Kawasaki Z1000 2015 fica mais potente e com visual "selvagem"
Atual sexta colocada no ranking de vendas de motos no Brasil, com 8.985 unidades emplacadas em 2013, a Kawasaki quer fazer bombar sua participação e importância no mercado nacional. Para isso, adotou duas estratégias: oferecer mais opções ao consumidor e trazer seus novos modelos com pouco ou quase nenhum atraso em relação aos mercados estrangeiros.
Um deles é a linha 2015 da Z1000, que chegou ao país no fim de março, junto com a Ninja 1000 Tourer, apenas cinco meses após o lançamento mundial, em novembro de 2013, durante o último Salão de Milão (Itália).
A big naked estará à venda nas concessionárias até o fim deste mês, em quatro versões: standard (R$ 48.990), standard com freios ABS (R$ 49.990), Special Edition (R$ 51.990) e Special Edition com ABS (R$ 52.990). As duas primeiras estarão disponíveis na cor laranja, enquanto as duas últimas receberão uma combinação verde com cinza.
Dentre as várias rivais desta máquina de 1.000cc, a mais direta é a Honda CB 1000R, por conta de preço e tecnologia: sai por R$ 43.490 na versão com sistema que evita o travamento dos freios. No decorrer de 2014, marcas como Ducati e KTM também devem fazer lançamentos dentro do mesmo segmento, aumentando ainda mais a gama de concorrentes.
O QUE MUDOU
Seguindo a filosofia "Sugomi", presente no desenho de todas as novas Kawasaki -- e que pode ser traduzida como "energia que inspira temor e impõe respeito" --, a Z1000 2015 sofreu grandes alterações no projeto visual e ficou com uma cara mais “selvagem”. Trata-se de um design é marcante, mas que não chega a ser uma unanimidade.
Para chegar a esse resultado, o conjunto óptico dianteiro foi posicionado o mais baixo possível, quase como uma extensão das linhas do tanque de combustível, que teve sua capacidade aumentada de 15 para 17 litros. A iluminação é feita por quatro luzes de LED, componente que pela primeira vez equipa uma moto da marca. Os LEDs também estão presentes no farol e lanterna traseiros, e as rodas, calçadas com pneus radiais, trazem desenho de seis pontas.
Mais esguia, a moto proporciona encaixe perfeito das pernas ao redor do tanque, enquanto o largo guidão em alumínio, o desenho do tanque e a posição das pedaleiras projetam o corpo do piloto para uma posição bastante inclinada. Ao mesmo tempo, os bancos contam com diversas gravuras da letra “Z” em relevo, sendo que o do passageiro imita a capa de um assento monoposto.
Apesar de ter a mesma arquitetura do modelo anterior -- quatro cilindros em linha, 16 válvulas com duplo comando (DOHC) e 1.043 cm³ --, o motor ganhou melhorias técnicas em sua central eletrônica (ECU) e componentes internos, para entregar mais potência e maior torque em baixas e médias rotações: ele agora produz 142 cavalos de potência a 10.000 rpm -- 4 cv a mais do que o antecessor -- e 11,3 kgfm de torque a 7.300 giros -- mesma força de retomada, porém com pico mais baixo de rotações.
Na parte ciclística, o chassi também está remodelado, sendo construído em dupla viga de alumínio e com traços semelhantes aos da superesportiva ZX-10R. O motor, parafusado em três pontos, passa a fazer parte do chassi, assim como o novo subquadro, em alumínio fundido, acoplado para acomodar a nova traseira.
Outro item inédito é o conjunto de suspensões. Na dianteira, garfos invertidos Showa Big Piston Forks com tecnologia de função separada: o lado esquerdo lida com o amortecimento, enquanto o direito cuida da compressão e retorno. Na traseira, monoamortecedor montado quase horizontalmente acima da balança, melhorando a centralização de massa e aumentando a resistência ao calor.
Para lidar com o ganho de potência, a Kawasaki equipou a linha 2015 com freios mais eficazes: a parte frontal conta com disco duplo de 310 mm, em formato de pétalas, mordido por pinças Nissin monobloco montadas radialmente, de quatro pistões opostos. Atrás, disco simples de 250 mm, acionado por pinça de pistão único. Já o sistema ABS da Bosch, presente em duas versões, ficou dois quilos mais leve.
Por fim, o quadro de instrumentos, totalmente renovado e digital, possui uma característica bastante peculiar (e um pouco confusa): até 4.000 rpm, o conta-giros aparece na parte inferior do painel; ultrapassada essa marca, passa a constar na parte superior.
PRIMEIRAS IMPRESSÕES
Foram poucas voltas ao redor da pista de testes da Pirelli, em Sumaré (SP), mas já deu para sentir um pouco de como é a Z1000 2015.
O ronco do motor, por exemplo, está lindo, pois é expelido por um sistema de escapamento com duas ponteiras duplas, uma de cada lado da motocicleta. Uma “borboleta” no silenciador do lado direito ajuda a adequar o ruído às normas brasileiras, ao mesmo tempo em que melhora a resposta do motor em baixas rotações.
O propulsor ficou realmente mais vivo em baixas e médias rotações, com arrancadas rápidas e precisas. Com o torque abundante, não é preciso mais apelar a tantas trocas de marcha, embora esse procedimento não seja necessariamente difícil, visto que a caixa de câmbio proporciona trocas precisas e silenciosas.
Devido à ampla faixa de potência, os giros crescem de maneira linear e sem buracos, e a adoção de uma tocada agressiva depende exclusivamente da atitude do piloto. Ao acelerar progressivamente, dá para sentir a suavidade do quatro-cilindros trabalhando com quase toda sua força em médias rotações.
A configuração um tanto esportiva das suspensões deixa a Z1000 bastante estável na pista, demandando correções de pilotagem só nas entradas das curvas mais fechadas. Os freios são excelentes, mas, se o condutor não acionar o manete com certo esmero, fica fácil perder a frente. A unidade que testamos era uma das que contavam com o auxílio do ABS, que mostrou bastante eficiência e progressividade em seu funcionamento.
Com um peso em ordem de marcha de 220 ou 221 quilos (sem e com ABS), a Z1000 2015 entra e sai das curvas com rapidez, mas não apresenta a mesma agilidade em mudanças bruscas de direção.
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