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Cai total de indenizações de DPVAT; motociclistas ainda são maiores vítimas

Maior fiscalização e controle de velocidade diminui total de vítimas do trânsito em 2015 - Infomoto
Maior fiscalização e controle de velocidade diminui total de vítimas do trânsito em 2015 Imagem: Infomoto

Cícero Lima

Especial para o UOL

25/02/2016 08h00

Na leitura das estatísticas, os brasileiros tiveram um 2015 com menos vítimas de acidentes de trânsito. Segundo dados divulgados pela Seguradora Líder, empresa que administra o Seguro Obrigatório (DPVAT), houve redução de indenizações por morte, invalidez e despesas hospitalares em 2015 -- isso aponta redução de casos, ainda que nem todos sigam a burocracia para usufruir do prêmio do seguro.

No ano passado, foram pagas 652.349 indenizações contra 760 mil em 2014. Os números mostram redução de 13% nas indenizações por invalidez, 18% no gasto com despesas hospitalares e 19% por morte. Motociclistas, porém, ainda são as maiores vítimas do trânsito. 

Nem tudo são flores

Apesar da diminuição, estamos longe de poder comemorar, principalmente quando se fala de usuário de motos. Esse grupo representou 497.009 indenizações, contra 124.267 usuários de automóveis e 17.973 usuários de caminhões e picapes.

"Por ser a parte mais frágil no trânsito qualquer impacto entre uma moto e um carro, mesmo que seja em baixa velocidade, pode ocasionar ferimentos que necessitam de hospitalização ou mesmo intervenções cirúrgicas", informou Ricardo Xavier, diretor-presidente da Líder.

Além dos acidentes de trânsito, fraudes também preocupam os administrares do DPVAT. Em alguns casos os atravessadores ficam nos hospitais, se aproveitam da fragilidade emocional das vítimas e se oferecem para facilitar o processo de liberação dos valores. O prêmio pago em caso de morte ou invalidez pode chegar a R$ 13.500.

Os criminosos -- que ficam com parte do montante -- são criativos e coagem vítimas de acidentes sem a participação de veículos (como uma queda dentro de casa, por exemplo) a emitirem B.O. falso informando que foram atropelados. Com isso, têm direito a ressarcir despesas médicas de até R$ 2.700.

Em muitos casos, existe também a conivência de funcionários de hospitais. Em 2015, foram mais de 7.000 casos denunciados ao Ministério Público. UOL Carros já publicou um guia com algumas das práticas dos golpistas

Acidente de moto - Marcelo Brammer/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo - Marcelo Brammer/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo
Resgate atende acidente que fez vítimas em São Paulo; categoria é maior envolvida
Imagem: Marcelo Brammer/Brazil Photo Press/Estadão Conteúdo

Por dentro do DPVAT

1. Quem pode?

Todas as vítimas de acidentes de trânsito no Brasil: motoristas, passageiros ou pedestres.

2. Quais os custos?

O procedimento para o recebimento do seguro pelas vítimas de trânsito é gratuito. Não é necessário ter/contratar intermediários para fazer o pedido de indenização.

3. Quais os prazos?

Vítimas têm até três anos -- contados a partir da data do acidente -- para fazer o pedido da indenização. A indenização é recebida em conta corrente ou poupança da vítima ou de beneficiários em até 30 dias após a apresentação da documentação necessária.

4. O que é preciso fazer?

Informações sobre locais de atendimento e documentos necessários podem ser obtidos no site do DPVAT (www.dpvatsegurodotransito.com.br) ou pelo telefone 0800 022 022 12 04 ou 0800 022 022 12 06 (para deficientes auditivos ou de fala).

5. Quais as coberturas?

São três tipos de indenização: morte (R$ 13.500), invalidez permanente (até R$ 13.500) e reembolso de despesas médicas e hospitalares comprovadas (até R$ 2.700).

6. De onde vem o dinheiro do seguro?

Todos os donos de veículos pagam o seguro obrigatório anualmente. Da arrecadação, 45% vai para o Ministério da Saúde/SUS (atendimento às vítimas de acidentes), 5% para o Denatran (programas de prevenção) e 50% para pagamento das indenizações.