S10 e 308 dão choque de modernidade nas gamas de Chevrolet e Peugeot
Depois de 17 anos apenas com alterações cosméticas, a S10 mudou para valer. Prevista para ser lançada no início do ano passado (o atraso se deu pelas dificuldades da matriz em 2008/09), a picape média, que lidera o segmento desde março de 1995, amplia sua pegada de mercado. Sem abandonar o enfoque no trabalho rural e no uso por frotistas, nem da oferta do motor flex bem mais barato que o a diesel, deu um passo adiante na versão de topo. Os preços vão de R$ 58.860 (cabine simples) a R$ 135.250 (cabine dupla com todos os opcionais).
Toda nova por dentro e por fora, a S10 herdou um chassi mais moderno, da Isuzu, marca japonesa em que a GM já teve participação societária. Dimensões externas continuam bem próximas ao modelo anterior, mas o desenho da cabine e o rearranjo interno mostram clara evolução. O diâmetro de giro de 12,7 m, que facilita as manobras, teve pequeno ganho, sempre bem-vindo em um veículo, como a cabine-dupla, de 5,35 m de comprimento. Não há mais barras de torção dianteiras, substituídas por molas helicoidais. Isso ajudou no conforto de marcha, apesar dos 1.300 kg de capacidade de carga (versão 4x2).
O motor diesel (origem MWM/International) agora entrega potência de 180 cv e se destaca pelo que mais importa, torque de 47,9 kgfm, só suportado pela caixa automática de seis marchas. Com câmbio manual, também modernizado, o torque é limitado a 44,9 kgfm. Outras picapes do segmento ficarão com inveja, embora possam ostentar maior potência, no caso desse tipo de veículo menos relevante. Falta apenas a nova Ranger apresentar suas "armas", em maio próximo.
QUASE EUROPEU
Outro produto da modernidade é o Peugeot 308. O hatch médio-compacto argentino recebeu as mesmas modificações de estilo do modelo francês, de maio do ano passado. Portanto, estar alinhado ao que é vendido hoje na Europa sempre ajuda. Na realidade, há pequenas modificações como alguns apliques cromados e o logotipo do leão estilizado sobre o capô, além de detalhes do interior. As luzes diurnas de LED estão em todos os 308 europeus, mas aqui apenas no topo de linha, que é o Féline automático (R$ 70.990), e inclui o teto solar fixo de grandes dimensões. A versão básica, Active1.6, parte de R$ 53.990, sem sofrer nenhum reajuste em relação ao 307.
O motor flex 1,6 l/16 v ganhou alguns aperfeiçoamentos, como comando de válvulas variável (só na admissão), balanceiros sobre roletes e maior taxa de compressão, o que elevou a potência a 122 cv (etanol). É o primeiro a dispensar o reservatório auxiliar de partida a frio com gasolina entre carros de produção em série. O sistema da Bosch usa aquecimento elétrico para os dias mais frios do ano, a exemplo do Polo BlueMotion, apenas uma série especial sob encomenda.
Câmbio automático de 4 marchas do 308 está disponível apenas com motor de 2 litros flex (151 cv), que continua com o sistema de partida convencional. Em viagem entre Belo Horizonte e Ouro Preto, de 140 quilômetros, o carro confirmou ótimas qualidades dinâmicas. Usando gasolina e câmbio automático, o motor de 2 litros é seguido de perto, sem esforço, pelo de 1,6 litro (câmbio manual), com etanol.
O 308 tem várias qualidades, mas a Peugeot não precisava encher o porta-malas com água e afirmar ser o maior da categoria. Volume do porta-malas, sob o padrão mais aceito (VDA, de blocos retangulares), é de 348 litros, contra 365 l do Focus e 400 l do Bravo.
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RODA VIVA
+ Câmbios automáticos convencionais não são o ponto forte de fabricantes franceses, até por falta de interesse de compradores, que preferem câmbio manual, em especial na França. Houve alguma melhora, porém o Peugeot 308 perde muito de sua vivacidade em desempenho, mesmo com motor de 2 litros. As trocas de marcha são hesitantes e lentas, abaixo do padrão.
+ Fiesta da nova geração, hoje importado do México apenas em versão completa, é bom exemplo de compacto moderno. Oferece dirigibilidade estimulante, ótimo desempenho (motor de 1,6 l/115 cv) e sistema de áudio bem projetado. Sem transferir sensação de aperto entre motorista e acompanhante, comum em carros menores. A Ford exagerou no preço e, recentemente, resolveu baixá-lo em R$ 3.000.
+ Fabricantes europeus colocam em dúvida as potências altas declaradas por marcas sul-coreanas, em motores de especificações comparáveis. A desconfiança se dá em relação à medição em dinamômetro. Há sempre pequenas variações na potência máxima indicada. Em geral, vale a leitura média. Engenheiros "espertos" preferem declarar apenas os picos...
+ Entre as coisas estranhas que, às vezes, se leem nos manuais de proprietários está uma curiosa recomendação da Toyota. No Corolla flex, a cada 10.000 km, o proprietário deveria se lembrar de abastecer com um tanque de gasolina, caso utilize sempre etanol. É flex ou não é? Que seria dos motores puramente a etanol, dos anos 1980, se só podiam utilizar um combustível? Se alguém esquecer da recomendação do manual, não há problema, segundo a fábrica. Ah, bom!
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