XT 660R e Ténéré travam batalha interna na Yamaha
Assim que a XT 660Z Ténéré foi lançada, em setembro, o Brasil passou a abrigar toda a família aventureira da Yamaha: além dela, haviam a XTZ 250 Ténéré e a XT 1200Z Super Ténéré. A chegada da Ténéré provocou ainda uma briga em casa: umas das motos mais tradicionais do line-up da marca dos diapasões, a XT 660R, ganhou uma concorrente doméstica.
Claro que a XT 660R, a "Xtezona", como é normalmente chamada, continua requisitada pelos seus fãs. Até outubro deste ano, foram vendidas 1.595 unidades. Mas agora o interessado em uma trail de média cilindrada vê na sua irmã Ténéré 660 uma concorrente de peso. Enfim, desde o lançamento da 660Z muitas pessoas perguntam se a 660R será descontinuada. Ou mesmo, indagam sobre quais as diferenças relevantes entre uma e outra.
A dúvida parece dominar a maioria e é por isso que decidimos colocá-las frente a frente, a fim de elucidar minuciosamente o que as versões R e a Z podem oferecer aos consumidores. E aproveitamos para esclarecer outra incerteza: os dois modelos continuarão a ser vendidos, segundo a Yamaha.
FICHA TÉCNICA: Yamaha XT 660R
Motor: | Motor OHC, monocilíndrico, 660 cm³, 4 tempos, 4 válvulas e refrigeração líquida |
Potência máxima: | 48 cv a 6.000 rpm. |
Torque máximo: | 5,95 kgfm a 5.500 rpm |
Taxa de compressão | 10.0:1. |
Alimentação: | Injeção eletrônica. Partida elétrica. |
Tanque: | 15 litros. |
Câmbio: | Cinco velocidades, transmissão final por corrente. |
Quadro: | Tipo diamante em aço. |
Suspensão: | Dianteira com garfo telescópico com 225 mm de curso; traseira com balança monoamortecida, monocross, com 200 mm de curso. |
Freios: | Dianteiro por discos duplos de acionamento hidráulico e 298 mm de diâmetro; traseiro por disco simples de 245 mm |
Dimensões: | 2.240 x 845 x 1.230 mm (CxLxA); 260 mm (altura mínima do solo); 865 mm (altura do assento); 1.505 mm (entre-eixos). |
Pneus: | Pneu dianteiro: 90/90R 21M/C 54S; pneu traseiro: 130/80R17M/C 65S. |
Peso a seco: | 165 kg. |
FICHA TÉCNICA: Yamaha XT 660Z Ténéré
Motor: | Motor OHC, monocilíndrico, 660 cm³, 4 tempos, 4 válvulas e refrigeração líquida |
Potência máxima: | 48 cv a 6.000 rpm. |
Torque máximo: | 5,95 kgfm a 5.500 rpm |
Taxa de compressão | 10.0:1. |
Alimentação: | Injeção eletrônica. Partida elétrica. |
Tanque: | 23 litros. |
Câmbio: | Cinco velocidades, transmissão final por corrente. |
Quadro: | Tipo diamante em aço. |
Suspensão: | Dianteira com garfo telescópico com 210 mm de curso; traseira com monoamortecedor, ajustável para pré-carga e retorno e 200 mm de curso. |
Freios: | Dianteiro por discos duplos de acionamento hidráulico e 298 mm de diâmetro; traseiro por disco simples de 245 mm |
Dimensões: | 2.246 x 865 x 1.477 mm (CxLxA); 260 mm (altura mínima do solo); 896 mm -- ajustável (altura do assento); 1.500 mm (entre-eixos). |
Pneus: | Pneu dianteiro: 90/90R 21M/C 54S; pneu traseiro: 130/80R17M/C 65S. |
Peso a seco: | 186 kg. |
MESMO MOTOR
Esteticamente, as diferenças são grandes. Porém na parte mecânica as duas versões se assemelham. O mesmo propulsor monocilíndrico equipa as duas motocicletas. Sendo assim, o desempenho é praticamente o mesmo: motor de 660 cm³ de capacidade, comando simples no cabeçote (OHC), quatro válvulas e refrigeração líquida capaz de produzir uma potência de 48 cv a 6.000 rpm e um torque máximo de 5,95 kgfm a 5.500 rpm.
Todavia, na prática, a XT 660R privilegia as arrancadas em semáforos e aquele "soco" no estômago quando se gira o acelerador com vontade, caracterizando uma tocada mais urbana. Já a Ténéré 660Z tem uma aceleração mais linear e melhor distribuída em todas as faixas do motor, garantindo saídas menos bruscas. Entretanto, a relação de marchas e a relação final são exatamente iguais em ambos os modelos. Segundo os engenheiros da marcas, a diferença de tocada sentida na prática se explica por uma caixa de ar maior na Ténéré e um consequente mapeamento de motor diferente entre elas, alterando, na teoria, a curva de torque e potência.
Outra disparidade dentro do mesmo propulsor se dá na velocidade final de ambas as versões. Embora seja igual, o piloto não conseguirá manter 170 km/h na XT 600R (e nem deve), pois a aerodinâmica não permitirá. Diferente da XT 660Z Ténéré, projetada para encarar longas viagens e que oferece uma boa proteção aerodinâmica com seu parabrisa.
Outra semelhança, mas que acaba mostrando a diferença entre a proposta de ambos os modelos, está no consumo. Tanto a XT 660R como a Ténéré rodam em média 20km/litro. Mas a Ténéré tem um tanque de 23 litros e teria uma autonomia para mais de 450 km, enquanto o reservatório da XT 660R tem capacidade para apenas 15 litros e menor autonomia.
