Peugeot 307 ganha requinte com versão Feline, mas vende menos que rivais
O Peugeot 307 feito na Argentina e vendido no Brasil enfrenta uma situação delicada. Como o 308, a nova geração da linha de médios da marca francesa, já roda na Europa desde o ano passado, o modelo daqui ficou datado. Mesmo assim, o visual do hatch ainda tem seus admiradores e o carro preserva suas virtudes no acabamento e no conforto. Qualidades que ficam ainda mais em evidência na versão automática Feline 2.0 16V, cujo objetivo é dar um toque de requinte à gama. O que faz tão bem que responde por desinibidos 16% das vendas. Desta forma, ajuda o 307 a manter a se segurar com média de 900 unidades mensais. E tentar manter o fôlego até a chegada do 308 ao Mercosul, o que pode ocorrer em 2011.
Versão top Feline empresta requinte ao Peugeot 307, enquanto substituto 308 não chega
Esta é a configuração mais cara do 307, que parte dos R$ 65.900, e oferece freios com ABS, EBD e assistente de emergência, airbag duplo, retrovisor eletrocrômico, regulagem de altura dos faróis e aviso de não-afivelamento do cinto do motorista, como itens de segurança. No conforto, previsíveis ar automático com dupla zona, direção eletro-hidráulica, trio, retrovisores rebatíveis eletricamente, sensores de chuva e de luminosidade, computador de bordo, rádio/CD/MP3 com comando satélite e Bluetooth, controle de cruzeiro, revestimento em couro, porta-luvas refrigerado, entre outros.
FICHA TÉCNICA
Peugeot 307 Feline 2.0 A/T
Motor | Gasolina ou álcool, dianteiro, transversal, 1.970 cm³, quatro cilindros em linha, quatro válvulas por cilindro e comando duplo de válvulas no cabeçote. Injeção eletrônica multiponto sequencial e acelerador eletrônico. |
Transmissão | Câmbio automático com quatro marchas à frente e uma a ré e opção de mudanças manuais sequenciais. Tração dianteira. |
Potência | 143 cv com gasolina e 151 cv com álcool a 6 mil rpm. |
Torque | 20 kgfm com gasolina e 22 kgfm com álcool a 4 mil rpm |
Diâmetro e curso | 78,8 mm X 82 mm. Taxa de compressão: 11,0:1. |
Suspensão | Dianteira independente pseudo-McPherson invertido, com barra estabilizadora, molas helicoidais e amortecedores hidráulicos pressurizados. Traseira independente, com barra de dois braços deformável, barra estabilizadora, molas helicoidais e amortecedores hidráulicos pressurizados. |
Pneus | 205/55 R16 na frente e atrás em rodas de liga leve. |
Freios | Discos ventilados na frente e discos sólidos atrás. ABS, EBD e assistente de frenagem de emergência. |
Carroceria | Hatch em monobloco com quatro portas e cinco lugares. Com 4,21 metros de comprimento, 1,76 metro de largura, 1,52 m de altura e 2,61 m de distância de entre-eixos. |
Peso | 1.368 kg em ordem de marcha. |
Porta-malas | 420 litros. |
Tanque | 60 litros. |
Na parte estética, a versão Feline também tem seus atributos para reforçar a proposta mais sofisticada. O modelo conta com rodas de liga leve aro 16, teto solar e faróis de neblina. Por dentro, o painel central tem acabamento em aço escovado e o quadro de instrumentos tem fundo branco e molduras dos mostradores cromadas. Há detalhes cromados também nas pedaleiras, na base do câmbio e na manopla da transmissão automática de quatro velocidades. A caixa trabalha com o conhecido motor 2.0 16V, que gera 143 cv de potência com gasolina e 151 cv com etanol, a 6 mil rpm, e torque máximo de 20/22 kgfm a 4 mil giros.
Desta forma, o 307 briga com outras versões topo de hatches médios do mercado com câmbio automático e equipamentos similares. Desde o Nissan Tiida SL 1.8 16V (R$ 61.290) e o Ford Focus GLX 2.0 16V (R$ 61.720), passando por Hyundai i30 2.0 16V (R$ 63 mil), Chevrolet Vectra GT 2.0 (R$ 63.007) e Volkswagen Golf GT 2.0 (R$ 65.907) até seu companheiro de fábrica, o Citroën C4 Exclusive 2.0 16V (R$ 66.700). Há ainda o Fiat Stilo Blackmotion (R$ 62.770), mas este usa câmbio automatizado. No segmento, porém, o 307 se mantém em sétimo nas vendas, à frente apenas do i30, C4 e Tiida.
IMPRESSÕES AO DIRIGIR
O Peugeot 307 Feline chama a atenção primeiro pelo acabamento e conforto. Há bom espaço para pernas e cabeças, os bancos parecem abraçar o motorista e os materiais usados no interior agradam ao tato e aos olhos. Além disso, o modelo oferece uma boa posição de dirigir, com ajustes de profundidade e altura do assento, além de prática visualização do quadro de instrumentos e eficiente visibilidade traseira e lateral. A ergonomia é prejudicada, porém, por conta de alguns comandos em posição ruim, algo que também ocorre com o display do computador de bordo.
No desempenho, o ponto negativo fica com a transmissão automática de quatro velocidades. Com muitos buracos entre uma marcha e outra, ela acaba por comprometer a performance do motor, principalmente nas retomadas de velocidade.
Mesmo assim, o 307 consegue arrancadas satisfatórias e, em velocidades altas, mostra um bom equilíbrio. Em velocidades civilizadas, o modelo é exemplar: não faz menção de desgarrar nas curvas e se mantém sob controle em frenagens bruscas, auxiliado pelo ABS e EBD dos freios. A suspensão bem calibrada contribui, sem levantar demais a frente nas arrancadas ou mergulhar demais nas freadas.
Susto mesmo só na hora de parar no posto. Em trajeto 2/3 urbano e 1/3 rodoviário, o modelo testado fez a sofrível média de 5,5 km/l com álcool no tanque. (por Fernando Miragaya)
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