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Renault revela caso interno de espionagem 'grave' e que ameaçava 'ativos estratégicos'

Em Paris, França

06/01/2011 07h19

A francesa Renault definiu o caso de espionagem que afetou a fabricante como um assunto "muito grave", que ameaçava "ativos estratégicos", afirmou nesta quinta-feira (6) a direção jurídica da companhia, em declarações à AFP para justificar a suspensão de três executivos, após investigação por venda de segredos industriais.

"Para a Renault, são fatos muito graves que envolvem pessoas em posições particularmente estratégicas na empresa", indicou Christian Husson, diretor jurídico da multinacional francesa.

Estes fatos "justificam uma decisão preventiva" no sentido de "proteger, sem demora, os ativos estratégicos, intelectuais e tecnológicos de nossa empresa", disse Husson, ao explicar a suspensão dos executivos.

Uma investigação interna produziu “um conjunto sólido de provas que demonstram que as ações dos nossos três colegas foram contrárias aos princípios de ética da Renault, e que colocaram consciente e deliberadamente em risco os ativos da empresa”, disse Husson.

As investigações apontam que os executivos -- entre os quais estaria Michel Balthazard, presidente da divisão de engenharia avançada, membro da comissão de gestão do grupo e funcionário com mais de 30 anos de casa -- venderam a outra empresa dados sigilosos da Renault sobre componentes em desenvolvimento para futuros carros elétricos da marca.

O caso é inédito na empresa e prejudica interesses estratégicos do grupo -- a Renault e sua parceira japonesa Nissan investiram cerca de 4 bilhões de euros em projetos para entregar cerca de 200 mil veículos elétricos até o fim do biênio 2015-2016 e, assim, assumir a liderança mundial de produção de carros elétricos nos próximos anos.

Com agências internacionais