ERGONOMIA
Talvez as maiores diferenças entre R e Z sejam na ergonomia. Reforçando a fama de ser uma motocicleta que transpõe qualquer obstáculo, a 660Z Ténéré tem uma carenagem frontal condizente ao rótulo de aventureira. O ar "corre" pela moto e não atrapalha o condutor, que viaja a 150 km/h sem problema nenhum.
O grande trunfo da recém-lançada Ténéré é o dinamismo, seja na estrada ou na cidade. Conhecemos bem o projeto da XT 660R e a relação dele com o trânsito urbano. Se não fossem os milhares de ladrões de olho nesta moto, poderíamos afirmar que se trata de uma das melhores motos para vencer o caos das cidades.
No entanto, sua irmã Z também vai bem na cidade e sua ergonomia permite ao piloto trafegar entres os dois mundos -- cidade e estrada -- com mais autoridade que a bordo da XT 660R. Salientando que a versão R mantém a soberania na cidade, se esse for seu itinerário diário.
CICLÍSTICA
Separar a ciclística da ergonomia é fundamental neste comparativo. Se na ergonomia as diferenças são gritantes, quando analisamos a ciclística as semelhanças são muitas. Mesmo conjunto de suspensões, freios quase iguais, pneus e rodas com as mesmas medidas.
Na dianteira a Yamaha equipou as duas motos com o tradicional garfo telescópico, sendo 210 mm de curso para a versão Z e 225 mm par a R. Surpresa? Parece que o mítico nome Ténéré não nasceu na versão 660 cm³ tão própria para a terra, mas isso veremos mais a frente. Ainda na suspensão, as mesmas soluções para a traseira: balança com suspensão monoamortecida e 200 mm de curso.
Já nos freios uma grande diferença. Enquanto que a XT 660Z utiliza dois discos de 298 mm na dianteira, a XT 660R disponibiliza somente um. As duas motos contam com um disco simples de 245 mm mordendo a roda de trás. Na prática, o disco duplo dianteiro da versão Z faz muita diferença, dando mais confiança ao piloto -- a Yamaha bem que podia oferecer o sistema de ABS como opcional, assim como faz na Europa. Os pneus e rodas têm as mesmas medidas: dianteiro 90/90-21 e traseiro 130/80-17.
ON/OFF-ROAD
Quem está lendo o texto até aqui deve estar se perguntando como estas motos se saem na terra. E é aqui que entra um ponto crucial. Lá no começo analisamos estrada e cidade, com ampla vantagem no trânsito urbano para a versão R e domínio nas viagens de fim de semana para a série Z.
Essa conclusão pode ludibriar o leitor deste comparativo. As qualidades que fazem da XT 660Z uma ótima companheira na estrada, não a credenciam da mesma forma no fora de estrada. Mais pesada -- a versão Z (206 kg) tem 25 quilos a mais que a R (181 kg) -- a Ténéré 660 é mais difícil de ser controlada na terra.
Já a XT 660R parece estar em seu habitat natural e desliza pelo terreno irregular com muita propriedade. É fato que as pedaleiras mais largas na versão Z contribuem para a pilotagem em pé e ela consegue sim trafegar por este piso. Mas mesmo assim a 660R ganhou neste quesito.
CONCLUSÃO
Sem dúvida nenhuma as duas motos são projetos acertados e que vieram pra ficar -- principalmente no caso da 660Z, já que a 660R já provou isso. Agora, se sua intenção é pegar a companheira e viajar sempre e para longe, sem dúvida a XT 660Z Ténéré vai garantir mais conforto, tanto para o piloto quanto para a sua garupa.
Mas se você é aquele motociclista urbano, que em alguns finais de semana gista de ir até a praia, ou mesmo enfrentar um off-road com seus amigos no interior, com certeza a XT 660R atenderá melhor aos seus anseios.
No entanto, para definir entre uma ou outra o preço é fundamental. A nova XT 660Z tem preço sugerido de R$ 30.500, enquanto que a XT 660R custa R$ 25.800. Se a diferença é grande, cabe a você analisar qual será a utilização que fará da moto.
QUANTO CUSTA MANTER AS MOTOS?
Reunimos uma lista com o preço de peças que normalmente são trocadas periodicamentes e outras que podem ter de ser trocados no caso de alguma queda. Confira! XT 660Z Ténéré KIT PASTILHA DE FREIO (DIANT): R$ 283,58 KIT PASTILHA DE FREIO (TRAS): R$ 224,27 ALAVANCA DIREITA (manete de freio): R$ 48,75 ALAVANCA ESQUERDA (manete de embreagem): R$ 116,24 PISCA DIANTEIRO CONJUNTO: R$ 88,08 PISCA TRASEIRO CONJUNTO: R$ 109,32 PARABRISA: R$ 281,09 PARA-LAMA DIANTEIRO AZUL: R$ 340,67 CORRENTE DE TRANSMISSÃO: R$ 492,19 COROA DA RODA TRASEIRA: R$ 219,39 ENGRENAGEM MOTORA: R$ 244,99 XT 660R KIT PASTILHA DE FREIO (DIANT): R$126,00 KIT PASTILHA DE FREIO (TRAS): R$ 224,27 ALAVANCA DIREITA (manete de freio): R$ 44,11 ALAVANCA ESQUERDA (manete de embreagem): R$ 43,67 PISCA DIANTEIRO CONJUNTO: R$ 132,58 PISCA TRASEIRO CONJUNTO: R$ 135,74 PARABRISA: R$ 307,52 PARA-LAMA DIANT: R$ 177,94 CORRENTE DE TRANSMISSAO: R$ 479,85 COROA DA RODA TRASEIRA: R$ 219,39 ENGRENAGEM MOTORA: R$ 244,99 |
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