Sistema de lubrificação de motos exige atenção e cuidados específicos

Além das duas rodas a menos, as motocicletas têm outras grandes diferenças mecânicas com os carros, entre as quais o sistema de lubrificação. Enquanto nos carros há um lubrificante específico para o motor e outro para a caixa de transmissão, na maioria das motocicletas com motores quatro tempos à venda no Brasil o mesmo óleo lubrifica cilindros, pistões e também caixa de marchas e embreagem. Esta importante diferença técnica mostra que não se pode, em hipótese alguma, usar óleo para automóveis em motos e vice-versa.
5 DICAS IMPORTANTES | |||||||||||||||||||||
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O engenheiro Celso Cavallini, da Esso Brasileira de Petróleo, que fabrica os óleos Mobil, diz que as peculiaridades não param por aí. "O volume de óleo em um carro é de cerca de quatro litros, já nas motos menores, esse volume não passa de dois litros. Esse é outro fator importante", explica. A embreagem úmida das motos demanda um óleo de composição mista, afirma Cavallini, ou seja, sem os redutores de atrito utilizados nos lubrificantes dos carros. Caso contrário, a embreagem das motos patinaria demais.
Outro fator levado em conta para se desenvolver um óleo para motocicletas é a alta rotação dos motores das motos. Em média, um carro tem potência máxima a 4.000 rpm, enquanto uma moto produz a potência máxima na faixa dos 7.000 rpm. "Com isso a temperatura do motor é bem mais alta. O óleo de moto tem de ser mais robusto e resistente", diz o engenheiro.
O lubrificante das motos tem ainda a função de refrigeração do motor. A maioria dos modelos até 250 cc, por exemplo, não têm refrigeração líquida e o óleo em conjunto com o ar auxilia neste processo - por isso chamado de refrigeração mista (ar e óleo). Quando bem refrigerado, o motor trabalha na temperatura certa, evitando assim desgaste excessivo dos componentes.
LEIA O MANUAL
Outra dica importante diz respeito à utilização do óleo correto para a moto. "Deve-se sempre seguir a recomendação dos fabricantes", aponta Cavallini. Nada de seguir apenas as normas API (SF, SG) feitas para os automóveis. "O que importa no óleo de moto é a sigla 'Jaso', uma norma japonesa feita exclusivamente para motocicletas. Mas seguindo o que manda o manual do proprietário, não tem como errar", complementa.
Por isso é importante ler o manual do proprietário de cada moto e usar o óleo recomendado pelo fabricante que, segundo o engenheiro, já realizou longos testes em diversas condições para saber o tipo de óleo e a quantidade correta a ser colocada na moto.
A HORA CERTA
Na hora do cliente trocar o óleo sempre fica a dúvida: com qual quilometragem deve ser feita a substituição? Nada de seguir o senso comum -- uns falam em 1.500 km, outros 3.000 km. "No manual, o motociclista também encontra esta informação", recomenda Celso. Os fabricantes ainda costumam advertir sobre condições severas de uso, como por exemplo, em estradas de terra, onde há muita poeira -- nesses casos, geralmente previstos no manual, recomenda-se diminuir o intervalo entre as trocas de óleo.
Outra dica importante é verificar o óleo periodicamente, se possível toda semana, e completar o nível quando necessário. Por último, vale lembrar que para um bom funcionamento do sistema de lubrificação deve-se trocar o filtro de óleo e o filtro de ar, nos intervalos indicados pelo manual do proprietário. Isso para evitar que partículas sólidas se acumulem no motor e aumentem o desgaste natural dos componentes.
(por Arthur Caldeira)
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