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Novo Chery Tiggo, R$ 51.990, ainda convive com antigo; leia impressões

Thais Villaça

Colaboração para o UOL, de Itu (SP)

21/06/2013 15h35

A Chery apresentou à imprensa especializada nacional, na última quinta-feira (20), em Itu (SP), o novo Tiggo, reestilização do utilitário esportivo que foi o primeiro veículo da marca chinesa lançado no Brasil, em 2009. Com preço de R$ 51.990, o novo Tiggo já está à venda e convive com o modelo anterior, que ainda está em estoque e custa R$ 47.990.

A garantia é de cinco anos sem limite de quilometragem, segundo a Chery. Os executivos falam em vender cerca de 350 unidades por mês, o que dá uma média de 4.200 carros ao ano -- é meta mais conservadora que a do recém-chegado Lifan X60, cuja expectativa de vendas é de 5 mil unidades até o fim de 2013 (leia aqui o que UOL Carros achou desse outro chinês).

COMO ELE FICOU
Há uma revolução em relação à versão anterior. A dianteira traz a nova identificação da marca, com o logo emoldurado por um filete cromado que se estende até o fim da grade. Também são novas a grade inferior maior em formato trapezoidal, o capô com vincos marcados e os faróis remodelados, que contam agora com luzes diurnas de LED.

Já a traseira mudou menos: apenas o tampão do estepe e as luzes de neblina foram renovados e as lanternas também ganharam iluminação de LED. O acabamento interno recebeu evoluiu, com cores mais sóbrias no painel, portas, bancos e revestimentos. Antes o interior era claro e aparentava simplicidade extrema. Agora, apesar da profusão de plásticos, as peças são bem encaixadas e há poucas rebarbas. O banco traseiro recebe o terceiro apoio de cabeça, inexistente no modelo anterior.

Seguindo todo e qualquer lançamento de carro chinês, sem exceção, o Tiggo também quer atrair os consumidores com sua longa lista de equipamentos de série, que inclui freios com ABS e EBD, airbag para motorista e passageiro, direção hidráulica, ar-condicionado, CD player com entrada USB, trio elétrico, alarme, volante com regulagem de altura, ajuste elétrico da altura dos faróis, rodas de liga leve aro 16 (inclusive no estepe), volante com comandos de áudio e rack de teto.

+ Baixe a ficha técnica completa do novo Chery Tiggo

  • Divulgação

    Mudança de visual reafirma caráter urbano do SUV chinês

DEMOROU?
Com a concorrência cada vez mais acirrada, as fabricantes de automóveis passaram a reestilizar seus modelos cada vez mais cedo. Se antes um design podia durar até dez anos, agora os carros são renovados a cada dois anos, em média. Se alinhando a algumas marcas ainda conservadoras, só agora a Chery muda o visual do Tiggo.

Acontece que a nova cara do jipinho já era conhecida desde setembro de 2010, quando foi revelada na China. A justificativa da empresa é que esse é um procedimento comum da matriz, que espera cerca de dois anos do lançamento de seus carros no país para só então levá-los a outros mercados. Além disso, os processos de homologação no Brasil são demorados.

PRIMEIRAS IMPRESSÕES
UOL Carros participou de um curto test-drive realizado no kartódromo da cidade de Itu, uma vez que os carros não estavam emplacados e, por isso, não podiam sair às ruas.

A primeira coisa que se nota ao entrar no utilitário é o bom espaço interno e o conforto, inclusive para os passageiros de trás. Apesar do visual aventureiro, o Tiggo está mais para carro de família, com bom porta-malas de 435 litros (que pode chegar a 818 litros com o banco traseiro rebatido) e uma profusão de porta-objetos.

Além disso, com altura para o solo de 19 centímetros e tração 4x2, não dá para encarar trilhas mais pesadas, apenas um passeio ao sítio. Mas não não é difícil encontrar uma boa posição de dirigir, graças aos ajustes de banco e volante.

Não houve mudança de motor, mas há nova calibração: o 2 litros 16V a gasolina da austríaca Acteco desenvolve agora potência de 138 cavalos, 3 cv a mais que o do modelo anterior, com torque de 18,2 kgfm. A impressão é de que o carro está mais espertinho, mesmo dentro da limitação imposta pelo teste um pista fechada.

Apesar do curso longo do volante, foi possível sentir uma boa dirigibilidade nas curvas. Mas é preciso ter cautela com a velocidade, como em qualquer carro com centro de gravidade mais alto. Segundo dados da marca, o Tiggo acelera de 0 a 100 km/h em 15 segundos, com máxima de 170 km/h.

Com encaixes razoáveis, o câmbio manual de cinco velocidades não chega a ser um problema. Segundo Luis Curi, vice-presidente da empresa no Brasil, está prevista a importação da versão com transmissão automática, ainda sem data definida. O motor flex também deve demorar, pois está sendo desenvolvido por engenheiros da matriz e não tem previsão de lançamento.