Citroën C3 muda radicalmente, reafirma o 'premium' e começa em R$ 39.990
A Citroën apresenta na manhã desta terça-feira (7), em Brasília (DF), o novo C3, hatch cuja primeira geração chegou ao Brasil em 2003 e praticamente ditou as regras do chamado segmento de "compactos premium", ou carros pequenos com algo a mais. Este "algo" se traduzia em interior mais bem acabado e lista de equipamentos que trazia de série o que modelos mais populares ofereciam apenas como opcional (quando ofereciam).
A segunda geração debuta até o final de agosto, quando termina o estoque do C3 atual. E já vem com preço de IPI cheio, iniciando em R$ 39.990, uma vez que a redução do imposto está prevista para terminar este mês. Vale notar que algumas concessionárias da Citroën estariam pedindo valores mais altos que esses, mas a fabricante confirma os mais baixos.
Valores confirmados e recheios do novo C3 são os que seguem:
- Citroën C3 2013 Origine 1.5: R$ 39.990
Traz de série direção elétrica, ar condicionado, trio elétrico (vidros dianteiros, travas e retrovisores), câmbio manual de cinco marchas, airbag duplo frontal, freios com ABS e rodas de 15 polegadas calçadas com pneus "verdes" (de baixo atrito à rolagem) de medida 195/60, entre outros itens.
- Citroën C3 2013 Tendence 1.5: R$ 43.990
Acrescenta luzes diurnas de LED, faróis de neblina, para-brisa Zenith, porta-luvas refrigerado e iluminado, rádio com CD/MP3/USB/Auxiliar e conexão Bluetooth para celulares, volante com base cromada, vidro traseiro elétrico, apoio central de cabeça no banco traseiro, detalhes externos na cor da carroceria e rodas aro 15 modelo Tuorla.
- Citroën C3 2013 Exclusive 1.6 manual: R$ 49.990
A anterior e mais ar condicionado digital automático, sensor para acionamento automático de faróis e limpadores de para-brisa, retrovisor interno eletrocrômico com guia de LEDs, apoio de braço nos bancos dianteiros, regulador de velocidade, pedaleiras de alumínio, volante com revestimento de couro, detalhes externos cromados e rodas aro 16 modelo OKA.
- Citroën C3 2013 Exclusive 1.6 automático: R$ 53.990
Acrescenta câmbio automático de quatro marchas.
MUDANÇA RADICAL
O novo C3 surge completamente diferente do C3 atual -- ou quase, uma vez que um olhar mais observador vai notar que as linhas de base das janelas e de arremate entre o teto e a traseira foram mantidas, atuando como assinatura de identidade do modelo. De resto, é tudo diferente, mesmo. Ainda que muita coisa já tenha sido vista.
Os executivos da Citroën afirmam que o grupo PSA investiu R$ 400 milhões e três anos de projeto na concepção do novo C3, que segue sendo fabricado na unidade de Porto Real (RJ), assim como a geração atual. Ele é inspirado no C3 vendido atualmente na Europa, embora não seja idêntico ao carro vendido no Velho Continente -- mudam detalhes internos (os materiais são menos suaves ao toque e as saídas de ar mudam de formato), externos (grade frontal e tomada de ar são diferentes, sendo que o carro nacional adota o visual do DS3, mais arrojado) e, claro, motorização. A base utilizada por aqui é a do C3 Picasso/AirCross, o que garante que o novo modelo seja mais comprido, mais largo, com linha de cintura mais acentuada e suspensão mais bem assentada que o C3 brasileiro atual, nas palavras da fabricante.
Espichado, o novo C3 tem 3,94 metros de comprimento (o C3 que sai de linha tinha 3,85 m), com 1,70 m de largura (antes era 1,66 m) e altura de 1,52 m (mudança imperceptível ante o 1,519 m do anterior). O espaço entre-eixos, porém, segue em 2,46 m. Porta-malas de 300 litros e peso de 1.139 quilos completam a ficha.
EVOLUÇÃO
A primeira geração do C3 (acima) surgiu no Brasil em 2003, ditando as regras do segmento de compactos premium. Mas virou "carro de mulher".
