Ford é criticada pelo 'assassinato' da picape Ranger nos EUA
A Ford está numa saia justa com consumidores e mídia americanos, algo que os criadores do plano One Ford não previram. Desde o início do Salão de Detroit, que abriu suas portas à imprensa na última segunda (9) e a integrantes da indústria na quarta (11), críticos cobram o retorno da picape média Ranger.
A Ranger, que por aqui é considerada um modelo compacto, está no final do ciclo da atual geração, similar à vendida no Brasil, e já é dada como morta. A nova -- desenvolvida pelos centros europeu, asiático e australiano da marca do oval azul -- não será comercializada nos Estados Unidos. No Brasil, a nova Ranger será o primeiro lançamento da marca em 2012, chegando ainda neste trimestre.
NOVA RANGER É POSTA À PROVA
Vídeo mostra as capacidades off-road da picape
Aqui, a Ranger que virá ao Brasil "nada" numa boa
O ponto principal do impasse está no próprio plano One Ford, que se traduz na unificação de ações entre a matriz e suas filiais e, no caso dos produtos, no uso de no máximo nove plataformas que servem/servirão para fabricar todos os carros da marca ao redor do mundo. O novo Fiesta mexicano, vendido no Brasil e nos EUA, é o mesmo carro vendido na Europa e na Ásia, ainda que com adaptações locais. O novo Fusion, mostrado agora em Detroit, será vendido na América inteira e seguirá para a Europa após a troca do nome para Mondeo (haverá, claro, adaptações locais, como opções de motor a diesel).
Graças ao salão, a mídia local pôde conversar com executivos da Ford de todas as partes do mundo -- e todos se mostraram muito confiantes com o sucesso da nova Ranger, o que elevou o tom das críticas aos engravatados da matriz. O jornal "USA Today" desta sexta-feira (13), por exemplo, cobrou uma resposta do presidente da Ford para as Américas, Mark Fields. Antes, o "Automotive News" havia colocado o diretor de marketing Jim Farley contra a parede, questionando o motivo da descontinuidade da Ranger no país, uma vez que o novo modelo seria tão bombástico para os mercados do resto do mundo.
O discurso dos executivos, porém, foi afinado: "A nova Ranger cresceu e ocuparia o mesmo espaço da Série F", afirmou Fields, dando sequência à declaração de Farley: "O mercado está encolhendo depressa".
Nos EUA, a plataforma compacta da Ranger está sendo utilizada para complementar a linha da Série F (F-150, F-250 etc.), que tem mais opções, é mais equipada que a Ranger, e que passa a representar a Ford no segmento. Além disso, segundo a Ford, o americano perdeu o interesse e o segmento deste tipo de "truck" corresponde a apenas 2% das vendas totais.
Reduzido ou não, o segmento interessa a GM, Nissan e Toyota, que correm atrás do consumidor insatisfeito: a Chevrolet (que também está envolvida no esforço de reduzir custos e plataformas ao redor do mundo) desfez sua decisão de aposentar a Colorado e anunciou a chegada da nova geração (a mesma que será vendida no Brasil também a partir deste trimestre com o nome de S10); a Nissan trata de bombar sua Frontier e a Toyota prepara um facelift para a Tacoma, modelo acima da Hilux, que chega ainda em 2012.
Viagem a convite da Anfavea*
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