Adiamento da aposentadoria de Punto e Bravo agrava má situação da Fiat na Europa
Sergio Marchionne, chefão da aliança Fiat-Chrysler, coleciona elogios e amplia seu status de semideus corporativo nos Estados Unidos devido ao saneamento da parte norte-americana do negócio. Na Europa, porém, a situação é outra: cresce a percepção de que a Fiat deu um mau passo ao adiar a renovação de sua linha de carros pequenos e compactos, medida imposta por Marchionne.
Marchionne: gênio nos EUA, mané na Europa?
O resultado é um forte declínio nas vendas de modelos Fiat nesses segmentos (os principais do mercado europeu), como Punto e Bravo. O primeiro, que é o carro mais vendido da marca de Turim na Europa, perdeu 19,2% de seus emplacamentos em 2011, caindo a 225.261 unidades. O líder Ford New Fiesta atingiu 374.686 unidades. Em breve, modelos como o Peugeot 208 e o novo Clio devem acirrar ainda mais essa briga. A análise é do boletim Automotive News Europe.
Somente em 2012 a participação da Fiat no mercado europeu recuou de 5,6% para 5%.
A publicação lembra que um plano de metas de cinco anos, anunciado pela Fiat em 2010, previa a substituição de Punto e Bravo em 2013. Essa data não vale mais -- embora o ANE afirme que o carro que aposentaria o Punto já está desenhado.
A situação do Bravo é mais grave. Suas vendas despencaram 27,5% em 2011, para 31.814 carros. Seu principal rival no segmento é o Volkswagen Golf, que emplacou 484.956 unidades no mesmo período. Inicialmente, Marchionne pensou em seu substituto como um carro mais alto, com jeito de crossover e inspirado pelo Nissan Qashqai. Mas por ora, diz o ANE, esse plano foi abortado em favor de uma solução mais simples.
A Fiat lança em abril o Viaggio, variação do Dodge Dart voltada ao mercado da China. Trata-se de um sedã, mas uma carroceria hatchback está prevista (supostamente também derivada da plataforma do Alfa Romeo Giulietta, como é o caso do Dart/Viaggio). Este carro seria importado da China pela Europa, aposentando o Bravo.
Enquanto isso, fábricas da Fiat na Itália apresentam altos índices de capacidade ociosa, um reflexo do recuo no mercado automotivo interno, que encolheu 17,7% somente neste ano. As vendas "em casa" são 53% da performance da Fiat na Europa.
Uma conclusão possível, e de UOL Carros: Brasil e China serão centrais nas estratégias da Fiat para os próximos anos, enquanto os EUA perderão importância rapidamente (o fracasso retumbante do Cinquecento por lá tem a assinatura de Marchionne). Nosso país é o segundo mercado mundial para o grupo (primeiro para a marca Fiat). E a China é a China.
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