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Apesar da queda de 31%, segmento de carros importados segue otimista

Do UOL, em São Paulo (SP)

18/03/2013 12h09

O tema ainda é o mesmo, de baixa acentuada, quando se fala em venda de carros importados "de fato" no Brasil. Em fevereiro, o balanço das marcas sem fábricas no Brasil, divulgado nesta segunda-feira (18), indicou queda de 31% na comparação com 2012 (7.185 unidades agora contra 10.427 de um ano atrás) e retração até mesmo na comparação com janeiro, em torno de 17% (foram emplacadas 8.626 unidades no primeiro mês de 2013).

Mesmo assim, a Abeiva (entidade que reúne as marcas importadoras) muda o tom e tenta traçar um panorama otimista para o ano. O presidente da Associação Brasileira das Empresas Importadoras de Veículos Automotores, Flavio Padovan, chegou a ressaltar que a participação proporcional mensal das empresas vinculadas cresceu no período, bem como a média de vendas diárias.

  • Murilo Góes/UOL

    Das marcas da Abeiva, o chinês JAC J3 (acima) foi o importado mais vendido em fevereiro;
    no segmento premium, liderança é da alemã BMW com o sedã Série 3

  • Divulgação

"Se analisarmos somente o comportamento dos dados de emplacamentos de veículos importados, a partir de dezembro último, podemos notar que a participação das associadas à entidade aumentou, de 12,8% para 13,5% e, em fevereiro, para 15,8%. De outra parte, os importados das montadoras perderam participação, de 86,7% em dezembro para 85,9% em janeiro e, em fevereiro, para 83,5%. Tudo indica que houve esgotamento das cotas do México", afirmou em comunicado Padovan, que também é presidente da Jaguar Land Rover do Brasil.

Segundo o executivo, o fato da participação de carros importados pelas marcas da Abeiva ter crescido também na análise isolado dos números de fevereiro -- dos 2,9% registrados em janeiro para 3,23% -- pode ser atribuído ao esgotamento temporário das cotas de importação de carros vindos do México -- unidades que desembarcam por conta das fabricantes instaladas no país.

A estratégia parece ser de manter a cabeça erguida para não espantar ainda mais os clientes -- marca em crise, ainda que provocada por forças externas, afasta o comprador. E também não contrariar o governo, com quem a relação parece começar a se acertar, após as complicações em 2012 -- depois do super-IPI, que sobretaxa os importados em 30 pontos percentuais, 2013 é o ano de novas cotas sem a cobrança extra, desde que a marca se adeque ao novo regime automotivo (Inovar-Auto), regras que valem para importadores puros e fabricantes locais que desejam ampliar a quantidade de carros trazidos de fora.

"As cotas do Inovar-Auto aos veículos importados, que isentam os 30 pontos percentuais até o teto máximo de 4.800 unidades/ano ou ao teto do histórico dos anos de 2009 a 2011, deverão mostrar resultados mais favoráveis aos importadores oficiais", analisou o executivo, para depois voltar ao tom otimista: "Por outro lado, podemos observar que apesar das vendas de fevereiro terem sido menores que as de janeiro de 2013 nos volumes totais, nossas médias diárias de emplacamentos subiram de 392 unidades/dia para 399 unidades/dia".

Para o presidente da Abeiva, fica agora a expectativa por resultados melhores a partir dos números deste mês de março e a necessidade de ampliar a participação. "Para que os negócios se tornem viáveis aos concessionários, precisamos aumentar a nossa participação no mercado brasileiro. Precisamos retornar ao market share de no mínimo 5%", concluiu Padovan.