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Marcas ampliam opções e acirram concorrência de motos premium

Aldo Tizzani

Da Infomoto

13/05/2014 19h03Atualizada em 13/05/2014 19h03

Nas últimas semanas, o mercado brasileiro das duas rodas tem recebido boas notícias por parte das principais fabricantes, especialmente no chamado segmento premium, que engloba motocicletas acima de 450 cc.

A lista de novidades inclui Yamaha  (que anunciou a produção nacional da aventureira XT 1200Z Super Ténéré, a partir de R$ 55.990), Triumph (esta acrescentou a versão standard da Daytona 675 à gama da superesportiva, por R$ 41.900), BMW (com as scooters C 600 Sport, de R$ 52.000, e K 1600 GTL Exclusive, luxuosa e tecnológica versão de topo da linha, que cobra R$ 124.500) e Honda (que lança este mês a crossover CB 500X. com preços que começam em R$ 23.500).

Triumph Daytona 675 Standard - Infomoto - Infomoto
Apostando em preços atraentes, Triumph foi a marca que mais cresceu no Brasil de um ano para cá: 260%; bola da vez é a superesportiva Daytona 675 standard
Imagem: Infomoto

Em uma análise mais criteriosa, a chegada quase conjunta desses novos produtos explicita dois aspectos relevantes sobre o momento do setor de motos no país: 1) o motociclista brasileiro está mais maduro; 2) há mais dinheiro circulando para gastar em bens de lazer, caso dessas motos.

Atentas aos movimentos do consumidor, as marcas acirraram a disputa pelo topo do segmento e estão tentando preencher cada nova brecha. E, para entender esse cenário de constante mudança e evolução, a Infomoto mostra como anda o volume de vendas das máquinas acima de 450 cc, bem como as principais marcas em atuação no segmento.

Honda CB 500F - Doni Castilho/Infomoto - Doni Castilho/Infomoto
Modelos de média e alta cilindrada da linha CB, como a naked 500F, ajudaram a Honda a repetir o domínio dos segmentos mais populares também no nicho premium
Imagem: Doni Castilho/Infomoto

BRIGA DE GENTE GRANDE
Segundo dados da Abraciclo (associação das fabricantes de motos), os modelos premium já ocupam uma fatia de 4% no mercado brasileiro de motos, o que equivale  a 17,7 mil unidades comercializadas no primeiro quadrimestre deste ano.

Assim como nos segmentos mais populares, a Honda lidera o segmento, com fatia de 32% ou 5.680 motocicletas emplacadas entre janeiro e abril de 2014. Grande parte desse bolo é formada pelos modelos CB 500F, CB 600F Hornet e CB 1000R, todas naked. Na sequência aparece a grande rival Yamaha (3.208 unidades), com destaque para as trails XT 660R e XT660Z Ténéré, a desnuda XJ6 N e a XVS950A Midnight Star, atualmente a custom mais vendida do país.

A partir do pelotão intermediário, a briga fica mais apertada: BMW (2.451) e Harley-Davidson (2.419) constam quase empatadas em terceiro lugar, porém com inversão de papéis em relação a 2013, quando a marca americana estava à frente. Trata-se de uma briga entre arquiteturas muito diferentes de trabalho: enquanto os alemães dispõem dos mais variados tipos de motor para seus modelos (monocilíndrico, dois cilindros paralelos, quatro ou seis cilindros em linha e até boxer), a concorrente direta dispõe da boa e velha fórmula do V2 em toda sua linha.

Ducati Monster 796 - Mario Villaescusa/Infomoto - Mario Villaescusa/Infomoto
Ducati, que antes nem aparecia entre as 20 marcas de moto mais vendidas do país, agora ocupa o 16º lugar, muito graças à nacionalizada Monster 796
Imagem: Mario Villaescusa/Infomoto

Outra batalha interessante ocorre entre Triumph e Kawasaki, respectivamente quinta e sexta colocadas. Além de levar pequena vantagem (1.417 unidades contra 1.380), os britânicos celebram crescimento de mais de 260% no mercado brasileiro em apenas um ano. Essa forte alta pode ser explicada por dois fatores: planejamento e oferta de uma linha com produtos variados e com preços competitivos -- a clássica Bonneville T100, por exemplo, custa R$ 29.900, R$ 3 mil a menos do que sua principal concorrente, a Harley Sportster 883R.

Para finalizar, a Ducati, que sequer aparecia no ranking das 20 mais vendidas em 2013, já comercializou 353 unidades no primeiro terço deste ano e aparece na 16ª posição. O grande carro-chefe dos italianos é a Monster 796 (R$ 37.900), que sozinha foi responsável por 128 emplacamentos.