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CR&S Duu, a naked da marca italiana que nasceu como conceito pronto para a rua

CR&S Duu, a naked italiana que foi para a rua com cara de conceito - Divulgação
CR&S Duu, a naked italiana que foi para a rua com cara de conceito Imagem: Divulgação

Carlos Bazela

Da Infomoto

28/05/2012 17h36

Ainda que leve o mesmo nome, um modelo de produção normalmente difere do conceito mostrado no Salão. Não com a CR&S Duu. Vista pela primeira vez durante o Salão de Milão de 2009, a café racer italiana fatto a mano pela pequena marca sediada nos arredores de Milão chegou ao mercado dois anos mais tarde, exatamente da forma como foi exibida. Não contente, a exótica naked ganhou novas versões e opções de acabamento.

De volta à Itália no ano passado, a moto apareceu diferente. Os faróis, antes duas lâmpadas arredondadas afixadas nas laterais do garfo, deram lugar a outro conjunto óptico. Mais convencional, o novo farol tem desenho triangular, mais condizente com o uso urbano. Mudanças para ficar ainda melhor, sem perder as linhas que a definiram.

No mais, a Duu mantém sua identidade. A rabeta continua curta (mesmo na versão biposto) e o suporte da placa “colado” à roda traseira, seguindo os moldes da Ducati Diavel, foi adotado para que a moto mantivesse o design do conceito. As aletas laterais, que serviam como invólucro para os faróis, permanecem como adereço. A roda raiada traseira sustentada por monobraço e os escapes de ponteira dupla no lado direito também permaneceram inalterados.

GIGANTE PELA PRÓPRIA NATUREZA
Tudo na Duu denota grandeza. São 2197 mm de comprimento, 770 mm de largura e um peso seco de 245 kg. Para acompanhar o porte robusto, a naked conta com um motor de dois cilindros em “V” - daí, inclusive, que se origina seu nome, pois Duu significa dois no dialeto milanês – é fabricado pela norte-americana S&S e tem 1913 cm³ com diâmetro x curso de 104,8 x 111,1 mm.

Entretanto, engana-se quem espera o velocímetro passando dos 300 Km/h. O propulsor é capaz de gerar 96,5 cv a 5.100 rpm. Pouco quando comparada com outras superbikes nascidas na Itália. Mas o torque de 16,1 kgfm a 4.300 rpm faz inveja às tradicionais cruisers norte-americanas. Para ir bem na frenagem, freios Brembo foram adotados, com disco duplo de 320 mm de diâmetro e pinça de quatro pistões na roda dianteira e disco único de 260 mm de diâmetro mordido por pinça de duplo pistão na traseira.

A ciclística também favorece o conforto na pilotagem. O guidão alto impede que o piloto machuque o peito no bocal protuberante do tanque de gasolina (que pode ser trocado para privilegiar pilotos de estatura menor). Por falar no tanque, ele chama a atenção por não estar em cima da moto, mas dentro dela. O chassi de aço inoxidável envolve motor e tanque de combustível, alem de fornecer sustentação para o restante da estrutura.

No quesito suspensão, detalhe para o monobraço traseiro, que tem 127 mm de curso. O conjunto está preso à coluna central do chassi, que forma um estiloso elemento vazado abaixo do assento. Na frente, a principal característica das motos esportivas: garfo telescópico invertido “upside-down”, com 120 mm de curso.

MONTE SUA MOTO
A Duu é oferecida pela CR&S em duas versões: Deperlù, monoposto, e Conlatusa, com garupa. Cada uma delas conta com duas opções de câmbio, de cinco e seis marchas. Mas, da mesma forma que a marca italiana faz com a Vun – seu modelo monocilíndrico fabricado desde o meio dos anos 1990 – a Duu também é totalmente personalizável. São opcionais que vão desde a sutileza dos piscas de LED até drásticas alterações no visual, como a troca do farol poligonal pelo conjunto óptico que equipava o conceito.

Fora os acessórios, como um bagageiro na forma de falso tanque de gasolina para ser encaixado ao redor do bocal, a marca italiana oferece também diversas opções de cores e acabamentos. O conceito por trás de tanta identidade, entretanto, é dos mais simples: acabar com a “tirania” do ano/modelo. Portanto, ao passo que cada Duu é única ao sair da linha de montagem, ela também mantém a mesma estrutura suscetível a adaptações ano após ano, permitindo que uma moto fabricada em 2010 possa ter o aspecto de outra feita em 2012, com a substituição de uma ou outra peça.

No entanto, toda essa exclusividade custa caro. As versões da Duu custam entre 19 mil euros – para a Deperlù de cinco marchas – e 21.600 euros, valor cobrado pela Conlatusa com câmbio de seis marchas, que correspondem a aproximadamente R$ 50 mil e 56 mil, respectivamente. Isso sem nenhum item de personalização e ambas pintadas na cor cinza fosca, o que nos leva a crer que uma moto totalmente equipada com tudo que a marca disponibiliza pode custar uma pequena fortuna. Ter uma Duu, infelizmente, não é para qualquer um.