A tarefa da Citroën na reestilização do modelo, em 2009, foi manter os mimos ao motorista, mas mudar algumas características de forma a atrair uma parcela maior do público masculino. Preocupação mantida em relação ao novo C3.
Com estas diferenças, a Citröen tratou de colocar um abismo entre o velho (que sai de linha) e o novo C3, mexendo até mesmo na quantidade e nomes das versões. A básica GLX deixa de existir e dá lugar à nova Origine ("origem", em francês), seguida pela intermediária Tendence ("tendência", novamente do francês), ambas com motor de 1,5 litro de 93 cavalos e 14,27 kgfm (dez cavalos mais potente que o anterior 1.4 e, segundo a Citroën, mais eficiente e econômico). Já a topo de linha Exclusive passa a trazer ainda mais equipamentos e o novo motor de 1,6 litro Flex Start, o mesmo apresentado com o hatch médio Peugeot 308, sem tanquinho e com 122 cv de potência e 16,41 kgfm de torque, além da possibilidade de adotar o câmbio automático AT8, ainda de quatro marchas, mas com mudanças de componentes e programação.
PÓS-VENDA
Além de tentar acabar com a pecha de que o C3 é um "carro de mulher" -- comentário em tom jocoso que daria a entender que o carro, por sua linhas mais femininas, seria também mais frágil, algo que curiosamente reduz a chance de vendas não apenas para o público masculino, mas também para o feminino.
A como Citroën quer vender mais unidades do novo C3 -- fala-se em cerca de 4 mil unidades mensais, enquanto o atual entrega entre 2.500 e 2.800 unidades -- os engravatados fizeram questão de frisar que o novo C3 é não apenas universal, feito para todos os públicos, como também um carro global (leia aqui a entrevista com o diretor de marketing de produto da marca).
O termo global, porém, tem novo efeito colateral no Brasil, pois acaba sendo "traduzido" por modelo alinhado ao que se produz de mais atual no resto do mundo, mais completos em termos de equipamentos, mas também mais caro. Aqui, entra novo antídoto da fábrica, que afirma que seus custos de manutenção são exatamente os mesmos do C3 atual.
Assim, a Citroën promete manter a tabela de revisões, com preços fixos, nos seguintes valores:
- Revisão de 10.000 quilômetros: 3 x R$ 89
- Revisão de 20.000 quilômetros: 3 x R$ 153
- Revisão de 30.000 quilômetros: 3 x R$ 161
- Revisão de 40.000 quilômetros: 3 x R$ 153
- Revisão de 50.000 quilômetros: 3 x R$ 153
- Revisão de 60.000 quilômetros: 3 x R$ 190
Durante a apresentação, a Citroën afirmou ainda que o custo de compra do para-brisa Zenith, das versões Tendence e Exclusive, que tem área envidraçada (1.350 mm contra os 990 mm tradicionais), área de visão (80º contra 30º) e incidência de entrada de luz maiores, são os mesmos que os de um para-brisa normal. Ou seja, um novo vidro custa R$ 1465.
O diretor da marca Michel Rougé, no entanto, disse a UOL Carros que o para-brisa maior também tem custo maior, como seria de se esperar, mas que a estratégia da marca é absorver a diferença a favor do comprador, fazendo da peça um ponto diferencial e favorável no momento da compra.
E que diferencial: a marca prevê que 70% das unidades vendidas do novo C3 serão equipadas com o para-brisa prolongado (ou seja, serão das versões Tendence ou Exclusive, mais caras), modificando a forma como o mercado encara itens de estilo/conforto, como teto solar.
A garantia total do novo C3 é de três anos, sendo que a carroceria é garantida contra ferrugem por até nove anos. O número de concessionárias deve subir das atuais 165 para 175 em todo o país até o final de 2012.
A cesta básica de peças deve ficar em R$ 3.485, enquanto a marca aponta que a média do segmento está em R$ 3.650 e que modelos apontados como rivais preferenciais custam mais no momento do reparo: a do novo Fiat Punto custaria R$ 3.498, enquanto a cesta do novo Volkswagen Polo sairia por R$ 4.065.
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