Acessório ajuda a vender, mas não valoriza motocicleta seminova
Seja um bauleto para facilitar a vida de quem transporta volumes ou mesmo uma ponteira de escape para deixar a moto mais esportiva: realizar modificações na motocicleta pode ser um diferencial que ajude na hora da revenda. Mas quem pensa em cobrar mais por isso, é bom rever a tática. "Acessórios ajudam a vender, mas não incrementam o valor", afirma Humberto Cury, consultor de vendas da B.G. Motos, revenda multimarcas de São Paulo (SP).
Segundo Cury, a perda é de pelo menos 70% -- quando não de 100% -- do valor investido no acessório, especialmente para modelos de baixa cilindrada, o que é ainda mais cruel. "Em moto pequena não se coloca nada. Até bauleto, só mesmo motoboy tem interesse em comprar já com ele", comenta. Entretanto, o consultor também revela que o acessório condizente com a moto ajuda na hora de passá-la a frente. "Tem que ser original e no padrão da moto. No caso de uma BMW R 1200 GS, por exemplo, as malas têm que ser as rígidas, prateadas", enfatiza.
Marcos Monteiro, gerente comercial da Honda, que atualmente desenvolve uma linha de acessórios originais para a linha CB 500, concorda. "Os acessórios têm um papel importante na relação moto versus valor de revenda. No mercado das trail, eles são diferenciais e agregam valor, como por exemplo, malas e equipamentos para viagem", conclui o executivo, sem entrar em detalhes sobre a questão do comprador pagar a mais por eles ou não.
NEM HARLEY ESCAPA
Mesmo com modelos da Harley-Davidson, marca famosa por incentivar a personalização de suas motos (o que, inclusive, gerou à empresa receita global de US$ 169,3 milhões em 2013), o cenário é o mesmo. "Ter acessório na moto é tão bom quanto ruim" comenta Antonio Pimenta, da Phd Pimenta, loja da zona norte de São Paulo que trabalha com modelos da marca desde 1983.De acordo com Pimenta, além do proprietário não poder cobrar a mais por eles, os acessórios podem fazer com que a moto demore mais para achar comprador. "A gente coloca os acessórios de acordo com o nosso gosto, com a nossa cabeça. Então, precisa esperar aparecer alguém com a mesma mentalidade para querer comprar", explica. Já entre os equipamentos que podem ajudar na revenda, Pimenta indica que a prioridade são os utilitários, como protetor de motor e encosto para a garupa. "O sissy bar acaba sendo útil, afinal o público da Harley costuma ter mais de 35 anos e gosta de levar namorada ou esposa na garupa", comenta.
EQUIPAR OU NÃO?
Para o motociclista que pretende investir em modificações para deixar a moto com "sua cara", ambos os lojistas são unânimes."O ideal é comprar um acessório que o dono possa retirar e instalar em uma próxima moto", comenta Cury. Ele também enfatiza que, quando for substituir as peças, o ideal é sempre guardar os itens originais ou, pelo menos, oferecê-los junto com a moto na hora da revenda, para que ela fique o mais próximo do produto original.
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