França é alvo de 'guerra econômica' com caso de espionagem na Renault, diz ministro
O ministro francês das Indústrias, Eric Besson, advertiu nesta quinta-feira que a França enfrenta uma “guerra econômica”, em meio a alertas da montadora Renault de que teria sido vítima de espionagem industrial.
O caso, disse o ministro à rádio francesa RTL, “parece sério”. “A expressão ‘guerra econômica', ainda que às vezes pareça absurda, é apropriada”, declarou.
A espionagem na Renault, segundo o ministro, envolveria segredos de projetos de carros elétricos da montadora. A empresa está investigando um “alerta ético” enviado a seu comitê de queixas, relatando a suposta espionagem.
Três executivos da montadora foram suspensos na última quarta-feira -- um deles é membro do comitê de gerência da empresa -- e terão oportunidade de se defender das acusações de terem vazado as informações antes que o departamento de recursos humanos decida se eles serão punidos.
‘BENS ESTRATÉGICOS’
A montadora, junto com sua parceira Nissan, tem investido fortemente em tecnologia para veículos elétricos. Ambas planejam lançar novos modelos elétricos nos próximos dois anos, argumentando que a tecnologia é a melhor solução de longo prazo para reduzir as emissões de carbono por veículos.
Em contraste, rivais como a General Motors e a Toyota têm investido em carros híbridos, com motores movidos a eletricidade e gasolina.
O correspondente de transportes da BBC Richard Scott explica que o primeiro veículo elétrico da Renault, o Fluence ZE, só deve estar disponível no final deste ano. "Nesse ponto, a montadora já está atrasada em comparação com alguns rivais. Se seus segredos tiverem sido roubados, sua situação piorará."
Ele agrega que novas tecnologias devem continuar a surgir nesse setor. "Muitos preveem para o futuro carros elétricos a base de hidrogênio, em vez de baterias. E essa é uma área totalmente nova para ladrões corporativos se envolverem."
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