Jeep que deve ser nacional sinaliza enfraquecimento da marca Fiat
O surgimento das primeiras imagens do Jeep Renegade, utilitário compacto que será o modelo de entrada global da Jeep, joga luz sobre os planos da aliança Fiat-Chrysler (FCA), inclusive para o Brasil.
O chefão Sergio Marchionne parece ter opinião semelhante à de alguns analistas da indústria, que veem a Jeep como a marca mais promissora entre todas do portfólio da FCA -- mais até que a própria Fiat.
Uma das primeiras imagens do jipinho (literalmente) Renegade, que estreia em Genebra
China e Brasil estão no centro dessa estratégia. O país asiático, como consumidor. O nosso, também como produtor -- especificamente, a partir da nova fábrica do grupo, em Goiana (PE). O Renegade (cujo nome nacional pode ser outro) deve ser o primeiro carro a ser produzido na unidade, antes de qualquer modelo Fiat.
Na Europa, o Renegade será mostrado esta semana, no Salão de Genebra. Já o Fiat 500X, versão crossover do 500L, ficou para o Salão de Paris, em setembro. São dois produtos de mesma plataforma, mas a prioridade é do "suvinho" de DNA americano (o desenho é ianque, mas sua produção inicial será em Melfi, na Itália).
Estilo "caixa" e rodas nas extremidades "alongam" o Renegade, que não deve ter mais de 4,2 metros de comprimento
O CEO da Jeep, Mike Manley, afirmou ao Detroit Free Press que o plano é elevar as vendas globais anuais da Jeep para a casa de 1 milhão de carros -- este ano, a expectativa dele é subir dos 732 mil de 2013 para cerca de 800 mil carros. (Marchionne entrou em cena logo depois e disse que a meta de 1 milhão é para já.)
"A Jeep é a marca que mais cresce na China, mas lá ainda somos um player de nicho", avaliou Manley. Por ora, alguns obstáculos burocráticos junto ao governo chinês (que ainda exige a formação de joint ventures para permitir a fabricação local) estão por ser destravados.
Em princípio, o Brasil entrará numa espécie de segunda fase da fabricação do Renegade/500X, entre 2015 e 2016, quando a produção global dos dois modelos já deverá ter superado os iniciais 280 mil carros/ano (número apurado pelo Automotive News Europe; significativamente, são 150 mil Jeep e 130 mil Fiat).
Tudo isso sinaliza a percepção da FCA de que a Fiat, como marca (e não como grupo) não se sustenta fora de mercados onde já é forte, como Brasil, Itália e parte limitada da Europa. O acesso a mercados cruciais fora desse eixo, como a China, pode então ser delegado à marca de maior prestígio.
Em terras europeias, o Jeep Renegade vai enfrentar modelos como Renault Captur e o bem-sucedido (contra todos os prognósticos de bom gosto) Nissan Juke, que logo passará por uma reforma.
No Brasil, a depender do preço -- o motor deve ser "comum", talvez da família MultiAir, mas a tração 4x4 e o câmbio de nove marchas certamente vão encarecer o jipinho --, terá como rivais desde versões topo de gama de Ford EcoSport e Chevrolet Tracker até um futuro Land Rover compacto fabricado no país.
Acompanhe a cobertura exclusiva do Salão de Genebra 2014 em UOL Carros: aqui você lê tudo sobre o Renegade -- inclusive os dados técnicos, ainda não revelados oficialmente -- em primeira mão.
Traseira do Jeep Renegade é exatamente o que se esperaria de um carro Fiat/Chrysler
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.