Honda CBX 750 F, lançada em 1986, ainda desperta paixões; ouça o ronco da 'Sete-Galo'

A quatro-cilindros CBX 750F, conhecida popularmente como "Sete-Galo", foi escolhida por 5.091 internautas e venceu a enquete "Qual é a moto mais marcante nos 40 anos da Honda no país?", realizada por UOL Carros entre a segunda-feira (11) e esta sexta-feira (15).
O modelo lançado em 1986 recebeu 34.47% do total de 14.771 votos. A segunda colocada na opinião do público votante foi a CG 125, com 3.736 votos (23,29% do total), seguida pela CB 400 (1.601 votos ou 10,84%). O resultado pormenorizado, que vale apenas como curiosidade, não tendo qualquer valor estatístico ou comercial, segue abaixo:
MODELO | TOTAL DE VOTOS | PORCENTAGEM |
1. CBX 750F | 5.091 | 34,47% |
2. CG 125 | 3.736 | 25,29% |
3. CB 400 | 1.601 | 10,84% |
4. CB 600 F Hornet | 934 | 6,32% |
5. CBR 1100 XX Super Blackbird | 923 | 6,25% |
6. XL 250 R | 810 | 5,48% |
7. CBR 450 SR | 623 | 4,22% |
8. Falcon | 464 | 3,14% |
9. VT 600 C Shadow | 317 | 2,15% |
10. Dream | 272 | 1,84% |
Primeira motocicleta de quatro cilindros em linha produzida pela Honda no Brasil, a CBX 750F era o sonho de consumo dos motociclistas na segunda metade na década de 1980. Confira abaixo a análise de estilo do modelo feita pelo jornalista especializado em duas rodas Arthur Caldeira, da "Infomoto", e entenda o motivo de tamanha veneração, que segue até os dias atuais:
Quando as primeiras unidades da Honda CBX 750F desembarcaram no Brasil causaram imenso furor. Afinal, à época, não havia tantos modelos à venda como há atualmente. Quiçá, uma motocicleta com motor de quatro cilindros em linha que, ainda por cima, emitia um ronco encantador (clique no aplicativo ao lado e ouça o som do saudável motor).
Lançada por aqui em 1986, primeiramente montada com peças importadas, a CBX 750F chegou na cor preta, com grafismos em vermelho e cinza, e farol duplo. Equipada com rodas de liga-leve, estilo Comstar, trazia ainda regulagem de suspensão e um para-brisa que se encaixava perfeitamente com o desenho do tanque. Os modelos 1986 são, hoje, raridade, pois além das suspensões ajustáveis, tinham roda de 16 polegadas na dianteira. Ficou conhecida como a 750 cc mais cara do mundo: em função da grande procura, algumas concessionárias cobram três, quatro vezes o valor de tabela pela CBX 750.
A partir de 1987, foi nacionalizada. Perdeu os ajustes e ganhou roda aro 18 na frente. Apesar disso, não perdeu seu encanto: foi a primeira motocicleta de quatro cilindros em linha fabricada pela Honda no Brasil. Outra mudança visível foi a lente única no farol.
O motor tinha exatos 747 cm³ de capacidade, refrigeração a ar e 16 válvulas, com duplo comando no cabeçote (DOHC). Na versão brasileira, oferecia 82 cavalos de potência máxima a 9.500 rpm (no exterior eram 91 cv). Tinha câmbio de seis marchas e disco de freio nas duas rodas.
AMORRRRRR....
Acima como em qualquer relacionamento amoroso, a paixão por máquinas rende apelidos curiosos: a CBX 750F ficou conhecida em qualquer ponto do Brasil como "Sete-Galo" (veja explicação na reportagem), mas dependendo da série também acabou chamada de "Hollywood" (acima) ou "Rothmans" (abaixo).
Teve diversas opções de cores que renderam apelidos de marcas de cigarro, típicos de uma época em que o conceito de politicamente correto era algo ainda abstrato e a indústria tabagista era grande patrocinadora de práticas ligadas ao mundo automotivo: a vermelha, azul e branca de 1987 ficou conhecida como "Hollywood"; em 1988, uma série especial com as cores azul, branca e detalhes em dourado foi chamada de "Rothmans", em alusão à marca que patrocinava a equipe Honda campeã do mundo nas 500 cc com o australiano Wayne Gardner e que anos mais tarde tornou-se conhecida do brasileiro em geral por estampar suas cores e logo no carro de Fórmula 1 da equipe Williams, o último pilotado por Ayrton Senna.
Em 1991, a primeira (e talvez a única) grande mudança: a carenagem tornou-se integral e ela ganhou o nome de CBX 750F Indy -- decisão até hoje criticada pelos fãs. Tanto que as vendas do modelo despencaram depois da chegada da Indy. O modelo continuou em linha até 1994, quando a Honda importou as CBR 600F e a CBR 1000 F, mais modernas.
De qualquer forma, a "Sete-Galo" está com seu nome escrito na história do motociclismo brasileiro. Em tempo, o apelido vem de sua cilindrada, 750 cm³ com um toque todo brasileiro: "Sete" para o numeral da centena e "Galo" por ser equivalente à dezena 50 no jogo do bicho.
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