Operários da GM param novamente contra demissões em SJC
Metalúrgicos de uma das oito fábricas do complexo da General Motors em São José dos Campos (SP) paralisaram as atividades nesta sexta-feira (18) por duas horas, das 5h30 às 7h40. A interrupção afetou a linha conhecida como MVA, que fabrica o sedã Chevrolet Classic e os utilitários S10 e Blazer, na segunda manifestação contra o risco de demissão de 1.500 funcionários da mesma unidade.
A parada antecede a segunda das três reuniões previstas para discutir o futuro da fábrica e a manutenção dos empregos. O encontro, com intermediação de um representante do Ministério do Trabalho, foi marcado para ocorrer ainda nesta sexta na sede regional do Centro das Indústrias do Estado de São Paulo.
Para influenciar o resultado, os empregados afastados temporariamente promoveram passeata em frente à Associação Comercial e Industrial na quinta-feira.
A estratégia já foi tentada em julho de 2012, quando a unidade foi paralisada e membros do sindicato se reuniram com o Secretaria Geral da Presidência, Gilberto Carvalho, numa tentativa de levar a questão à presidente Dilma Rousseff.
ENTENDA O PROBLEMA DE SJC
- Com o fim de produção dos modelos Corsa, Meriva e Zafira, antiquados, e sua substituição por novos carros, produzidos por unidades da GM de outras cidades, parte da unidade de São José dos Campos (SP) ficou ociosa, criando a expectativa de corte de cerca de 1.500 funcionários.
- Estudos do Dieese (Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos) e do Caged (Cadastro Geral de Emprego e Desemprego), divulgados pelo sindicato apontam que a GM cortou 1.189 vagas entre julho de 2011 e junho de 2012
- O sindicato diz que a GM está quebrando o acordo feito com o governo -- de não demitir funcionários como contrapartida para redução de IPI -- e tentou reunião com a presidente Dilma Rousseff. A GM se defende: diz que aumentou o número de postos em outras unidades.
- A discussão já levou a outro ciclo de paralisações no final de julho de 2012.
OS MOTIVOS
A mobilização dos empregados ocorre porque no próximo dia 26 expira o prazo do acordo que suspendeu as demissões. A questão se arrasta desde julho de 2012, quando a GM anunciou que deixaria de produzir os modelos Meriva e Zafira (substituídos pela minivan Spin) e Celta hatch (aposentado pelo Onix) em São José dos Campos.
A GM afirmou que manterá o Programa de Demissão Voluntária por conta da ociosidade da linha e que descarta demissão em massa, mas informou manter quadro excedente por ter deixado de produzir os modelos na fábrica.
O diretor de assuntos institucionais da GM, Luiz Moan Yabiku, rejeitou a possibilidade de transferência dos trabalhadores para outra unidade de produção e manifestou a expectativa de que empresa e empregados cheguem a um acordo até o final do mês.
Na opinião do presidente do sindicato dos metalúrgicos, Antonio Ferreira de Barros, o Macapá, a presença do governo pode colocar um fim no impasse. "Queremos que o governo federal proíba as demissões, porque além dos benefícios fiscais que a empresa recebeu com redução do IPI [Imposto Sobre Produtos Industrializados] e com o regime automotivo, ela não não vive crise financeira”, ponderou.
Para o líder sindical, a presidenta Dilma Rousseff tem a "obrigação de intervir" na questão.
ID: {{comments.info.id}}
URL: {{comments.info.url}}
Ocorreu um erro ao carregar os comentários.
Por favor, tente novamente mais tarde.
{{comments.total}} Comentário
{{comments.total}} Comentários
Seja o primeiro a comentar
Essa discussão está encerrada
Não é possivel enviar novos comentários.
Essa área é exclusiva para você, assinante, ler e comentar.
Só assinantes do UOL podem comentar
Ainda não é assinante? Assine já.
Se você já é assinante do UOL, faça seu login.
O autor da mensagem, e não o UOL, é o responsável pelo comentário. Reserve um tempo para ler as Regras de Uso para comentários.