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Yamaha cria moto com "careta" na traseira e pedaleira de BMX

Carlos Bazela

Da Infomoto

12/08/2014 12h44

A naked Yamaha XJ6 N é conhecida por seu equilibrado conjunto ciclístico e pelo racional propulsor tetracilíndrico, de 600 cc. Essas duas características são embaladas por um design sóbrio e harmônico.

Este apelo fez com que a moto somasse 1.727 unidades licenciadas no Brasil neste primeiro semestre de 2014, segundo dados da Fenabrave.

No entanto, a equipe do designer francês Nicolas Chapel provou que a moto tem potencial para ir muito além do lugar comum ao criar a Cage-Six, uma genuína stunt bike feita com base no conhecido modelo da Yamaha.

Stunt bikes são modelos utilizados em shows e apresentações acrobáticas. As modificações são feitas para deixar a moto mais leve, resistente e, em alguns casos, mais potente. "Nós criamos um design funcional, tendo como base o que seria necessário para se fazer manobras", comenta Chapel.

Yamaha Cage-Six - www.yamaha-motor.eu/designcafe/en - www.yamaha-motor.eu/designcafe/en
Preparação inclui uma "careta" na rabeta da motocicleta
Imagem: www.yamaha-motor.eu/designcafe/en
QUASE ORIGINAL
Outro trunfo da Cage-Six é o fato de ela conservar a maioria dos elementos de série da XJ6. Entre eles estão o motor de quatro cilindros em linha, capaz de gerar 77,5 cv (10.000 rpm) e 6,09 kgfm de torque (8.500 giros). Além do propulsor, chassi, suspensão e rodas são originais.

Para funcionar em manobras, a Cage-Six recebeu alterações nos comandos. "Adicionamos um acelerador acionado pelo polegar, semelhante aos usados em motos náuticas, além do convencional, e um manete de freio extra no punho esquerdo. Para melhorar a resposta e 'puxar mais forte', instalamos uma coroa maior na traseira", conta Chapel.

Yamaha Cage-Six - John de Koning/Yamaha - John de Koning/Yamaha
Pedaleiras de BMX foram incorporadas à roda dianteira
Imagem: John de Koning/Yamaha
ENGAIOLADA
Tendo a funcionalidade como ponto de partida, a equipe estabeleceu algumas metas. A primeira  era privilegiar a mobilidade do piloto. Assim, foram colocadas pedaleiras semelhantes às de bicicletas de BMX na roda dianteira e no suporte que abrigava os apoios de pés retráteis da garupa.

O guidão também recebeu alterações, a começar pela remoção do farol e de toda a carenagem. Para deixar a área mais livre, o painel digital foi movido para cima do tanque, pouco à frente do bocal de combustível.

Depois, a equipe criou moldes em argila para redesenhar a rabeta e incluir aletas integradas ao tanque para proteger o motor. O mesmo foi feito com o spoiler abaixo do quadro e o "number plate" que substituiu o conjunto óptico. Em seguida, com as carenagens extras, vieram as barras de proteção lateral -- com desenho que imita o próprio chassi -- que preservam o propulsor de danos em quedas, "comuns" em manobras radicais...
A ORIGEM DO NOME
Estruturas tubulares também dão o tom do projeto, uma vez que "cage" significa gaiola, em inglês. "Proteger a moto era nossa maior preocupação, então desenhamos uma 'gaiola protetora' para o motor. O design ficou tão forte que nós começamos a chamá-la de Cage6, em vez de XJ6”, revela Nicolas Chapel.

Na rabeta, totalmente modificada, os customizadores instalaram um prolongador para auxiliar em manobras de wheeling, nas quais a moto pode ficar completamente na vertical. E até nisso a equipe encontrou uma forma de sair do lugar comum. "Vocês viram a 'careta' que fizemos na rabeta? Nós também moldamos a chave de ignição como um abridor de garrafa. Adoramos esse projeto", complementa o francês.