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Ducati Diavel tem 162 cavalos de pura atitude

Muscle custom italiana com alma esportiva tem torque de sobra, tecnologia e design arrebatador  - Doni Castilho/Infomoto
Muscle custom italiana com alma esportiva tem torque de sobra, tecnologia e design arrebatador Imagem: Doni Castilho/Infomoto

Da Infomoto

07/07/2011 17h00

Inovadora, potente e, de certa forma, instigante. Praticamente impossível ficar indiferente a Ducati Diavel. Dotada de linhas diferenciadas, que transpiram o que há de melhor no design italiano, a Diavel é, acima de tudo, uma moto bela. Mas não só isso. Esta "diabólica" moto tem porte avantajado, musculoso, e um motor com DNA esportivo: capaz de produzir até 162 cv de potência máxima e deixar um rastro de borracha no asfalto.

Antes de encarar este "demônio" em forma de moto, tive um curso rápido de como habilitar algumas funções desta máquina italiana, recheada de tecnologia. O ponto mais importante é aprender a ajustar a entrega de potência, que pode variar entre 100 e 162 cv de potência máxima. Já que a Diavel conta com três modos de pilotagem: Sport, Touring e Urban, bastante úteis e necessários para se domar uma motocicleta custom com alma esportiva. Além disso, a Diavel conta com praticamente o mesmo pacote tecnológico que equipa a big trail Multistrada 1200, que compreende ainda controle de tração (Ducati Traction Control); acelerador eletrônico (ride-by-wire) e freios ABS.

SOCO NO ESTÔMAGO
Na alma dessa diabólica Ducati está o motor Testastretta 11°, derivado dos potentes esportivos da marca, porém adaptado para uma entrega de potência mais linear. Os dois cilindros em V a 90° e 1.198,4 cm³ de capacidade produzem 162 cavalos de potência máxima a 9.500 rpm no modo Sport, o mais radical. Claro que potência é importante, mas o que impressiona mesmo é seu torque máximo de 13 kgfm a 8.000 rpm. Quando se acelera com vontade, o motociclista sente aquele soco na boca do estômago e precisa se segurar no guidão. A moto também conta com uma boa retomada.

Para suportar toda essa transferência de força, o câmbio de seis marchas da Ducati Diavel ganhou componentes mais resistentes. Resultando em engates suaves e precisos, apesar da embreagem não ser das mais macias, aliás, uma característica das motos de Borgo Panigale. Mas a precisão na troca de marchas, sem trancos, deve-se ainda a adoção de uma nova embreagem deslizante. Útil também em reduções mais bruscas.

CICLÍSTICA (QUASE) ESPORTIVA
O projeto da Diavel traz o tradicional quadro em treliça, uma espécie de assinatura em aço da marca italiana, que garante rigidez a torções. Com 1.590 mm de distância entre-eixos, essa muscle custom italiana garante bastante estabilidade nas retas, mesmo em altas velocidades -- como era de se esperar, vale dizer.

O conjunto de suspensão -- garfos invertidos Marzocchi de 50 mm de diâmetro, na dianteira, e amortecedor Sachs posicionado horizontalmente, na traseira, ambas com 120 mm de curso -- mostrou-se bastante firme, praticamente com o mesmo comportamento de uma moto esportiva. Desta forma, a Diavel é perfeita para rodar em estradas com asfalto de primeira. Mas em pisos irregulares, essa Ducati (e o piloto sobre ela) sofre um pouco.

FICHA TÉCNICA: Ducati Diavel

Motor:1.198 cm³, dois cilindros em V a 90°, quatro tempos, refrigeração líquida.
Potência máxima:162 cv a 9500 rpm.
Torque máximo:13 kgfm a 8.000 rpm.
Câmbio:Câmbio de seis velocidades, manual, com transmissão final por corrente.
Alimentação:Injeção eletrônica. Partida elétrica.
Quadro:Quadro em treliça.
Suspensão:Dianteira por garfos invertidos Marzocchi de 50 mm de diâmetro e 120 mm de curso; traseira com monoamortecedor Sachs, com 120 mm de curso.
Freios:Dianteiro a disco de 320 mm de diâmetro mordidos por pinças monobloco de quatro pistões, traseiro a disco de 265 mm com pinça de pistão duplo.
Pneus:Dianteiro 120/70 ZR 17 Pirelli Diablo Rosso II; traseiro 240/45 ZR17 Pirelli Diablo Rosso II.
Dimensões:C x L x A não disponível; 1.590 mm (entre-eixos); 770 mm (distância do solo).
Peso:210 kg a seco.
Tanque:17 litros.

Mas é nas estradas sinuosas e em velocidades mais altas, que a Diavel revela sua faceta mais esportiva, proporcionando muito prazer e mostrando sua herança "ducatista". Por ser um modelo custom, até que a Diavel oferece boa inclinação nas curvas.

Para frear os 210 kg a seco da Diavel, a fábrica italiana instalou o que há de mais moderno em termos de sistema de segurança. A moto conta com dois grandes discos de 320 mm de diâmetro na dianteira, mordidos por pinças monobloco de quatro pistões. Na traseira, disco de 265 mm com pinça de pistão duplo, instalado inusitadamente na parte interna da roda, perto do cubo e do mesmo lado da coroa. Para aumentar a segurança, o modelo conta com freios ABS. Os sistemas foram fornecidos por Brembo e Bosch.

Apresentada no Salão de Milão (EICMA 2010), a ousada Ducati Diavel -- com sua rabeta minimalista e piscas embutidos nas laterais dianteiras --, oferece boa dose de conforto em função de um banco largo e com espuma de boa densidade. Além disso, o piloto fica com o tronco um pouco inclinado para frente -- herança dos modelos esportivos -- braços esticados e bem abertos. Já as pernas ficam bem encaixadas na moto. Apesar de tanta tecnologia embarcada, os comandos são de fácil acionamento. As mudanças de setup poder ser acompanhadas no painel de instrumentos inferior, que apresenta também a marcha engatada, a média de consumo e o modo de pilotagem que o motociclista escolheu para conduzir a Diavel (Sport, Touring e Urban). Já o superior informa, basicamente, velocidade, temperatura do motor, giros do motor e relógio.

CONCORRENTES
Em função do alto preço e de seu comportamento mais nervoso, a Ducati Diavel é para pilotos experientes e endinheirados. Um motociclista que deseja um produto diferenciado, que alie status, conforto e desempenho.

Disponível em duas versões: a standard por R$ 72.900; e a Carbon, que como o próprio nome sugere, trata-se de uma edição especial com detalhes em fibra de carbono, custa R$ 78.900. No mercado internacional, suas principais concorrentes são os modelos da família V-Rod da Harley-Davidson (V-Rod Muscle) e também a Yamaha V-Max 1700.
(por Aldo Tizzani)