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Freelander 2 a diesel mostra força e não tem medo nem de água

Para o Freelander 2 SD4 não tem tempo (nem piso) ruim; SUV começa em R$ 129.900 - Marcos Camargo/Divulgação
Para o Freelander 2 SD4 não tem tempo (nem piso) ruim; SUV começa em R$ 129.900 Imagem: Marcos Camargo/Divulgação

Rodrigo Lara

Do UOL, em Natal (RN)

14/06/2011 12h44Atualizada em 15/08/2012 13h41

O Freelander 2 pode ser considerado como o carro "de volume" (de vendas elevadas) da Land Rover, marca inglesa hoje controlada pelos indianos da Tata Motors -- por mais absurdo que pareça tratar nesses termos um modelo cuja versão básica, a S a gasolina, sai por R$ 121 mil. No Brasil, até o ano passado o Freelander 2 era o líder de vendas locais da fabricante, fechando 2010 com 631 unidades comercializadas.

Em 2011, entretanto, o modelo que detém a liderança provisória é o Discovery 4. De acordo com o presidente da Jaguar Land Rover do Brasil, Flávio Padovan, essa ultrapassagem se configura como um fenômeno, "não porque as vendas do Freelander 2 caíram, mas sim porque o Discovery 4 teve um crescimento muito acima da média no mercado".

Questões mercadológicas à parte, a linha Freelander 2 ganhou um importante reforço (e o sobrenome SD4) com a adoção do motor a diesel. O propulsor, um 2.2 dotado de turbo de geometria variável, tem no torque o seu grande apelo. São cerca de 42 kgfm a 1.750 rpm, ou 10 kgfm superior ao obtido pelo 3.2 a gasolina. Ainda que a potência da unidade diesel seja inferior (190 cv contra 233 cv, o que é esperável), o motor menor compensa na hora de abastecer: o consumo médio, segundo a fabricante, é de 14,3 km/l, contra 9,36 km/l do motor a gasolina. Para ter a novidade, o cliente precisa pagar R$ 8 mil a mais que o que seria gasto na versão a gasolina, ou seja, R$ 129.900.

EXPERIMENTANDO NA PRÁTICA
O interior do Freelander 2 SD4 é confortável. Ainda que elementos como as luzes de cabine sejam idênticos aos utilizados em carros da Ford (o Freelander 2 foi gestado quando a Land Rover era controlada pela marca norte-americana) tanto o visual quanto o acabamento transpiram qualidade. Não há "excesso" de luxo, contudo, já que estamos no modelo de entrada da marca.

O espaço é generoso e capaz de acomodar cinco pessoas sem problemas. Bancos dianteiros possuem ajustes elétricos e permitem que pessoas de diversas estaturas encontrem a melhor posição de dirigir. O ponto negativo fica por conta dos comandos dos vidros elétricos. Ainda que estejam localizados nas portas, eles ficam na parte superior da peça, quase no trilho do vidro, e exigem que os passageiros estiquem os braços para operá-los.

Na hora de provar nas ruas o que os números sugeriam, o Freelander 2 SD4 se saiu bem. As acelerações do modelo são bem progressivas e, ainda que o motor a diesel trabalhe numa faixa de giros mais estreita, o câmbio automático de seis marchas rege bem a força disponível com trocas suaves e rápidas, tanto no modo automático quanto no sequencial. Em velocidade de cruzeiro, esse propulsor gira ao redor dos 2.000 rpm, fator decisivo para um bom consumo.

O test-drive realizado por UOL Carros durante a apresentação do modelo em Natal (RN) reuniu praticamente todas as situações que o modelo enfrentará no "Brasil real": uma mescla de trechos urbanos com trânsito e trajetos rodoviários, que atendem ao uso da maioria dos compradores do modelo; e uma longa incursão por terrenos pouco amistosos, como cascalho, lama, areia fofa e até rios.

NO ASFALTO E FORA DELE
No chão pavimentado o Freelander 2 SD4 foi bem. Se não tem o comportamento de um esportivo -- pudera, o SUV tem 4,5 metros de comprimento e pesa 1,8 tonelada --, ele não se comporta como um "barco" em curvas, mesmo que a suspensão tenha como vocação o conforto. A estabilidade do carro é, em boa parte, garantida pelos auxílios eletrônicos -- como os controles de tração, estabilidade, de frenagem em curvas e anti-rolagem. Em caso de excesso de empolgação do motorista, eles garantem que o Freelander 2 siga em sua trajetória.

Se no asfalto o Freelander 2 SD4 se comportou como um carro normal, fora dele o SUV fica bem mais divertido. Méritos para a tração integral e para o sistema Terrain Response, uma verdadeira central nervosa do veículo para adaptar motor, transmissão e freios ao terreno. O motorista faz a escolha por meio de um seletor no console central.

O sistema permitiu que o SUV encarasse terrenos dignos de um rally. Atoleiros foram superados sem esforço, desde que respeitássemos regras básicas para a condução off-road -- como manter velocidade constante e evitar esterçar a direção desnecessariamente. Os momentos mais impressionantes proporcionados pelo Freelander 2 SD4 foram a travessia de rios, com a água chegando quase na altura do capô do carro, e a subida de dunas, nas quais qualquer parada significaria atolar o veículo. Os trechos de areia fofa, naturalmente críticos, foram a prova de fogo para o Terrain Response e a tração integral. E ambos passaram no teste.

A Land Rover colocou uma dúvida na cabeça dos interessados em adquirir um Freelander 2 ao lançar o modelo a diesel. A questão é simples: vale a pena pagar os reais a mais pelo motor a diesel? Pelos atributos apresentados pelo carro, é possível dizer que sim, visto que essa versão do SUV vence a movida a gasolina em praticamente todos os aspectos, principalmente no equilíbrio entre desempenho e consumo.

Viagem a convite da Land Rover do Brasil