH NOVO
Quem viu o álbum exclusivo do Nissan Micra 2014, preparado por UOL Carros durante o Salão de Frankfurt do ano passado, não encontrará grandes novidades no New March. Na verdade, as únicas diferenças são o volante multifuncional, exclusivo para o mercado brasileiro, e a tampa do porta-malas, que é um pouco mais curta.
Por fora, o compacto ganhou uma cara mais malvada, deixando de lado a expressão chorosa do antecessor. As linhas arredondadas perduram, mas o conjunto óptico dianteiro ficou mais anguloso, espichado e saltado. Alargada, a grade dianteira ganhou divisórias em estilo colmeia (formas hexagonais) e agora abriga o emblema da Nissan en adereço cromado em formato de "U" -- antes, ficava acima.
Já os nichos dos faróis de neblina (que estão presentes, de fato, só a partir da versão 1.0 SV) passam a ter formato triangular e estão posicionados mais lateralmente no parachoque. Mais robusta, a lateral agora forma uma saliência na altura da cintura, em contorno que se prolonga até as lanternas traseiras. A parte de trás, aliás, também ficou mais bojuda, com opção de spoiler alongado.
As dimensões também mudaram: o comprimento foi aumentado em 4,7 centímetro, para 3,83 m. O entre-eixos segue em 2,45 m, mas a largura também foi aumentada (em 1 cm, para 1,68 m), o que deixa o hatch um pouco mais espaçoso, de acordo com a marca. Mesmo nas versões mais caras, que trazem mais detalhes em prata ou cromado, os adereços são bastante sóbrios e harmoniosos, com revestimentos elegantes para os assentos.
MOTOR CONHECIDO
A motorização continua a mesma, mas também foi nacionalizada: o motor quatro-cilindros de 1 litro, bicombustível, é produzido pela fábrica da Renault em São José dos Pinhais (PR). São 74 cavalos de potência (a 5.850 rpm) e 10 kgfm de torque (a 4.350 giros), tanto com etanol quanto com gasolina.
O 1.6 (também flexível, e com mesmo número de cilindros e válvulas) está sendo feito em Resende, com base no projeto mexicano, mas recalibrado para atingir picos de torque e potência em rotação mais baixa. Rende 111 cv de potência (a 5.600 rom) e 15,1 kgfm (a 4.000 rpm) com qualquer combustível.
A transmissão é sempre manual de cinco velocidades.
De acordo com o Inmetro, o consumo para o 1.0 é de 8,7/12,5 km/l no ciclo urbano e 10,4/14,8 km/l no trajeto rodoviário, com etanol e gasolina, respectivamente. Para a configuração 1.6, as médias são de 8,1/11,6 km/l na cidade e 9,3/13,2 km/l na estrada, também com etanol e gasolina, respectivamente.
UOL Carros participará de teste com a versão SL 1.6, topo da gama, e publicará em breve suas impressões.
Viagem a convite da Nissan.
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